Acordei com a luz do Sol invadindo o meu quarto. Por um momento, resisti em abrir os olhos, porque eles ainda estavam um pouco pesados de sono, mas forcei novamente a abrir.
Três meses já tinham se passado desde que eu e Théo nos casamos. Eu era invisível para ele e para a família. As vezes pensava se realmente o que eu tinha feito, estava valendo a pena. Meu plano de vingança em partes deu certo, porque obriguei o Théo a casar comigo. Mas a segunda parte que eu planejei não estava dando certo. Eu não tinha feito ele me pedir perdão. A rotina era a mesma, eu ficava trancafiada no quarto, porque a família dele não me suportava e muito menos o Théo. Mesmo ameaçando-o de contar tudo, para a polícia e para a imprensa ele nem se importava. Levava uma vida típica de solteiro. Saía para as famosas "resenhas" de futebol e me deixava presa dentro de casa.
Quem sabe hoje não seria um dia diferente? Com a possibilidade de um Ano Novo chegando, tudo poderia mudar e a minha vida se transformar em um "verdadeiro conto de fadas". Falando em Ano Novo, hoje terá uma festa aqui na casa para comemorar a chegada de um novo ano.
Levantei da cama e olhei pela janela do quarto e os preparativos já tinham começado. Tinham pessoas no jardim, decorando-o com a cor branca e prata. Eu realmente não estava muito animada para festa. Acho que tinha sido a primeira desde que nos casamos. Não ia suportar as pessoas me olhando com desdém. Esta casa e este tipo de festa, não são da minha realidade. Sempre fui criada em um ambiente simples, com pessoas simples. Não tenho muita noção de como portar nestas festas e nem tenho paciência para aguentar esta gente metida a besta.
Assim passei o dia todo deitada na cama assistindo televisão. Além do mais este quarto tinha se tornado o lugar que mais gostava da casa, pois me sinto segura aqui.
Até que escutei uma batida na porta.
- Quem é?
- Sou eu Ana, Soraia.
- Levantei da cama e abri a porta.
- Oi menina, vim trazer o seu almoço.
- Obrigada Dona Soraia. Pode colocar na mesinha ali do lado. Não estou com muita fome.... não estou me sentindo muito bem.
- Você precisa comer, Ana. Está mais magra. O que está sentindo?
- Não sei, ando meio indisposta e um pouco zonza.
- Acho que você deveria ir ao médico.
- Ah, a senhora acha?
- Como você passa o dia todo presa aqui, pode ser que isto esteja afetando a sua saúde. Acho que você tinha que arrumar uma ocupação.
- Como o que?
- Um emprego novo. Acho que faria muito bem para você, fazer algo diferente. Sair um pouco dessa casa, ver gente da sua idade. Desistir desta ideia louca e seguir a sua vida.
- Deve ser algo que comi. Logo logo, devo melhorar.
- Você que sabe menina, mas acho importante ir ao médico para ver o que está acontecendo. As vezes está com anemia. Bom preciso voltar para a minha cozinha, como hoje é dia de festa, imagina a loucura que não está lá em abaixo e a Dona Lídia está nos enlouquecendo.
Então eu dei um leve sorriso. - Sei bem como a Lídia é, parece um general de saias em dia de festas.
Dona Soraia já estava saindo, quando voltou e me entregou algo.
- Que cabeça a minha Ana. Já ia esquecendo o Théo pediu para te entregar isso.
- O Théo mandou algo para mim? Neste momento fiquei super animada... ele lembrou de mim. Com rapidez pequei o bilhete dobrado e abri rapidamente. Minha felicidade desapareceu na hora e meu rosto se encontrava em uma perfeita escuridão. Dona Soraia percebeu a mudança do meu semblante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Roleta do amor
RomancePara girar a roleta do amor é só deixar o coração te guiar. E foi isso que Ana fez. Ela rodou a roleta e se viu envolvida em situações de aposta, amor, ódio, felicidade, tristeza, coração partido, vingança, dor, solidão e perdão. Theo era o perfeit...