C A P Í T U L O 28 △ POR LEO

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Zack finalmente estava tendo o tratamento necessário e poderia viver por alguns meses. O câncer era terminal, mas ele ainda teria cinco meses. Por mais que estivesse triste sobre esse assunto, eu sabia que tudo o que meu pai mais queria e ansiava, era finalmente descansar. Mas... eu era egoísta e eu precisava dos momentos finais, mesmo sendo cronometrados.

            Quando sai do hospital, fui direto para a faculdade, na esperança de me encontrar com Chloe. Passando por várias outras garotas, eu bati em sua porta. Não levou muito tempo para ela abrir, mas o seu rosto parecia cansado, como se tivesse chorado há horas.

— Ei, está tudo bem? — perguntei ao me aproximar.

            Ela sorriu, mas concordou.

— Cansada, apenas isso — respondeu ao se afastar.

— Eu acabei de vir até o hospital, Zack mandou um oi — sorri.

— Obrigada.

— Você vai me dizer o que houve?

            Meu primeiro pensamento foi sobre o seu avô... mas um conflito de pensamentos e sentimentos me envolveu por completo.

— Eu... eu... eu não sei como fazer isso — ela murmurou baixinho.

— Fazer o que?

— Terminar com você — ela fechou os olhos. — Eu quero terminar com você.

            Ela abriu os olhos que estavam cheios de lágrimas.

— Por que?

— Porque eu não quero mais, eu não amo você.

            Ouvir isso me fez cambalear para trás.

— Isso é mentira.

— Não é — ela disse com firmeza. — Eu nunca te amei. Apenas te usei para conseguir o que eu queria.

— Você... você está mentindo, por que está fazendo isso? — gaguejei.

— Leo — ela murmura. — O que eu tenho que fazer pra provar... que eu não... te amo?

            Aproximando dela, peguei em seu rosto com as mãos e a beijei.

— Diz que é mentira — falei ao encostar nossas testas. — Por favor...

            Ela me empurrou.

— Eu. Não. Te. Amo! — ela gritou.

            Meus olhos arderam.

— Você está mentindo — gritei de volta.

— Sai do meu quarto.

— Não — falei firme. — Vamos resolver isso e agora. Seja que merda você estiver escondendo, me conte!

— Você é surdo?

— Não, Chloe — gritei. — Mas eu não vou permitir que você arranque meu coração pra fora do meu peito. Essa não é você. Você disse que me ama!

— E eu menti! Você faz isso com todas, por que eu seria diferente?

            Jogando minhas mãos no ar, eu gritei:

— Porque eu estou malditamente e inegavelmente apaixonado por você, Chloe! Quer outra explicação? Eu amo você. Eu quero você.

            Cada palavra que ela ouvia, eu sabia que a vontade de chorar era maior. Chloe soluçava.

— Não piore a situação — ela murmura.

— Chloe, pelo o amor de Deus, me diga... diga que isso é mentira.

— Sai do meu quarto, Leo, nós terminamos.

— Terminamos o caramba! Você vai dizer!

— Eu não tenho mais nada a te dizer! Nós terminamos, você foi só a vantagem de ter sexo. Um bom sexo, na verdade. Mas foi apenas isso.

            Eu não havia escutado isso.

— Como todos os outros que eu também usei — ela cuspiu.

— Voc...

— Isso aí, Leo — ela sorriu friamente. — Você não foi o único.

— Por... Por que?

            As lágrimas caiam de verdade. Meu coração batia tão forte que acreditei que ela podia ouvi-lo.

— Só por diversão — ela deu de ombros. — Saia do meu quarto.

— Eu não acredito em você — murmurei.

            Por favor, que seja mentira!

— Que se dane, nós terminamos, saia daqui!

            Aproximei dela, a agarrando pelos braços e lutando contra ela que forçava em se soltar.

— Me solte — disse entre dentes.

            Eu a beijei profundamente. Me agarrei a ela e não quis soltá-la.

— Isso é errado? — sussurrei contra os seus lábios. — Porque tudo o que eu sinto é o amor que sentimos um ao outro. O que compartilhamos um com o outro em todo esse tempo.

            Eu olhei em seus olhos marejados.

— Você é a primeira garota que eu amei em toda minha vida — murmurei. — Não seja a primeira a quebrar o meu coração.

            Ela fechou os olhos.

— Eu nunca te amei, Leo — sussurrou, abrindo os olhos.

— Diga isso de novo, mas olhando nos meus olhos — falei, firme.

— Eu — ela me olhou com relutância — não te amo.

            A realidade veio à tona. A soltei e com toda certeza eu pude me segurar, mas a dor iria piorar.

— É para o seu bem, Leo — ela disse. — Eu não sou a mulher para você.

— Você me ama — afirmei. — Você me ama.

            Ela negava com a cabeça.

— Por que você fez isso comigo? — gritei para ela, Chloe se encolheu. — Droga, eu te deixei passar pelas minhas barreiras. Eu te deixei entrar no meu coração. Na minha alma negra.

            Ela chorava em silencio.

— Você me permitiu amá-la... mas foi tudo mentira.

            Deixando-a sem palavras, eu respirei fundo e sai do quarto. Caminhei depressa para fora de lá e entrei na picape. Foi quando a dor surgiu.

            Bati no volante mil vezes antes de finalmente cair no desespero. E finalmente notar que além de ter sido tudo mentira, eu tinha ganhado meu primeiro coração partido.


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