Capítulo 27

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Acordei com a luz do Sol invadindo o meu quarto. Por um momento, resisti em abrir os olhos, porque eles ainda estavam um pouco pesados de sono, mas forcei novamente a abrir.

Três meses já tinham se passado desde que eu e Théo nos casamos. Eu era invisível para ele e para a família. As vezes pensava se realmente o que eu tinha feito, estava valendo a pena. Meu plano de vingança em partes deu certo, porque obriguei o Théo a casar comigo. Mas a segunda parte que eu planejei não estava dando certo. Eu não tinha feito ele me pedir perdão. A rotina era a mesma, eu ficava trancafiada no quarto, porque a família dele não me suportava e muito menos o Théo. Mesmo ameaçando-o de contar tudo, para a polícia e para a imprensa ele nem se importava. Levava uma vida típica de solteiro. Saía para as famosas "resenhas" de futebol e me deixava presa dentro de casa.

Quem sabe hoje não seria um dia diferente? Com a possibilidade de um Ano Novo chegando, tudo poderia mudar e a minha vida se transformar em um "verdadeiro conto de fadas". Falando em Ano Novo, hoje terá uma festa aqui na casa para comemorar a chegada de um novo ano.

Levantei da cama e olhei pela janela do quarto e os preparativos já tinham começado. Tinham pessoas no jardim, decorando-o com a cor branca e prata. Eu realmente não estava muito animada para festa. Acho que tinha sido a primeira desde que nos casamos. Não ia suportar as pessoas me olhando com desdém. Esta casa e este tipo de festa, não são da minha realidade. Sempre fui criada em um ambiente simples, com pessoas simples. Não tenho muita noção de como portar nestas festas e nem tenho paciência para aguentar esta gente metida a besta.

Assim passei o dia todo deitada na cama assistindo televisão. Além do mais este quarto tinha se tornado o lugar que mais gostava da casa, pois me sinto segura aqui.

Até que escutei uma batida na porta.

- Quem é?

- Sou eu Ana, Soraia.

- Levantei da cama e abri a porta.

- Oi menina, vim trazer o seu almoço.

- Obrigada Dona Soraia. Pode colocar na mesinha ali do lado. Não estou com muita fome.... não estou me sentindo muito bem.

- Você precisa comer, Ana. Está mais magra. O que está sentindo?

- Não sei, ando meio indisposta e um pouco zonza.

- Acho que você deveria ir ao médico.

- Ah,  a senhora acha?

- Como você passa o dia todo presa aqui, pode ser que isto esteja afetando a sua saúde. Acho que você tinha que arrumar uma ocupação.

- Como o que?

- Um emprego novo. Acho que faria muito bem para você, fazer algo diferente. Sair um pouco dessa casa, ver gente da sua idade. Desistir desta ideia louca e seguir a sua vida. 

- Deve ser algo que comi. Logo logo, devo melhorar.

- Você que sabe menina, mas acho importante ir ao médico para ver o que está acontecendo. As vezes está com anemia. Bom preciso voltar para a minha cozinha, como hoje é dia de festa, imagina a loucura que não está lá em abaixo e a Dona Lídia está nos enlouquecendo.

Então eu dei um leve sorriso. - Sei bem como a Lídia é, parece um general de saias em dia de festas.

Dona Soraia já estava saindo, quando voltou e me entregou algo. 

- Que cabeça a minha Ana. Já ia esquecendo o Théo pediu para te entregar isso. 

- O Théo mandou algo para mim? Neste momento fiquei super animada... ele lembrou de mim. Com rapidez pequei o bilhete dobrado e abri rapidamente. Minha felicidade desapareceu na hora e meu rosto se encontrava em uma perfeita escuridão. Dona Soraia percebeu a mudança do meu semblante.

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