CAPÍTULO 30| Não preciso de ajuda

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06:35

Levi levantou cedo, como costuma fazer todos os dias. Foi até a cozinha. Por sorte, sua memória é boa, então ele não teve dificuldade de localizar-se em sua antiga casa. Tudo parecia estar no mesmo lugare, uma sensação de extrema nostalgia tomou conta do garoto que se pegou observando uma fotografia de Rosa e seu marido, quando jovens.

Após voltar a realidade, logo encontrou Rosa que já estava de pé preparando o café da manhã, enquanto falava com algumas plantas. Agora dá pra entender de onde vem esse costume de acordar cedo.

- Bom dia. - Saudou-a, sorridente.

- Nossa. Você me assustou, garoto. Não chega assim do nada.

- Desculpa...

- Bom, algumas coisas nunca mudam. Você sempre foi muito sorrateiro.

- Ou você que é muito distraída.

- Tudo depende da perspectiva.

- Deixa eu te ajudar. - Aproximou-se dps utensílios de cozinha. 

- Nana nina não! Você é um convidado, ajuda se ficar quieto e não atrapalhar.

- Você mesma disse que somos família, então não precisamos dessas formalidades. 

- Ora, vai me impedir de cozinhar para o meu filho que esteve longe por tanto tempo? E eu não preciso de ajuda, nunca precisei.

- Pelo visto, continua teimosa. Não vou nem discutir,faça como quiser. - Cruzou os braços, emburrado.

- Bom garoto. Pode ir acordar sua namorada, e a Helena?

- Eu já ia mesmo, posso.

O garoto sai tão silenciosamente quanto quando chegou e vai ao encontro de sua namorada. Aos olhos dele, ela dormia tão lindamente que era uma pena ter que acordá-la.
De forma carinhosa, coisa que não costuma acontecer, Levi chama por S/n que quase não acorda mas logo resmunga para mostrar que já despertou. Definitivamente, ela não gosta de acordar cedo.

- Bom dia, meu amor. - Acariciou o rosto da garota, provocando-lhe um rubor que tomou conta de seu rosto recém desperto. 

- Okay... Eu acho que acordei na realidade errada.

- Deixa de idiotice e levanta logo.

- Me enganei, com certeza esse é o meu Levi. 

- O que quer dizer com isso?

- Você carinhoso é suspeito, muito suspeito.

- Quer dizer que eu não posso te chamar de "meu amor"?

- Eu nunca disse que não pode, é que você não costuma fazer isso.

- As coisas mudam, e hoje estou de bom humor.

- Tenho até medo desse seu "bom humor".

- Se não gosta que eu seja carinhoso, é só falar.

- Eu já disse que não estou reclamando, ué? Até achei fofo.

Levi: - Então posso te chamar de amor,ou talvez amorzinho?

S/n: - Ai... Não tô preparada pra ver o Levi romântico, mas, chame da forma que preferir.

- Vai continuar na cama por quanto tempo?

- Tô com preguiça.

- Percebi... Vou deixar você lutando contra essa preguiça enquanto chamo a Helena.

- Muito cavalheiro, ein.

- Sempre. - Sorriu de forma cômica.

- Mas como você sabe onde fica o quarto dela?

- Eu não sei, mas vou achar

- Boa sorte aí,viu? - Zombou.

Levi da uma última olhada em S/n, antes de sair, um olhar marcante daqueles que fazem a garota arrepiar, mas, ao mesmo tempo, ela se sentiu envergonhada pois provavelmente estava toda descabelada ou algo do tipo.

- Bom, agora é hora de explorar aquele banheiro chique. - Ela espreguiçou-se antes de levantar.

06:49

- Até que não foi tão difícil achar. -  Diz o garoto em frente a uma porta cuja havia uma placa roxa escrito "Helena".

Ele abre a porta devagar, se certificando de que não veria nada indevido. Sempre foi cuidadoso em relação a privacidade das pessoas, é só uma característica particular dele. Helena parecia estar acostumada a acordar cedo, já que levantou bem mais rápido que S/n.

- Bom dia - A garotinha fala, sonolenta, enquanto coça os olhos.

- Bom dia. É raro encontrar alguém da sua idade que acorde cedo quando não tem aula.

- Eu já acostumei, sempre ajudo a vovó com as plantas e tenho mais tempo para brincar. 

- A S/n disse que jamais vai acostumar a acordar cedo, acho que você devia dar umas dicas pra ela.

- Pode deixar que eu explico pra ela como é fácil!

- Acho difícil conseguir convencê-la, mas não custa tentar. Vou te deixar mais à vontade, a Rosa tá fazendo o café e não me deixou ajudar então o que me resta é distrair a S/n.

- Quer me ajudar com as plantas, depois de tomar café? Pode chamar a S/n também.

- Eu prometi que voltaria para casa assim que tomasse café, mas talvez eu abra uma exceção.

A garotinha apenas concorda,o que faz Levi questionar-se sobre que tipo de disciplina ela recebia naquela casa para aceitar as coisas tão fácil. Para ele, era normal uma criança ser insistente e choramingar.

Levi se retira e vai novamente ao encontro de S/n. Chegando lá ele encontra a garota em frente a janela, perdida em seus pensamentos.

- Pretende ficar aí até quando?

- Por acaso você tem teletransporte? Aparece do nada, misericórdia.

- Acho que quase todo mundo nessa casa é distraído.

- Eu tava aqui esperando minha alma voltar para o corpo.

- A essa hora, já deve ter voltado. Vamos. 

- Não vai nem me dar um abraço?

Sem mais palavras, Levi aproxima-se de S/n e a abraça calorosamente. Ele respira próximo ao pescoço da garota com a intenção de sentir o cheiro que ele tanto adora, o que faz ela arrepiar e suspirar levemente.

- Eu te amo. - Falou baixinho. 

S/n fica em silêncio assimilando as palavras do garoto que começa a ficar meio inseguro.

- Eu... Eu também te amo

Com isso, ele a abraça ainda mais e depois da espaço para um beijo carinhoso que faz os dois se apaixonarem ainda mais.

- É melhor irmos antes que sintam nossa falta.

- Empata foda...

- Podemos continuar de onde paramos assim que chegarmos em casa. 

- Acho que nunca fiquei tão ansiosa pra tomar café na minha vida... 

- Eu vou estar do seu lado, pode segurar minha mão se quiser. E as duas já te conhecem, então não precisa ficar tão nervosa, tá? - O garoto beija a bochecha de S/n e segura na mão da garota conduzindo a até a cozinha.

Levi Neko ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora