Um Prato Apimentado - ĐARK

XIII

CHOI LEON

Quando a porta do banheiro se fecha, é como se a máscara caisse, aquela com que havia terminado de construir com ajuda de Ishida, olhei atentamente pra porta e senti o vazio bater, a necessidade me consumir, álcool, preciso dele, começo a ficar ofegante e despenco minhas mãos sobre a pia do banheiro, abaixo a minha cabeça e lembro a mim mesmo que havia guardado ali no banheiro, uma garrafa de tequila, Ren não gostava de me ver beber, então, escondia sempre uma garrafa ali, procurei com tanta afobação, que meu coração palpitava e minhas mãos tremiam, quando a encontrei, abri a garrafa e bebi pelo seu gargalo, sentindo meu corpo se aliviar, a tensão indo embora ao longo dos longos goles, minutos foram se passando, e eu ja tinha dado conta daquela garrafa, ainda me senti vazio, senti o desespero correr em meu sangue e ouvi o barulho da banheira escorrendo a água, Ishida havia a ligado antes que eu entrasse, ja estava cheia, transbordando na verdade, cambaleando, não de bêbado, mas sim com a tontura de todo meu desespero, caio dentro da banheira, deixo todo meu corpo dentro da água e permaneço ali, ate que ouço a voz de Ren, me senti eufórico e voltei a água, fui perdendo meu fôlego e me deixando levar, pela brisa da água, a escuridão tomou os meus olhos e não pude mais ver ou ouvir, como queria a muito tempo.

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_ Doutor, tem certeza que ele não sofreu nada com o desmaio?
_ Sim, não se preocupe, foi apenas um desmaio por falta de oxigênio, não danificou nada e nem a feridas nele, apenas pequenos hematomas por ele ter supostamente se jogado na banheira.
_ O que você está fazendo Ishida? Cadê a Ren?
_ Obrigado Dr. pode ir! _ Ishida vem andando depois de se despedir de um homem, aparentemente um médico _ Não se lembra do que aconteceu?
_ Não.
_ Você se embebedadou e tentou se afogar.
_ Não tentei me afogar!
_ Você vai pra um psicólogo antes de irmos para Nova York.
_ Não sou louco.
_ Você não é louco, mas precisa de alguém qualificado pra lidar com isso.
_ Mas... _ Ele me interrompe.
_ Sem "mas"! Vou marcar a consulta, agora se concentre em beber o chá de camomila pra se acalmar e dormir.
Apenas pego o chá, ainda incomodado com tudo aquilo, não era louco, porque precisaria de algo assim?

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DUAS SEMANAS DEPOIS

_" Você tem dependência emocional e dependência em álcool, isso faz você ficar muito ansioso, então, em resultado disso, você desenvolveu um transtorno de ansiedade" _ Repito o que o psicólogo disse à mim para Ishida.
_ Foi o que ele disse?
_ Sim, me mandou voltar pra fazer os tratamentos.
_ Você vai não é?
_ Não.
_ Porque você não vai?! _ Ishida diz surpreso.
_ Consigo me virar sozinho.
_ Choi... VOCÊ QUASE MORREU POR CAUSA DISSO! _ Fala em um tom de voz alto, quase em gritos.
_ Quem você pensa que é? Entrou na minha vida de repente e do nada quer mandar em tudo o que faço, lembre- se que a vida é minha e de que não somos amigos, você tem que entender que eu não preciso de você aqui comigo e que consigo me virar sozinho, não é porque tive recaídas que não posso me estabelecer, me manter no controle, somos sócios e não é porque você está me ajudando que você é algo meu, muito precipitado _ Quando termino de falar, olho pra Ishida, parecia em choque.
Ishida olha pra baixo e apenas pega suas coisas e se retirar da casa, sozinho de novo.