Capítulo 48

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 Ana narrando:

- Ana você está linda. Agora já pode abrir os olhos.

Solto um longo suspiro e me olho no espelho. Hoje vejo uma versão muito diferente de mim.  Vejo uma Ana maquiada, de cabelos arrumados. Bem diferente da Ana do dia a dia, que sempre está de uniforme e cabelos presos. Não vejo a Ana mãe, mas sim a Ana mulher.

- Estou uma pilha de nervos amiga. Acho que não vou. Eu acho que não estou pronta para nenhum relacionamento. Acho que preciso de mais tempo para isso.

- Eu acho que você tem que ir sim. Você já teve tempo o suficiente para isso. Já faz 6 anos que você não cuida de você e não pensa na sua vida amorosa. Como você mesma disse que o pai do Vitor é uma página virada da sua vida, você precisa tocar a sua vida para frente.

- Mas tem muito tempo que não faço isso, na verdade nem sei mais como é sair com uma pessoa que não seja você ou o Vitor. E você sabe muito bem, que o pai do Vitor foi o meu único relacionamento.

- Boa amiga, você não tem nada a perder. Te aconselho ir no encontro. No máximo que vai acontecer é que se você não gostar, não precisa mais voltar a vê-lo.

Respiro fundo e me encho de coragem. - Você está certa, né? Não tenho nada a perder. Estou decidida, vou sim a este encontro.

- Bom o pai do Vitor deve estar quase chegando para buscar ele, para passar o final de semana.  Acho que vai dar tempo de ir ao encontro.

- Isso aí garota, é assim que se fala.

****

Théo narrando.

Bato na porta e o Vitor vem todo eufórico atender a porta. 

- Papai que saudades! Estou muito animado para irmos ao cinema.

- Eu também Vitor.

Entro e fico sentado no sofá, esperando ele pegar as suas coisas, para passar o final de semana comigo. Logo em seguida, vejo a Ana entrar na sala e ela me cumprimenta.

- Oi. Como sempre ela faz um cumprimento seco e impaciente.

Por alguns minutos, fico parado olhando para ela. Hoje ela estava tão diferente que eu até fiquei surpreso. Ela usava um vestido rosa de alça, uma sandália alta e os seus cabelos estavam soltos. Estava maquiada, parecia até uma outra pessoa. Acho que ela repara o meu olhar para ela.

- Eu posso saber por que você está me olhando assim?

Tento limpar a minha garganta, para a minha voz sair. – Na verdade, você está bem diferente hoje.

- Bom tanto faz. As coisas do Vitor já estão na mochila.

- Você está toda arrumada. Você vai ao cinema com a gente?

- Claro que não. Já tenho um compromisso hoje. Qualquer coisa que o Vitor precisar, pode pedir para ele me ligar.

Escuto o telefone da Ana tocar e ela atende toda sorridente.

- Oi, tudo bem! Já estou descendo. Então ela dá um abraço e um beijo no Vitor, abre a porta e desce as escadas rapidamente. 

Ela desceu as escadas e a observei entrar em um carro preto. Estava prestes a ir ver quem estava com ela, mas escutei o meu filho me chamando.

- Papai vamos! Quero pipoca de cinema.

- Onde sua mãe foi?

- Ela disse que ia sair com um amigo.

- Que amigo?

- Hã, não sei. Acho que era um amigo do trabalho dela. 

Coloquei o Vitor sentado no banco de trás e parti em direção a minha casa. 

Roleta do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora