CAPÍTULO 38| Legal

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08:49

A viagem estava tranquila, S/n dormia tranquilamente encostada no ombro de Levi e o mesmo estava ficando totalmente entediado. Ainda iria demorar para a primeira parada, ele lamentava por não ter nada para se distrair, então, como última opção, decidiu acordar S/n.

- A gente já chegou? - Perguntou enquanto retirava o cabelo que estava em frente ao seu rosto e tentava acordar.

- Claro que não, ainda não chegou nem na primeira parada. 

- Ah, não... Então porque me acordou?

- Eu tava morrendo de tédio e você aí dormindo... Maldade.

- Own, tadinho. - Apertou as bochechas do garoto que ficou levemente bravo, mas acabou sorrindo.

- Podemos assistir, ou conversar. Você decide.

- Quero dormir. - Riu da expressão brava de Levi. - É brincadeira! Eu não tenho assunto pra conversar, você tem?

- Não exatamente, mas podemos pensar em como falar da Rosa para os seus pais.

- Sua mãe. 

- Ela não é exatamente minha mãe...

- Claro que é, deixa de ser exigente.

- Não é exigên... - Foi interrompido pelo barulho das pessoas saindo desordenadamente do ônibus, que havia parado naquele instante.

- Faltam mais três... - Referiu-se as paradas. - Viajar é muito chato.

- Tava aínda mais chato enquanto você dormia, acredite.

- Foi mal... É que o remédio da sono.

- Eu sei disso, li a bula quando você comprou.

- Stalker.

- Não. Só me preocupo com você.

- Essa preocupação exagerada para comportamento de um Stalker... - Fingiu sentir medo e Levi acabou acreditando. - Calma, eu tava brincando. É realmente incomum essa preocupação com tudo, mas tá tudo bem.

- Eu achei que era normal se preocupar com minha namorada.

- É completamente normal, só é difícil encontrar pessoas assim. Mas você deixa transparecer até demais, aí fica meio excessivo. É fofo, até aparecer no jornal...

- Acho que não chegaria a esse ponto.

- Ainda acha? Agora sim deu medo. - Riu. 

- Não se preocupe, eu não seria tão tóxico. 

- Hm, desconfio. 

- Podemos falar do assunto que deveríamos?

- Caramba, que formal. Mas se bem que eu nem sei porque tô surpresa... Podemos, claro.

- Assuntos assim exigem formalidade.

- Eu não acho, pelo menos, não neste momento.

- Então, tá. Eu não sei como podemos contar isso... Tipo, só chegar do nada e falar que agora tenho mãe?

- É só esperar um momento bom, e falar que temos um assunto importante.

- Não seria estranho?

- Talvez, mas só no começo. Depois você esclareceria tudo, né?

- Tem razão. Eu gosto da forma como você alivia minhas preocupações. - Deu um selinho em S/n, pegando-a de surpresa.

- Você parece uma caixa de surpresa as vezes.

- Por que? O beijo foi tão repentino assim?

- Acho que sim, mas não estou reclamando, longe disso. Minha única reclamação é estarmos rodeados de pessoas, agora.

- Então dividimos a mesma queixa. 

- Agora que já está tudo esclarecido, podemos assistir o que você falou?

- Claro, meu amor.

- Ainda não acostumei com você sendo tão carinhoso.

- Vai ter muito tempo para acostumar.

Os dois acomodaram-se e começaram a assistir o desenho que Levi havia baixado antes de saírem de casa. Ele acariciava o cabelo de S/n com uma mão e segurava o celular com a outra. Isso logo se tornou cansativo e o braço do garoto começou a ficar dormente, então decidiram alternar sobre quem seguraria o celular.

- Por mais que deixe meu braço dolorido, eu ainda adoro esses momentos com você. 

- Você ainda consegue segurar muito mais tempo que eu.

- Isso é verdade, mas não importa. - Beijou a testa da garota. 

Quando estão juntinhos, o tempo passa mais rápido, e assim, aconteceu. Quando se deram conta, o sol já estava prestes a se pôr e o ônibus já havia parado em seu destino.

- Finalmente. - Espreguiçou-se.

- Eu nunca pensei que diria isso, mas tô morrendo de cansaço. 

- E porque a surpresa?

- É estranho ficar cansado de estar sentado.

- Realmente, mas quem sou eu pra questionar.

17:21

Após descerem do ônibus foram surpreendidos por S/m e S/p que vieram direto até eles, com toda a animação possível.

- Que saudade! - A mãe correu para abraçar S/n.

- Calma mãe, você vai ter muito tempo pra matar a saudade não precisa me esmagar.  - Tentou sair do "abraço de urso" da mãe. 

- Oi.

-  Oi. - Levi e S/p cumprimentaram-se brevemente, e seriamente. 

- Poderiam se cumprimentar normalmente? Que clima mais estranho. - S/n notou a esquisitice entre os dois.

- Eu falei normalmente.

- Eu também. - Levi confirmou com a cabeça. 

- Então tá. 

- Vamos? Ainda tenho que preparar a janta. - S/m apressou-os.

- A gente pode ajudar. - Levi propôs.

- Nana nina não, hoje não. Vocês devem estar cansados.

- Dessa vez,vou aceitar a cortesia. 

Todos foram até a casa de S/m e S/p no carro do mesmo. Levi acabou cochilando no ombro de sua namorada e S/m comentou sobre o quanto isso é fofo, enquanto S/p olhava pelo espelho do carro, desviando o olhar, fingindo que não estava sentindo uma pontada de ciúmes.

- Seu pai é tão ciumento, quero ver quando você casar. 

- Ela nem terminou a faculdade ainda, para de dar ideia. 

- Tá vendo, ele tá morrendo de ciúme. E dois anos passam voando, logo ela termina. - S/n permaneceu em silêncio, observando até onde esse assunto iria.

- Não é como se ela fosse casar assim que saísse da universidade...

- Nunca se sabe.

S/n: - Mãe... É melhor ficar quieta, não queremos que aconteça um acidente. - Riu.

- Vocês duas são muito exageradas. 

- Ah, é? Se não está morrendo de ciúmes, então fala, o que achou do Levi?

- Parem de me distrair, eu tô dirigindo.

- Fala logo!

- Vai pai, fala! Até eu tô curiosa agora.

- Ele é... Legal. - A última palavra quase não foi pronunciada.

Levi Neko ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora