Décima Quinta Estrela - Uma conversa franca

268 53 219
                                    

Cheguei em casa aos tropeços

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cheguei em casa aos tropeços. Marcel estava todo silencioso na minha cabeça, o que era compreensível depois de tudo o que rolou.

— O seu pai... — tentei começar porque já que iríamos conviver por obrigação, o mínimo que poderíamos fazer era conversar um com o outro.

Não quero falar dele.

— Olha, sei como é ter um pai decepcionante.

Dei de ombros ao afundar na cama assim que a ativei. Por sorte, não tinha ninguém em casa ainda. A última coisa que eu queria era ver Julian se esfregando de novo no Luke.

Ele era meu exemplo. Não acredito que ele estava saindo com um garoto que parecia até mais novo do que eu. Minha mãe sempre foi tão apaixonada por ele. Isso não é justo.

— Acredite, eu entendo — sibilei com um longo suspiro. — Senti a mesma coisa quando a Camille me trocou.

Tentei sorrir, mas nada feito.

— Olha, não vou mais brigar com relação a isso. Vamos só nos desgastar mais, só saiba que eu entendo. Se quiser conversar, pode falar comigo.

Como se eu tivesse como conversar com mais alguém.

O tom meio irônico era nítido até demais, tanto que revirei os olhos para aquele idiota egoísta.

— Falando sério, o Christian sempre teve um jeitinho, não acha? — Levantei uma sobrancelha e Marcel gargalhou na minha cabeça, quase me deixando tonto.

Você claramente queria dar pra ele.

— Não nego. — Fiz um beicinho e puxei o lençol até a cintura. — Qualquer pessoa que goste de homem iria se sentir no céu sentando naquele presidente. Ele é babaca, mas não podemos negar que é um filho da puta gato até dizer chega.

Nunca reparei.

— É porque você ainda tá na fase hétero — brinquei porque ''fase gay'' era um termo bem comum para definir uma pessoa que está atraída pelo mesmo sexo. Na visão preconceituosa de Grande Sunshine, era uma fase que o governo podia reverter num passe de mágica.

Sim, era patético.

Engraçadinho você.

— Ah, eu sei. Sou um stand-up pronto. — Cruzei os braços e deixei um leve sorriso escapar. — Posso te fazer uma pergunta?

Vai depender muito da pergunta.

— Há quanto tempo você e Camille estavam juntos? — perguntei mesmo sabendo que a resposta podia partir meu coração.

Não vai querer saber.

— Na verdade, vou sim — fui pontual na firmeza, tanto que Marcel parou de hesitar daquele jeito.

Bem antes de ela ficar com você. Eu sabia do plano dela, sabia que era uma contratada do governo.

Foi como um tapa certeiro no meu rosto. Marcel com certeza notou isso porque meu coração deu um pulo de dor com a revelação dele.

O amor é uma piada ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora