Seja lá o que Chloe tenha pensado sobre aquele beijo, meus lábios ainda formigavam por mais. E agora que estava prestes a conhecer sua família, tive receio que foi uma má ideia ter vindo.
Chloe segurou minha mão a todo instante até o caminho do hospital. Isso tem me motivado a ficar e entender que meu lugar era ali, ao seu lado. Ela chegaria lá e enfrentaria sua família e seja lá o que esteja acontecendo de fato com o seu avô.
Quando entramos no hospital, Chloe correu até o balcão de informações.
— Por favor... meu avô Charles, Charles Armstrong! Minha mãe está aqui...
— Por favor, senhorita Armstrong, se acalme — disse uma loira atrás do balcão. — Ele está em repouso, mas poderá esperar no corredor. Ala D, número 320.
Chloe saiu em disparada enquanto eu tentava meu melhor sorriso de agradecimento. Apertando o botão do elevador, ele subiu depressa e ela correu até o número certo.
— Mamãe? — perguntou ela ao avistarmos uma mulher sentada no banco.
— Oh, querida — ela se levantou e abraçou Chloe. — Você veio.
Compreendi que eu não me lembrava de ter tido um abraço como aquele. Palavras como aquelas. Fiquei observando aquela cena como se fosse a minha favorita, mesmo vendo Chloe chorar.
— Quem é ele? — perguntou a moça quase tão semelhante a Chloe.
Ela arregalou os olhos e sorriu para mim aproximar.
— Esse é o Leo, mamãe — disse entre lágrimas. — Leo, essa é Constance... minha mãe.
— Olha, senhora Armstrong, eu sinto muito pela situação.
— Oh, querido — ela fungou. — Você veio de Los Angeles até Alabama com a minha filha. Não faz ideia de como estou grata por isso!
— Eu fiz questão de vir, mesmo sua filha sendo teimosa — Constance deu um olhar para Chloe.
— Como assim, Chloe?
— E-Eu estava abalada, mãe — explicou ela. — E estávamos meio... que sem se falar e você me ligou na hora que esbarrei no Leo.
— Por sorte, não é, minha filha? Aposto que nem estaria aqui se não fosse pelo Leo!
— Por favor, mãe, essa discussão fica pra mais tarde. Onde está o resto do pessoal?
— Na cafeteria, estávamos sem comer nada...
— Você já comeu? Está pálida!
— Não consigo comer...
— Pois trate de ir — Chloe resmungou. — Leo e eu ficamos por aqui e você vai comer.
Depois de muita briga, a senhora Armstrong foi comer alguma coisa. Abracei Chloe por alguns segundos até que escutei o bipe do elevador e Chloe afastar um pouco.
— Tori? — e depois alguém mais alto apareceu atrás dela. — Lewis... o que faz aqui?
A garota era um pouco mais alta que Chloe, tinha cabelos alaranjados e usava saltos absurdamente vermelhos, blusa e calça jeans. Já o cara estava usando camisa social, calça e sapatos muito bem limpos. O olhar de sua irmã era de curiosidade, mas brilhavam. Eu reconhecia esse olhar. Já o tal de Lewis... ele me olhava com certa especulação. Depois das apresentações formais, Chloe chegou um pouco próximo a mim. Tentando controlar o ciúmes que surgiu, instantaneamente, eu rodeei meu braço ao redor de sua cintura.
— Quando você chegou de viagem? — perguntou Lewis franzindo um pouco da testa.
— Ahn... chegamos tem quase uma hora — disse ela. — A mamãe foi comer algo, ela estava muito pálida.
— Ela não sai do hospital — murmurou Tori. — Vovó teve a pressão lá embaixo e papai tem tentado ficar o máximo que pode, mas com os novos investimentos... não consegue por muito tempo.
Tori mordia o lábio e quando encontrei o seu olhar, ela voltou a olhar para Lewis. Beijei o ombro de Chloe e passei a mão em seus braços já que ela estava começando a ficar gelada.
— Então, Leo — começou Tori —, você é o namorado da Chloe agora?
Lewis franziu a testa e olhava com expectativa para Chloe.
— Ahn... não, Victoria — Chloe respondeu por mim. — Somos só amigos.
— Amigos com benefícios, ela quer dizer — sorri irônico.
Chloe me deu um beliscão e eu tentei reprimir um gemido, mas em vez disso, dei o pior sorriso do mundo.
— Isso é... ótimo também, Chloe — Tori disse ao unir-se ao corpo de Lewis. — Eu e Lewis tem estado em uma coisa mais séria.
Tori parecia querer competir com Chloe e isso me deixava puto. Mas a minha imaginação era tão fértil que eu já me imaginava segurando uma arma e atirando bem na sua cara, onde continha aquele sorriso sarcástico no rosto.
— Meus parabéns — disse Chloe. — Bem, por mais que Lewis e eu crescemos juntos e tirando o fato que ele quase me implorou pra ficar aqui enquanto eu estava prestes a ir para Los Angeles... isso é ótimo.
Tori tremeu os lábios e creio eu que Chloe atingiu seu objetivo. Segurando a risada, pude ouvir a voz de Constance vindo até nós.
— Chloe, por que não vai pra casa com o Leo... tomem banho e descansem da viagem. Devem estar exaustos!
— Acho que seria ótimo — falei com um sorrisinho nos lábios ao ver a cara de raiva de Lewis e Tori.
Eles combinavam um com o outro de fato.
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365 em L.A. [✔] | EM REVISÃO.
Roman pour AdolescentsChloe Armstrong sempre foi uma garota quieta e centrada em estudos e até mesmo em sua família maluca. Quando ela, finalmente, consegue passar para uma faculdade longe de seu estado, ela vê uma chance de recomeçar sem ter a irmã insuportável por pert...