CAPÍTULO 27| Uma garotinha

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21:45

Depois de deixar Kay em casa e se despedir da garota, Levi e S/n seguem a caminho de casa.

- Essa noite tá muito longa e ainda temos um bom caminho pela frente... - S/n comentou.

- Realmente, nossa casa parece bem longe.

- Não tem nada de "parece" ela ESTÁ bem longe.

- Se quiser eu te levo nas costas.

- Não precisa.

- Está me subestimando?

- Não, mas vai que você encolhe ainda mais se carregar peso nas costas.

- O que está querendo dizer com isso?

- Hmm... Nada? - A garota não consegue mais controlar o riso e sua risada ecoa pela rua silenciosa.

- Sua sorte é que eu estou de bom humor. Dessa vez, eu deixo passar.

- Eu entendo, todo baixinho é irritado.

- Também não abusa, né?!

- Tá,parei. - Se esforça para conter o riso.

Levi se aproxima de S/n e segura firmemente a mão dela. Os dois continuam caminhando em silêncio por um tempo, até que S/n não aguenta mais e fala algo:

- O céu tá realmente muito lindo

- Nada se compara a um belo céu estrelado.

- Nisso eu tenho que concordar.

- Acho que mudei de ideia... Prefiro admirar sua beleza, o céu realmente não chega aos seus pés.

- Quem é você e o que fez com o meu Levi?

- Não estrague o momento, sua idiota. - Ainda assim ele corou graças ao "meu Levi". E deu um selinho rápido em S/n que puxou-o para aprofundar beijo. - Se alguém passar por aqui, vão achar que nós somos daquelas pessoas que ficam se pegando na rua...

- Essa rua tá mais deserta que minha mente em dia de prova, nem precisa se preocupar. Suas orelhas apareceram que fofinho, faz tempo que não vejo elas.

- São só orelhas, não precisa disso tudo.

- Ah, precisa sim! Vem cá, vai. - Acaricia o cabelo de Levi, em seguida, as orelhas felinas, e ele fecha os olhos devagar igual um gatinho comum. - Fale o que quiser, mas você é muito fofo as vezes.

- Tá bom... Temos que ir, você sabe que horas são?

- Verdade, que preguiça.

- Anda logo.

- Tá, tá, calma.

22:11

- Alguém me ajuda, por favor. - Uma garotinha aparentemente abandonada pedia ajuda e S/n aproximou-se.

- Aconteceu alguma coisa? Onde estão seus pais? - A criança se distância enquanto Levi observa à uma leve distância.

- Eles estão... Ali.

Duas pessoas saem de um beco aleatório da rua e uma delas segura S/n deixando uma faca pequena encostar em seu pescoço.

- Eu não sei quem são vocês, nem o que fazem na rua a essa hora. Mas se não quiser que essa garota se machuque entrega tudo o que tiver aí. - Uma mulher de cabelo longo cutuca o braço de Levi enquanto um homem segura S/n, ameaçando-a com a faca.

Percebendo que o homem se distraiu encarando Levi, S/n o golpeia com o cotovelo e assim que ele é acertado em cheio ela pega a faca.

- Eu não sei quem são vocês, nem o que fazem aqui, mas não vou deixar levarem nada nosso. Seus idiotas, usando uma criança como distração para roubar! Se quiserem fazer coisas ridículas, façam sozinhos! - S/n fala em algo e bom som.

Levi imediatamente sai de perto da mulher desconhecida e fica do lado de S/n.

- Vocês acham que um simples golpe desse vai me derrubar? Acho que os idiotas aqui são vocês! - O homem riu.

- Não deviam fazer arruaça a essa hora, tem gente querendo dormir. - Levi falou, sério.

- Tá de brincadeira com a minha cara?

O homem se aproximou-se dele, tentando atacar de todas as formas, mas ele apenas se esquivava enquanto saia de perto de S/n para que a garota não acabe se machucando.

- Você tem bons reflexos,mas vamos ver se vai escapar disso. - A mulher que estava com um pedaço de madeira na mão vai em direção a Levi.

- Olha, eu não gosto de violência. Mas nesse caso não vou ficar só olhando. - Ele chuta o pedaço de madeira da mão da mulher e os dois estranhos permanecem entre ataques aleatórios, buscando acertá-lo. - Vocês não cansam mesmo.

Cansado de ficar se esquivando esperando os dois desistirem, Levi decide dar um "golpe final" deixando os dois desacordados da forma menos agressiva que encontrou.

- Desde quando você sabe lutar? - S/n questionou, impressionada.

- Gatos precisam disso as vezes.

- Você foi muito gentil, mesmo com toda essa situação não usou muita violência. - Sorriu e acariciou-o, como se estivesse dando uma recompensa.

- Eu odeio ver pessoas machucadas... E essa garota aí?

- Ah, ela falou que eles não são os pais dela. Pelo visto, ela os ajudava em troca de comida.

- Acho que agora me arrependi de não ter usado um pouco mais de violência. - Levi olhou incrédulo para as duas pessoas desacordadas.

- Não precisa ter medo, garotinha. Ele só tá um pouco afobado por tudo o que aconteceu, mas é bem fofinho as vezes.

A criança sai de trás de S/n e olha para Levi, o mesmo se agacha e deixa suas orelhas a mostra tentando aliviar toda aquela situação da garota.

- Eu disse, ele é bem fofinho quando quer.

A garotinha olha com admiração as orelhas de Levi enquanto S/n pensa no que fazer.

- E agora? Não podemos deixar ela aqui.

- E qual é o problema?

- Filhotes humanos não conseguem se virar tão bem quanto filhotes de gato.

- Até filhotes de gato precisam de cuidado...

- Se gatinhos precisam, então porque a garotinha não precisaria?

- Verdade. Eu tô com sono. - Coçou os olhos após a última afirmação.

- Que fofinho.

- Lá vem...

- É melhor vocês irem, está ficando tarde. Vocês não são daqui, né? - A garotinha alertou-os.

- Nossa casa fica um pouquinho longe, mas eu não posso deixar você aqui sozinha. - S/n afirmou.

- Agora lascou. - Levi estava com medo do que aconteceria à seguir.

- Tá com sono mesmo, seu vocabulário até mudou.

- Quero ir pra casa... - S/n olhou para a garotinha e para Levi, que parece ainda mais indefeso que a própria criança, pensando no que fazer.

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