06:23
- Odeio acordar cedo. - S/n chegou na cozinha, de mal humor.
- Bom dia pra você também. - Levi estava sentado tomando um pouco de café, enquanto via a previsão do tempo.
- Já fez o café? Você é rápido, ein?
- Vê se pega um pouco da minha rapidez porque a gente não pode se atrasar.
- Ainda é cedo, se acalma.
- Estou perfeitamente calmo, mas sei que se der mole você vai perder todo o tempo fazendo literalmente nada e acabar se atrasando.
- Você me conhece tão bem que dá medo.
- Não é exatamente difícil conhecer alguém que convive comigo todos os dias...
- Realmente.
A garota sentou-se à mesa e tomou café ao lado de seu namorado. Depois disso, foi para o quarto arrumar seu cabelo, que ainda estava enrolado na toalha de uma forma bagunçada.
- Aja paciência pra arrumar essa desgraça - Falou, segurando seu creme de pentear
- Não fale assim, eu adoro o seu cabelo.
- E eu adoraria se você não aparecesse do nada...
- Dessa vez foi só pra não perder o costume e também, pra te admirar um pouquinho. - Aproximou-se por trás de S/n e deixou um beijo leve no pescoço da mesma que não conseguiu evitar um arrepio que tomou conta dela.
- Admirar o quê? Eu tentando domar o meu cabelo?
- É engraçado.
- Se veio pra rir da minha desgraça, pode ir saindo!
- Nunca, eu vim te ajudar. Me dá isso aqui. - Pegou a escova que estava na mão esquerda de S/n e começou a desembaraçar o cabelo dela.
- Não tá esquecendo de nada não?
- Verdade...
Após sentir o doce aroma do creme que ele tanto adorava quando estava nas madeixas da garota, Levi espalhou cuidadosamente um pouco pelo cabelo dela e continuou desembaraçando.
- Posso saber o motivo de você ter ficado tão atencioso do nada?
- Nem eu sei, só deu vontade.
- Pois que essa vontade permaneça.
- Também não abusa...
- Era brincadeira, ou talvez não...
- As vezes você me faz pensar que se eu desse um passo falso seria escravizado...
- Eu não sou tão desumana.
- Menos mal, por acaso você me ama mesmo ou só quer minha serventia aqui?
- Deixe-me pensar... - Levi se surpreendeu com a resposta, mas permaneceu em silêncio. - Claro que te amo! Não precisa nem perguntar.
- Desconfio
- Vou escrever "eu te amo" num tijolo e jogar na sua testa.
- Sua delicadeza supera minhas expectativas. - Brincou.
S/n riu baixinho e logo um silêncio se instalou no quarto.
- Terminei. - Ele alongou os braços. - Tô sentindo meu braço mais musculoso.
- Se fizer isso todo dia vai virar um anão bombado. - Zombou.
- Não vou nem comentar. Vê se cuida logo, a gente tem que sair daqui a pouco.