C A P Í T U L O 20 △ POR LEO

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Seja lá o que Chloe tenha pensado sobre aquele beijo, meus lábios ainda formigavam por mais. E agora que estava prestes a conhecer sua família, tive receio que foi uma má ideia ter vindo.

            Chloe segurou minha mão a todo instante até o caminho do hospital. Isso tem me motivado a ficar e entender que meu lugar era ali, ao seu lado. Ela chegaria lá e enfrentaria sua família e seja lá o que esteja acontecendo de fato com o seu avô.

            Quando entramos no hospital, Chloe correu até o balcão de informações.

— Por favor... meu avô Charles, Charles Armstrong! Minha mãe está aqui...

— Por favor, senhorita Armstrong, se acalme — disse uma loira atrás do balcão. — Ele está em repouso, mas poderá esperar no corredor. Ala D, número 320.

            Chloe saiu em disparada enquanto eu tentava meu melhor sorriso de agradecimento. Apertando o botão do elevador, ele subiu depressa e ela correu até o número certo.

— Mamãe? — perguntou ela ao avistarmos uma mulher sentada no banco.

— Oh, querida — ela se levantou e abraçou Chloe. — Você veio.

            Compreendi que eu não me lembrava de ter tido um abraço como aquele. Palavras como aquelas. Fiquei observando aquela cena como se fosse a minha favorita, mesmo vendo Chloe chorar.

— Quem é ele? — perguntou a moça quase tão semelhante a Chloe.

            Ela arregalou os olhos e sorriu para mim aproximar.

— Esse é o Leo, mamãe — disse entre lágrimas. — Leo, essa é Constance... minha mãe.

— Olha, senhora Armstrong, eu sinto muito pela situação.

— Oh, querido — ela fungou. — Você veio de Los Angeles até Alabama com a minha filha. Não faz ideia de como estou grata por isso!

— Eu fiz questão de vir, mesmo sua filha sendo teimosa — Constance deu um olhar para Chloe.

— Como assim, Chloe?

— E-Eu estava abalada, mãe — explicou ela. — E estávamos meio... que sem se falar e você me ligou na hora que esbarrei no Leo.

— Por sorte, não é, minha filha? Aposto que nem estaria aqui se não fosse pelo Leo!

— Por favor, mãe, essa discussão fica pra mais tarde. Onde está o resto do pessoal?

— Na cafeteria, estávamos sem comer nada...

— Você já comeu? Está pálida!

— Não consigo comer...

— Pois trate de ir — Chloe resmungou. — Leo e eu ficamos por aqui e você vai comer.

            Depois de muita briga, a senhora Armstrong foi comer alguma coisa. Abracei Chloe por alguns segundos até que escutei o bipe do elevador e Chloe afastar um pouco.

— Tori? — e depois alguém mais alto apareceu atrás dela. — Lewis... o que faz aqui?

            A garota era um pouco mais alta que Chloe, tinha cabelos alaranjados e usava saltos absurdamente vermelhos, blusa e calça jeans. Já o cara estava usando camisa social, calça e sapatos muito bem limpos. O olhar de sua irmã era de curiosidade, mas brilhavam. Eu reconhecia esse olhar. Já o tal de Lewis... ele me olhava com certa especulação. Depois das apresentações formais, Chloe chegou um pouco próximo a mim. Tentando controlar o ciúmes que surgiu, instantaneamente, eu rodeei meu braço ao redor de sua cintura.

— Quando você chegou de viagem? — perguntou Lewis franzindo um pouco da testa.

— Ahn... chegamos tem quase uma hora — disse ela. — A mamãe foi comer algo, ela estava muito pálida.

— Ela não sai do hospital — murmurou Tori. — Vovó teve a pressão lá embaixo e papai tem tentado ficar o máximo que pode, mas com os novos investimentos... não consegue por muito tempo.

            Tori mordia o lábio e quando encontrei o seu olhar, ela voltou a olhar para Lewis. Beijei o ombro de Chloe e passei a mão em seus braços já que ela estava começando a ficar gelada.

— Então, Leo — começou Tori —, você é o namorado da Chloe agora?

            Lewis franziu a testa e olhava com expectativa para Chloe.

— Ahn... não, Victoria — Chloe respondeu por mim. — Somos só amigos.

— Amigos com benefícios, ela quer dizer — sorri irônico.

            Chloe me deu um beliscão e eu tentei reprimir um gemido, mas em vez disso, dei o pior sorriso do mundo.

— Isso é... ótimo também, Chloe — Tori disse ao unir-se ao corpo de Lewis. — Eu e Lewis tem estado em uma coisa mais séria.

            Tori parecia querer competir com Chloe e isso me deixava puto. Mas a minha imaginação era tão fértil que eu já me imaginava segurando uma arma e atirando bem na sua cara, onde continha aquele sorriso sarcástico no rosto.

— Meus parabéns — disse Chloe. — Bem, por mais que Lewis e eu crescemos juntos e tirando o fato que ele quase me implorou pra ficar aqui enquanto eu estava prestes a ir para Los Angeles... isso é ótimo.

            Tori tremeu os lábios e creio eu que Chloe atingiu seu objetivo. Segurando a risada, pude ouvir a voz de Constance vindo até nós.

— Chloe, por que não vai pra casa com o Leo... tomem banho e descansem da viagem. Devem estar exaustos!

— Acho que seria ótimo — falei com um sorrisinho nos lábios ao ver a cara de raiva de Lewis e Tori.

            Eles combinavam um com o outro de fato. 


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