365 em L.A. [✔] | EM REVISÃO.

C A P Í T U L O 32 △ POR LEO

Eu precisei levar uma bronca do meu pai ao visita-lo para notar que havia feito muita merda. Por muita sorte, eu consegui vencer Dantas, o cara é uma lenda!

            Depois, eu fui um completo idiota ao chamar Nicole para uma noite de sexo e bebedeiras, além dela ter confessado sentir algo por mim. Não. Ela disse "apaixonada". O que é muito pior que "eu gosto de você".

            Em seguida e ainda pior: meu melhor amigo ter de limpar minhas merdas novamente. Ele teve de voltar mais cedo da viagem com Aubrey só pra vir me dar bronca.

            Mas uma recompensa nisso tudo... foi o fato de eu ligar para Chloe e escutar a sua voz. Doeu escutar não. Mas ela disse que me ama. Fiquei tão chocado que não consegui retornar. Mas eu já estava ansioso para ler aquela carta.

            Já fazia quase duas semanas que eu e Chloe terminamos e nos vimos pela última vez.

            Eu estava entrando em casa quando vi um papel pardo jogado no chão. Oh! É a carta. É a carta! O que ela tem a dizer?

— Alguém de casa? — escutei a buzina no lado de fora. Droga!

            Olhando para fora, encontrei Aubrey e Alex descendo do carro e vindo em direção a casa. Eles riam e andavam de mãos dadas. Eu estou na merda.

— Você trouxe a cerveja? — gritei para Alex que em seguida ergueu uma caixa delas.

— Sempre preparado — disse ele com um sorriso.

— Vocês, homens, só pensam em três coisas: mulheres, sexo e bebidas — comentou Aubrey.

— Não insulte a nossa raça — resmunguei. — Vocês só pensam em príncipe encantados e nós não retrucamos.

            Rindo, eles entraram.

Enquanto ríamos por horas, mas eu estava ansioso pra ler a carta. Por que a Chloe não mandou um simples e-mail? Essa garota é de outro mundo.

Aubrey bateu no meu joelho de leve e sorriu:

— Você pode ir... fazer o que tiver que fazer, não se preocupe com a gente.

            Dando um sorriso de volta, eu suspirei:

— Estou ansioso, mas não sei o que tem naquela carta.

            Aubrey ergueu as sobrancelhas.

— Carta? Chloe Armstrong te mandou uma... carta?

— Coisa de doido? Eu juro que não sei — brinquei.

            Ela soltou uma risadinha e disse:

— Você sabe que ela te ama, deve ter algo por trás disso, mas vamos saber o que é.

            Concordando com a cabeça, eu agradeci:

— Obri...

— Oh! — gritou Alex ao puxar a namorada possessivamente para si. — Não vale roubar a mina dos outros, Crawford.

            Revirando os olhos, fui até onde deixei a carta e caminhei até o meu quarto. Fechei a porta e absorvi o silêncio antes mesmo de deixar ser tomada pelas palavras em manuscrito.

            O barulho da carta sendo rasgada, preencheu por todo o quarto. Tomei respiração profunda antes de começar a ler:

"Querido Leo,

Antes que você pense que aquelas palavras cruéis que eu disse a você eram verdades, pode ter total certeza que são a mais pura mentira que eu poderia ter contado.

A verdade é que fui ameaçada pela Victoria, minha suposta irmã adotiva. Ela descobriu que ela era adotada e eu a filha legítima. E, aparentemente, ela surtou. Achando a única forma de me atingir e ela queria te atingir. Eu não poderia deixar isso acontecer nem a mil anos luz.

Por mais que minhas desculpas sejam esfarrapas, quero que saiba que eu nunca deixei de te amar. Nunca ouve outra pessoa além de você. De uma forma assustadora e boa ao mesmo tempo, você se tornou a minha única fonte de felicidade. Você me faz sentir coisas anormais.

Tudo parece mais intenso ao seu lado. Seu carinho, suas palavras, atitudes... Deus, eu te amo tanto. Ficar separada de você é algo tão doloroso quanto ter de escrever essa envergonha carta, com uma péssima caligrafia.

Eu entendo que te magoei. Mas espero que entenda que Tori queria te machucar. Então preferi me ferir e te afastar do que ela cometer alguma loucura. Não posso imaginar uma vida sem você, Leo. Sentir sede por um ano ou queimadura de milhões de graus... não mudaria a dor que sinto ao ficar longe de você.

            Espero que quando essa carta chegar, você esteja tão ansioso quanto eu estou ao chegar em suas mãos.

            Eu sinto sua falta.

            E eu amo você.

            Para sempre sua,

Chloe."

            Eu sentia meu coração como um balão.

            Inchando de sentimentos que não conseguiria descrever.

            Colocando a carta no bolso esquerdo, eu sai apressadamente do quarto e escutei as risadinhas do casal Romeu e Julieta no sofá. Ignorando, peguei minha carteira e as chaves de Alex.

 — Onde você vai? — Alex perguntou.

— Ele vai atrás dela — adivinhou Aubrey.

— Atrás de quem?

— Eu vou atrás da Chloe, seu idiota — falei ao jogar as chaves para Aubrey. — Você pode aproveitar as cervejas sozinho, mas preciso de uma carona e agora.