Capítulo 35

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Théo narrando

Em minha mente, repasso tudo o que aconteceu, o inesperado encontro com a Ana. Fazia um bom tempo que não a via desde o fatídico dia em que ela quebrou tudo na minha casa e estragou a minha festa. Ela era louca e eu a detestava, com tudo que ela tinha feito. Tudo bem que assumo que tenho a minha parcela de culpa na história, mas eu odiava que ela tinha me obrigado a casar com ela e principalmente quando ela surtou. Depois que ela sumiu, nunca mais a procurei. Meus pais insistiram para ver o que tinha acontecido com ela, mas eu nem quis procurar. Logo em seguida fui chamado para ir para a Europa... e nunca mais soube nada dela.

Mas o que mais me deixou intrigado foi ver aquela criança. Será que ela tinha casado novamente e tinha tido um filho? Não sei, eu senti uma coisa muito estranha quando eu o vi. O rosto dele era muito familiar. Ele me lembrava, ele me lembrava...

- Oh Deus a mim mesmo quando eu era criança. Pego o meu celular e vasculho alguma foto minha na infância.... ah não, não pode ser.... será que este menino é meu filho? Depois de ver a minha foto, eu não poderia ter mais dúvida nenhuma, aquele garoto é meu filho. 

Mas como se nós ficamos apenas uma vez juntos e pelo que me lembro, acho que me protegi....

Um filho? Na verdade, eu acho que nunca teve espaço para crianças na minha vida. Nunca foi o meu sonho ser pai. Sempre quis viver a vida livremente, sem compromisso, sem preocupações, mas um filho? Isso é muito diferente do que imaginei.

E o que é mais estranho, por que ela não me procurou? Se realmente ele for meu filho, o mais óbvio era ela ter me procurado e ter pedido pensão, ou coisas do tipo.... mas eu nunca soube da existência dele.

Aquele assunto ficou martelando o dia inteiro na minha cabeça e eu precisava tirar aquela história a limpo.... eu precisava saber a verdade e ter certeza de que aquela criança era meu filho. Mas como eu ia descobrir, senão sabia onde ela morava? Como é que eu ia achar esta mulher?

- Pensa Théo... Pensa!!

Claro ela estava de uniforme, tem um hotel aqui na região ela deve trabalhar lá.

Tento me disfarçar do jeito que posso, coloco um moletom preto com capuz na cabeça e coloco um óculos escuro também. Monto em minha moto e saio com destino ao hotel. Fiquei do outro lado da rua de tocaia, esperando-a sair. Esperei quase o dia inteiro. Não importava o tempo, preciso tirar esta história a limpo.

Logo a visto, minha boca está seca. Ela parece assustada quando me vê, mas logo muda sua expressão, me olhando de cara feia!

- Então é aqui que você trabalha?

- E o que te importa?

- Hei hei calma! Só quero conversar contigo.

- Não temos nada para conversar. Me dá licença que eu preciso ir para casa e continuou andando.

- Você casou de novo?

- O que? Não e para que você quer saber isso?

- E aquele menino é de quem?

- Não te interessa.

- É meu filho, não é? A minha pergunta a surpreendeu e a fez parar.

- Faça a conta você mesmo.

- Eu já fiz. E não tem como negar ele é a minha cara, quando eu era criança. Eu sendo o pai, eu tenho direito a esta criança.

- Direito? Direito? Você não tem direito a nada.

- Tenho sim, ele também é meu filho.

-  E se não for. Ele pode ser filho de outra pessoa.

- Bom ele é muito parecido comigo. É quase impossível ser de outra pessoa.

Os ânimos já estavam muito exaltados e começamos a gritar um com o outro no meio da rua.

- PARA DE ENCHER A BOCA E DIZER MEU FILHO!!!!

- POR QUE NÃO ME CONTOU? POR QUE NÃO ME DISSE QUE EU TINHA UM FILHO?

- POIS É VOU REFRESCAR A SUA MEMÓRIA. LEMBRA QUE VOCÊ DISSE QUE NÃO ME AMAVA, QUE ERA PARA EU IR EMBORA E NUNCA MAIS TE PROCURAR, QUE EU ERA INTERESSEIRA...

- MAS VOCÊ NÃO TINHA DIREITO DE ESCONDER ISTO DE MIM.

- EU NÃO SABIA QUE ESTAVA GRÁVIDA...EU ESTAVA TÃO ZANGADA E TÃO HUMILHADA DEPOIS QUE VOCÊ ME EXPULSOU DA SUA CASA. MAS JUREI PARA MIM MESMA SE VOCÊ NÃO ME PROCURASSE EU NUNCA MAIS ENTRARIA EM CONTATO COM VOCÊ.

- MAS EU VOU PARTICIPAR DA VIDA DELE, QUER VOCÊ QUEIRA OU NÃO.

- MAS NÃO VAI SEU DESGRAÇADO. O ÚNICO BEM QUE EU TENHO, VOCÊ NÃO VAI ROUBAR. O MEU FILHO É SÓ MEU! SÓ MEU

A nossa gritaria chamou atenção na rua. – XI fala mais baixo.

Então ela respirou fundo e baixou o tom de voz. - Eu não quero que meu filho tenha contato com um pai que vive rodeado de mulheres, dando altas festas e que vive bêbado por aí. Imagina o péssimo exemplo que ele vai ter.

- Olha, eu sei que não fui uma boa pessoa. Mas você também não é nenhum anjinho. Me lembro muito bem de você no passado. E eu quero participar da vida do meu filho. Ele é meu filho também gostando ou não. O que você falou de mim para ele?

- Eu nada! Fazia questão que ele esquecesse que tinha um pai. Ele nunca soube de você e nem faz questão da sua presença.

- Hei, sei que vacilei contigo... mas você não pode me impedir de participar da vida dele. Quero ter contato com ele ... pode ser nos seus termos.

- Nunca! Ele é meu filho.

- Então vou ter que entrar na justiça, para participar da criação dele. E quem sabe o juiz não me dá a guarda já que tenho mais condições financeiras para criá-lo.

Eu olho para ela e ela está tão brava. Posso ver em seus olhos toda a raiva. Acho que se ela tivesse uma arma agora, me mataria. Mas pouco me importo, eu a encaro assim mesmo.

- Condições financeiras não quer dizer nada. O que importa é o amor. Mas isso com certeza você nem sabe o que é.

- Escuta aqui, você não me conhece. Eu consigo sim criar uma criança.

- Ah tá sem essa. 

- Bom vou te dar 2 dias para pensar. Ou a gente resolve amigavelmente ou entro na justiça. Anota o número do meu telefone para você me ligar. E senão me ligar eu já sei onde você trabalha... ah e mais uma coisa, não tente desaparecer, porque vou colocar os melhores detetives atrás de você.

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