Capítulo 16

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Já faz umas duas semanas que eu não vejo o Théo. Ele deve estar super ocupado com o treino de futebol, por isso que não deve ter me procurado.

Passo os dias sonhando acordada, lembrando da noite que passamos juntos, foi tudo perfeito! Ele disse que estava apaixonado, e que eu era o amor da vida dele.

- Ah, Théo estou com muitas saudades! Por que você não me procura? Meu coração, não suporta mais a sua ausência. Suspirei bem fundo.

Acabou o meu turno de trabalho e estou decidida, vou procurar o Théo para ver o que está acontecendo. Não sei se vou conseguir falar com ele, porque hoje está rolando uma festinha, em comemoração a vitória do time do Théo no campeonato. Nossa eu que não era ligada em futebol, quando tinha tempo acabava assistindo o jogo na tv da cozinha, só para ver o Théo. Ele fica lindo de uniforme.
Saio pela casa procurando o Théo, fui na sala, no jardim, na área próximo à piscina, na academia, até que decidi procurar ele no salão anexo da casa.
Quando cheguei na porta, tinha um segurança.
- Oi, tudo bem? Bom eu sou a Ana, e gostaria de falar com o Théo, ele está?

- O Théo, hum ... ele não pode atender agora! Tá ocupado.

- Como assim ocupado?

O segurança que estava na porta não dizia coisa com coisa, daí perdi a paciência e abri a porta de supetão. Ele tentou me segurar, mas fui mais esperta, corri e me escondi.
Quando entrei, levei um susto. Estava rolando uma festa, com muitas bebidas. Tinha muita gente, era uma festa meio estranha.
Dava para ver os casais se agarrando na parede, mulheres dançando em cima da mesa da sala e acho até que vi algumas pessoas usando droga. Que loucura pensei, queria sair correndo dali, mas preciso encontrar o dono dos belos olhos azuis, que me faziam muita falta. Preciso muito falar com ele.

Estava procurando o Théo em todos os lugares, quando achei ele em um canto, conversando bem próximo com uma menina morena.

- Théo, estava louca atrás de você. Falei aliviada quando encontrei ele.

A menina morena se dirigiu a mim e perguntou: - Quem é essa garota estranha?

- Quem você chamou de estranha, garota? Gritei, partindo para cima da menina.

Neste momento o Théo interveio: - Hei, parem vocês duas, não quero baixaria na minha festa! Ana o que você quer? Veio limpar alguma coisa?

- Limpar, não. Como você sumiu, estava preocupada com você. Daí resolvi te procurar aqui.

- Bom agora você já viu que estou bem, já pode ir. Disse ele com desdém.

- Como assim? Sua namorada vem te ver e é assim que você me trata?

- Namorada, que namorada? Falou ele olhando em volta como se estive procurando alguém. Eu não tenho namorada. Você ficou louca?

- Théo, pára de brincadeira está me deixando assustada.

- Eu não estou de brincadeira, te afirmo não tenho namorada.

- Você disse que me amava e queria ficar comigo. O que houve?

Eu ouvi uma voz lá no fundo dizendo: - Foi uma aposta sua estranha. Quando virei vi um dos amigos do Théo, se aproximando, morrendo de rir. Ele chegou bem perto de mim e me disse: 

- Tudo não passou de uma aposta, estranha. Eu apostei com o Théo, que ele iria fazer você, se apaixonar e ir para cama com ele. E foi exatamente o que aconteceu. E sabe o que mais? Sabe quanto a aposta valeu? Uma rodada de bebida!! Então hoje tô pagando tudo aqui né Théo!! Enquanto pronunciava estas palavras,  ele ria da minha cara.

Não pode ser! Pensei. Queria que aquilo fosse um pesadelo e quando eu acordasse, tudo aquilo já teria passado.

Eu olhei desesperada para o Théo. Ele estava com a mão na barriga de tanto rir. Me despertei daquele momento, quando o Théo me disse: - É isso mesmo você foi uma aposta, na qual ganhei esta festa e as bebidas. Você acha que eu namoraria alguém como você? Uma empregada, esquisita como você! Olha em volta, eu posso ter a menina que quiser e você acha mesmo que eu ficaria logo com você! Agora vai embora daqui e não me procura mais. Ah, se bem que se você quiser ficar para limpar, tá meio sujo ali. Então ele aponta para uma mesa onde tinha algumas bebidas.

A ficha demorou à cair e fiquei relutante para aceitar o que estava acontecendo. Isso tinha sido planejado desde o início. Observei as pessoas ao redor, todos me olhavam morrendo de rir. Eles estavam zombando de mim. Muito me chamavam de estranha, outros faziam sinal de uma vassoura 🧹 limpando o chão, outros até me xingavam de palavras feias que faço questão de esquecer. Foi a situação mais humilhante que passei na vida.

Para tenta me proteger, saí daquele lugar, correndo e chorando, como se as minhas lágrimas brotassem dos meus olhos, como uma cachoeira na nascente.

Abri a porta e me apresso desesperada para fugir dali. Vou correndo o mais depressa que consigo para fora e quando me dou conta, chego na cozinha. Não faço ideia de como cheguei, mas ali desabei. Deixei todas as minhas lágrimas brotarem dos meus olhos e pude chorar profundamente.

Como eu pude ser tão ingênua? O meu sexto sentido mandava me afastar dele, mesmo assim o meu coração me enganou. O mesmo coração agora que estava dilacerado e com muita dor.

Como eu pude acreditar que ele estava apaixonado por mim? No fim de tudo, foi muito dolorido descobrir que tudo não passou de uma aposta para me levar para cama. E eu odiava a mim mesma por ter sido tão burra e ter permitido que isso acontecesse.

O meu mundo ruiu. Eu me sentia triste, humilhada e envergonhada. Tudo não passou de uma aposta...Parecia que eu estava caindo em um grande buraco escuro e sem fundo.

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