Capítulo 39

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Escuto o alarme do meu telefone tocar. Quero dormir só mais um pouquinho. Coloco no modo soneca. E durmo mais dez minutos. O alarme toca pela segunda vez e vejo que ainda tenho mais 10 minutinhos, durmo novamente. Pego o meu telefone vejo a hora. Já era 7:30 preciso levantar. Tomo um banho e faço o café e preparo um lanche para o Vitor, esperando ele acordar.

Ainda não estava me sentindo bem com toda esta história, meus nervos estava a flor da pele e precisava dividir isso com alguém. Nada melhor que a minha amiga Andreia. Como o Vitor não tinha acordado, resolvo ligar para ela.

- Alô

- Oi Ana, o que foi caiu da cama.

- Aí desculpa, estava dormindo?

- Não só deitada.

- Escuta, ontem tomei coragem e contei tudo para o Vitor.

- Jura amiga, qual foi a reação dele?

- Ele adorou em saber que tem um pai! Ele me fez ligar para o Théo na hora.

- E eles conversaram? 

- Por telefone não. Então hoje vou levar ele lá para conhecer formalmente o filho.

- Ele vai morrer quando ver que o pai é o jogador famoso de futebol.

- Pois é ... tô tão nervosa, tão preocupada. Não sei se tomei a decisão certa. 

- Calma amiga! Tudo vai dar certo.

- Quer ir comigo?

- Ah amiga, hoje já tenho compromisso. E outra acho que é melhor só vocês, isso é coisa de família. Acho melhor mais privado.

- Você é a minha família. Mas entendo o que quer dizer.

- Fica tranquila que vou ter outra oportunidade de falar poucas e boas para este sujeitinho.

Comecei a rir da frase dela. Serviu para me distrair um pouco.

- Mamãe, mamãe.

- Ih Andreia ele acordou. Vou lá preparar o café dele amiga.

- Tá bom, boa sorte!

******

Pegamos um ônibus e demoramos uns 20 minutos para chegar. O Vitor estava tão nervoso e tão tagarela, me perguntando como ele era, o que fazia. Ele estava tão animado para conhecer o pai. Estava mais agitado do que o normal. Me perguntava de dez em dez minutos, se faltava muito para chegar.

- Ué mamãe ele trabalha com você?

- Não!

- E porque estamos indo para o seu trabalho. Não estamos indo para o meu trabalho é que seu pai está próximo.

- Ah tá.

Chegamos à guarita do condomínio, me identifiquei e deixaram a gente passar. Nossa era um condomínio enorme com belas casas de veraneio. Era muito maior do que a casa antiga do Théo. E um gosto amargo veio na minha boca, quando eu lembrei que tinha morado em uma casa grande assim. Bom não tão grande, mas... me lembrou todo o sofrimento do passado. Tocamos a campainha e uma senhora veio nos atender.

- Oi bom dia senhora! Acho que estão esperando por nós.

- Sim. Podem entrar o senhor Théo está terminando de tomar banho e já vai descer.

- Ah sim obrigada!

- Aceita uma água, senhora?

- Não obrigada! Você quer filho?

- Não!

Acho que tanto eu e meu filho, estávamos nervosos e desconfortáveis com a situação. Estávamos muito desconfortáveis de estar em lugar como esses. Não era a nossa realidade. Na verdade, por um tempo foi na minha vida, mas agora não era mais. Eu estava tão nervosa, que não parava de bater a minha perna esquerda no chão.

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