Um Prato Apimentado - ĐARK

VII

...♡...

CHOI LEON

_ Oi, você também vai embora agora? _ Ishiida fala enquanto me olha, segurando uma bolsa grande.
Olho para a carta atentamente.
_ Oh meu Deus, ela te mandou uma carta, ok, sinceramente, achei que ela era uma grande cretina, mas até que é romântica.
_ Ela me mandou ir até a casa dela... nem vai estar lá, vai trabalhar até as 22.
_ Então vá até o trabalho dela? Vá busca-la, que tal?
_ Não sei exatamente aonde ela trabalha, pois é um restaurante longe daqui, não sei nem ao mesmo se é mesmo um restaurante, talvez seja uma cafeteria, só fui lá uma vez, ela não me deixa ir lá, por achar que seria misturar vida pessoal com profissional.
_ Mas hoje nós vamos!
_ Nós?
_ Sim, não irei perder o desfecho da história! _ Ele olha pras flores _ Presente! Óbvio, você tem que comprar um presente, arruma suas coisas, vamos a uma lojinha de conveniência.

Arrumo tudo como ele tinha dito, fomos em nossos carros, e eu apenas o segui, indo atrás de seu carro. Chegando em uma loja toda enfeitada, com uma fachada vermelha, com corações e flechas pra todos os lados, entramos lá. Ele me fez fuçar tudo o que havia naquele lugar, até achar uma máquina de ursos, e me fez gastar moedas até pegar o ursinho, também compramos um envelope pra uma suposta carta que eu teria que escrever.

DO OUTRO LADO DA RUA

_ Alô? é, aqui é a reporter Jun, sim sim estou o seguindo... acabou de entrar em uma loja romântica com Choi leon... notícia? ótimo, publicamos então, tchau!

....♤

_ Choi, chegamos!
_ Por que te deixe me convencer em vir aqui? Você nem ao menos é meu amigo! Você é meu inimigo mortal!
_ Só você pensa assim meu bem, agora vaza desse carro e vai falar com sua esposa _ Ishiida me provoca e eu bufo entediado.

Saio do carro, pegando os presentes em minha mão, estava ansioso e meu coração nunca bateu tão forte, estava a ponto de desmaiar, parece exagerado, mas a minha vontade é de sair correndo e fingir que nada está acontecendo, vejo as luzes do lugar se apagando e a vejo sair... havia mais alguém ao seu lado, o que me fez recoar e voltar a entrar no carro, me escondo um pouco e a vejo na causada com outra mulher ao seu lado, o carro estava perto, então mesmo baixo, pude ouvir as vozes.

_ Vai ve-lo de novo? _ provavelmente se referindo a mim.
_ Sim, precisamos do dinheiro pra cafeteria lembra? Como vamos continuar tudo isso sem o dinheiro amor?

AMOR, nunca vi essa palavra me machucar tanto, desde quando havia outra pessoa? Desde quando eu estava servindo de "sócio" pra uma cafeteria que nunca nem ao menos tomei um gole de café, pela primeira vez, senti repulso, me senti violado, senti que tudo o que eu sentia era apenas uma brincadeira e jogo pra ela, como se eu fosse um banco sem sentimentos.

_ Odeio te ver com ele, odeio sentir ciúmes de vocês... _ Diz a mulher ao seu lado.
_ Você sabe que sou sua _ Sorri de uma forma sincera, como eu nunca havia visto.
Elas se beijam, ali mesmo, em um lugar público e sem cerimônia, ela hesitava sobre meus beijos, mais se derretia c outra, enquanto se aproveitava do meu dinheiro. Sinto tudo ficar escuro, mas não era o desmaio de que tinha falado mais cedo, eram as mãos largas e finas de Ishiida, tinha prendido todo meu foco naquilo e esquecido totalmente de que ele ainda estava ali. Talvez a decepção também tenha o atingido, deveria ter ouvido quando ele a chamou de cretina.