08:49
A viagem estava tranquila, S/n dormia tranquilamente encostada no ombro de Levi e o mesmo estava ficando totalmente entediado. Ainda iria demorar para a primeira parada, ele lamentava por não ter nada para se distrair, então, como última opção, decidiu acordar S/n.
- A gente já chegou? - Perguntou enquanto retirava o cabelo que estava em frente ao seu rosto e tentava acordar.
- Claro que não, ainda não chegou nem na primeira parada.
- Ah, não... Então porque me acordou?
- Eu tava morrendo de tédio e você aí dormindo... Maldade.
- Own, tadinho. - Apertou as bochechas do garoto que ficou levemente bravo, mas acabou sorrindo.
- Podemos assistir, ou conversar. Você decide.
- Quero dormir. - Riu da expressão brava de Levi. - É brincadeira! Eu não tenho assunto pra conversar, você tem?
- Não exatamente, mas podemos pensar em como falar da Rosa para os seus pais.
- Sua mãe.
- Ela não é exatamente minha mãe...
- Claro que é, deixa de ser exigente.
- Não é exigên... - Foi interrompido pelo barulho das pessoas saindo desordenadamente do ônibus, que havia parado naquele instante.
- Faltam mais três... - Referiu-se as paradas. - Viajar é muito chato.
- Tava aínda mais chato enquanto você dormia, acredite.
- Foi mal... É que o remédio da sono.
- Eu sei disso, li a bula quando você comprou.
- Stalker.
- Não. Só me preocupo com você.
- Essa preocupação exagerada para comportamento de um Stalker... - Fingiu sentir medo e Levi acabou acreditando. - Calma, eu tava brincando. É realmente incomum essa preocupação com tudo, mas tá tudo bem.
- Eu achei que era normal se preocupar com minha namorada.
- É completamente normal, só é difícil encontrar pessoas assim. Mas você deixa transparecer até demais, aí fica meio excessivo. É fofo, até aparecer no jornal...
- Acho que não chegaria a esse ponto.
- Ainda acha? Agora sim deu medo. - Riu.
- Não se preocupe, eu não seria tão tóxico.
- Hm, desconfio.
- Podemos falar do assunto que deveríamos?
- Caramba, que formal. Mas se bem que eu nem sei porque tô surpresa... Podemos, claro.
- Assuntos assim exigem formalidade.
- Eu não acho, pelo menos, não neste momento.
- Então, tá. Eu não sei como podemos contar isso... Tipo, só chegar do nada e falar que agora tenho mãe?
- É só esperar um momento bom, e falar que temos um assunto importante.
- Não seria estranho?
- Talvez, mas só no começo. Depois você esclareceria tudo, né?
- Tem razão. Eu gosto da forma como você alivia minhas preocupações. - Deu um selinho em S/n, pegando-a de surpresa.
- Você parece uma caixa de surpresa as vezes.
- Por que? O beijo foi tão repentino assim?
- Acho que sim, mas não estou reclamando, longe disso. Minha única reclamação é estarmos rodeados de pessoas, agora.
- Então dividimos a mesma queixa.
- Agora que já está tudo esclarecido, podemos assistir o que você falou?
- Claro, meu amor.
- Ainda não acostumei com você sendo tão carinhoso.
- Vai ter muito tempo para acostumar.
Os dois acomodaram-se e começaram a assistir o desenho que Levi havia baixado antes de saírem de casa. Ele acariciava o cabelo de S/n com uma mão e segurava o celular com a outra. Isso logo se tornou cansativo e o braço do garoto começou a ficar dormente, então decidiram alternar sobre quem seguraria o celular.
- Por mais que deixe meu braço dolorido, eu ainda adoro esses momentos com você.
- Você ainda consegue segurar muito mais tempo que eu.
- Isso é verdade, mas não importa. - Beijou a testa da garota.
Quando estão juntinhos, o tempo passa mais rápido, e assim, aconteceu. Quando se deram conta, o sol já estava prestes a se pôr e o ônibus já havia parado em seu destino.
- Finalmente. - Espreguiçou-se.
- Eu nunca pensei que diria isso, mas tô morrendo de cansaço.
- E porque a surpresa?
- É estranho ficar cansado de estar sentado.
- Realmente, mas quem sou eu pra questionar.
17:21
Após descerem do ônibus foram surpreendidos por S/m e S/p que vieram direto até eles, com toda a animação possível.
- Que saudade! - A mãe correu para abraçar S/n.
- Calma mãe, você vai ter muito tempo pra matar a saudade não precisa me esmagar. - Tentou sair do "abraço de urso" da mãe.
- Oi.
- Oi. - Levi e S/p cumprimentaram-se brevemente, e seriamente.
- Poderiam se cumprimentar normalmente? Que clima mais estranho. - S/n notou a esquisitice entre os dois.
- Eu falei normalmente.
- Eu também. - Levi confirmou com a cabeça.
- Então tá.
- Vamos? Ainda tenho que preparar a janta. - S/m apressou-os.
- A gente pode ajudar. - Levi propôs.
- Nana nina não, hoje não. Vocês devem estar cansados.
- Dessa vez,vou aceitar a cortesia.
Todos foram até a casa de S/m e S/p no carro do mesmo. Levi acabou cochilando no ombro de sua namorada e S/m comentou sobre o quanto isso é fofo, enquanto S/p olhava pelo espelho do carro, desviando o olhar, fingindo que não estava sentindo uma pontada de ciúmes.
- Seu pai é tão ciumento, quero ver quando você casar.
- Ela nem terminou a faculdade ainda, para de dar ideia.
- Tá vendo, ele tá morrendo de ciúme. E dois anos passam voando, logo ela termina. - S/n permaneceu em silêncio, observando até onde esse assunto iria.
- Não é como se ela fosse casar assim que saísse da universidade...
- Nunca se sabe.
S/n: - Mãe... É melhor ficar quieta, não queremos que aconteça um acidente. - Riu.
- Vocês duas são muito exageradas.
- Ah, é? Se não está morrendo de ciúmes, então fala, o que achou do Levi?
- Parem de me distrair, eu tô dirigindo.
- Fala logo!
- Vai pai, fala! Até eu tô curiosa agora.
- Ele é... Legal. - A última palavra quase não foi pronunciada.