Vigésima Oitava Estrela - Uma realidade irreversível

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— Marcel Byron foi um doador — explicou Christian

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— Marcel Byron foi um doador — explicou Christian. — Fizemos uma cópia do cérebro dele, pensamentos, atos, sentimentos... é o nosso novo mapa, muito mais moderno. Depois, liberamos o Marcel.

Do que diabos ele está falando? Eu estou aqui preso!

— Algo deu errado, o Marcel está aqui comigo — falei, sacudindo a cabeça repetidas vezes.

— Sim, o que deu errado foi você ter fugido antes do procedimento ter finalizado. O que tá aí na sua cabeça não passa de uma voz artificial do Marcel, ou seja, uma cópia dele. O verdadeiro se eu não me engano acabou de se mudar depois do procedimento, ganhou uma grana bem boa por ser um voluntário. Se mudou com a namorada Camille.

O baque foi tão grande que não consegui mais me mexer.

— M-M-Mas isso não faz o menor sentido — gaguejei ainda horrorizado. — Esse Marcel não é falso, ele...

— O Projeto TAP é na verdade um Transplante Artificial de Personalidade — disse, enfim me explicando o que as tais siglas misteriosas significavam. — Nós pegamos doadores héteros, fazemos cópias artificiais bem precisas e implantamos na mente de um homossexual através da manipulação mental. Isso faz com que eles absorvam a personalidade da pessoa hétero e passe a ser uma. Funciona também com pessoas trans, já testei em um garoto. Acho que o nome dele era Emerson, Emmett, sei lá. — Sacudiu a cabeça.

Então eu sou uma mentira?

— Não, Marcel. — Comecei a chorar mesmo tentando ao máximo me segurar. Podia sentir tudo desmoronando de novo. — Eu não acredito em você.

Ainda que eu dissesse aquilo, confesso que ele foi bem convincente com a explicação.

— Isso não explica por que ninguém falava do Marcel na faculdade! — quase gritei de tão desesperado que eu estava por uma negação daquela verdade tenebrosa.

— Eu já disse, ele se mudou. Os amigos dele sabem disso. Você não era amigo dele, ou era? — Christian levantou uma sobrancelha todo cheio de julgamentos.

— Não — falei, abaixando a cabeça. — Eu não era nada.

Pra mim, é sim.

Ah, estrelinha.

Por favor, não chore.

Eu ainda estou aqui.

Sempre vou estar.

— Eu queria que estivesse aqui comigo fisicamente — sussurrei sem nem me preocupar se Christian ia ou não ouvir. — Acho que estou apaixonado por você.

Ah, estrelinha.

Também estou.

Não chore.

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