06:35
Levi levantou cedo, como costuma fazer todos os dias. Foi até a cozinha. Por sorte, sua memória é boa, então ele não teve dificuldade de localizar-se em sua antiga casa. Tudo parecia estar no mesmo lugare, uma sensação de extrema nostalgia tomou conta do garoto que se pegou observando uma fotografia de Rosa e seu marido, quando jovens.
Após voltar a realidade, logo encontrou Rosa que já estava de pé preparando o café da manhã, enquanto falava com algumas plantas. Agora dá pra entender de onde vem esse costume de acordar cedo.
- Bom dia. - Saudou-a, sorridente.
- Nossa. Você me assustou, garoto. Não chega assim do nada.
- Desculpa...
- Bom, algumas coisas nunca mudam. Você sempre foi muito sorrateiro.
- Ou você que é muito distraída.
- Tudo depende da perspectiva.
- Deixa eu te ajudar. - Aproximou-se dps utensílios de cozinha.
- Nana nina não! Você é um convidado, ajuda se ficar quieto e não atrapalhar.
- Você mesma disse que somos família, então não precisamos dessas formalidades.
- Ora, vai me impedir de cozinhar para o meu filho que esteve longe por tanto tempo? E eu não preciso de ajuda, nunca precisei.
- Pelo visto, continua teimosa. Não vou nem discutir,faça como quiser. - Cruzou os braços, emburrado.
- Bom garoto. Pode ir acordar sua namorada, e a Helena?
- Eu já ia mesmo, posso.
O garoto sai tão silenciosamente quanto quando chegou e vai ao encontro de sua namorada. Aos olhos dele, ela dormia tão lindamente que era uma pena ter que acordá-la.
De forma carinhosa, coisa que não costuma acontecer, Levi chama por S/n que quase não acorda mas logo resmunga para mostrar que já despertou. Definitivamente, ela não gosta de acordar cedo.- Bom dia, meu amor. - Acariciou o rosto da garota, provocando-lhe um rubor que tomou conta de seu rosto recém desperto.
- Okay... Eu acho que acordei na realidade errada.
- Deixa de idiotice e levanta logo.
- Me enganei, com certeza esse é o meu Levi.
- O que quer dizer com isso?
- Você carinhoso é suspeito, muito suspeito.
- Quer dizer que eu não posso te chamar de "meu amor"?
- Eu nunca disse que não pode, é que você não costuma fazer isso.
- As coisas mudam, e hoje estou de bom humor.
- Tenho até medo desse seu "bom humor".
- Se não gosta que eu seja carinhoso, é só falar.
- Eu já disse que não estou reclamando, ué? Até achei fofo.
Levi: - Então posso te chamar de amor,ou talvez amorzinho?
S/n: - Ai... Não tô preparada pra ver o Levi romântico, mas, chame da forma que preferir.
- Vai continuar na cama por quanto tempo?
- Tô com preguiça.
- Percebi... Vou deixar você lutando contra essa preguiça enquanto chamo a Helena.
- Muito cavalheiro, ein.
- Sempre. - Sorriu de forma cômica.
- Mas como você sabe onde fica o quarto dela?
- Eu não sei, mas vou achar
- Boa sorte aí,viu? - Zombou.
Levi da uma última olhada em S/n, antes de sair, um olhar marcante daqueles que fazem a garota arrepiar, mas, ao mesmo tempo, ela se sentiu envergonhada pois provavelmente estava toda descabelada ou algo do tipo.
- Bom, agora é hora de explorar aquele banheiro chique. - Ela espreguiçou-se antes de levantar.
06:49
- Até que não foi tão difícil achar. - Diz o garoto em frente a uma porta cuja havia uma placa roxa escrito "Helena".
Ele abre a porta devagar, se certificando de que não veria nada indevido. Sempre foi cuidadoso em relação a privacidade das pessoas, é só uma característica particular dele. Helena parecia estar acostumada a acordar cedo, já que levantou bem mais rápido que S/n.
- Bom dia - A garotinha fala, sonolenta, enquanto coça os olhos.
- Bom dia. É raro encontrar alguém da sua idade que acorde cedo quando não tem aula.
- Eu já acostumei, sempre ajudo a vovó com as plantas e tenho mais tempo para brincar.
- A S/n disse que jamais vai acostumar a acordar cedo, acho que você devia dar umas dicas pra ela.
- Pode deixar que eu explico pra ela como é fácil!
- Acho difícil conseguir convencê-la, mas não custa tentar. Vou te deixar mais à vontade, a Rosa tá fazendo o café e não me deixou ajudar então o que me resta é distrair a S/n.
- Quer me ajudar com as plantas, depois de tomar café? Pode chamar a S/n também.
- Eu prometi que voltaria para casa assim que tomasse café, mas talvez eu abra uma exceção.
A garotinha apenas concorda,o que faz Levi questionar-se sobre que tipo de disciplina ela recebia naquela casa para aceitar as coisas tão fácil. Para ele, era normal uma criança ser insistente e choramingar.
Levi se retira e vai novamente ao encontro de S/n. Chegando lá ele encontra a garota em frente a janela, perdida em seus pensamentos.
- Pretende ficar aí até quando?
- Por acaso você tem teletransporte? Aparece do nada, misericórdia.
- Acho que quase todo mundo nessa casa é distraído.
- Eu tava aqui esperando minha alma voltar para o corpo.
- A essa hora, já deve ter voltado. Vamos.
- Não vai nem me dar um abraço?
Sem mais palavras, Levi aproxima-se de S/n e a abraça calorosamente. Ele respira próximo ao pescoço da garota com a intenção de sentir o cheiro que ele tanto adora, o que faz ela arrepiar e suspirar levemente.
- Eu te amo. - Falou baixinho.
S/n fica em silêncio assimilando as palavras do garoto que começa a ficar meio inseguro.
- Eu... Eu também te amo
Com isso, ele a abraça ainda mais e depois da espaço para um beijo carinhoso que faz os dois se apaixonarem ainda mais.
- É melhor irmos antes que sintam nossa falta.
- Empata foda...
- Podemos continuar de onde paramos assim que chegarmos em casa.
- Acho que nunca fiquei tão ansiosa pra tomar café na minha vida...
- Eu vou estar do seu lado, pode segurar minha mão se quiser. E as duas já te conhecem, então não precisa ficar tão nervosa, tá? - O garoto beija a bochecha de S/n e segura na mão da garota conduzindo a até a cozinha.