Tankhun falou ininterruptamente por todo momento que ficamos na mesa — cerca de quarenta minutos — sobre seus animais de estimação — um casal de ramirezi dos quais ele colocou o nome de Bob e Sandy e sua raposa Lady —, seus filmes favoritos, as roupas que desejava comprar, em como se espelhava na moda parisiense e francesa, sobre suas viagens mais malucas com destinos incertos e seus sonhos nada convencionais. No fim de tudo, ele se levantou em um surto de empolgação quando recebeu uma mensagem em seu celular e foi embora sem falar coisa com coisa. Maluquinho.
Arm se despediu de Pol assim que chegamos ao estacionamento do shopping, o mais velho parecia preocupado demais depois que recebeu uma ligação do seu trabalho — algo como um teste que não saiu como o esperado — e por isso não pode nos acompanhar até o apartamento, como era o plano inicial.
Porsche e Kinn permaneceram em silêncio desde que entramos no elevador até chegarmos no carro. Eles pareciam conversar seriamente através do olhar e pelas expressões que Porsche tentava disfarçar, podia jurar que uma pequena tensão havia se instalado entre os dois.
Eu apenas me acomodei no banco de trás direcionando meu olhar para além da janela de vidro fumê quando o carro foi colocado em movimento. Uma sensação desconhecida, estranhamente esmagadora e reconfortante, me preenchia. Não era tão ruim, na verdade, não era ruim de maneira alguma.
O silêncio foi o quinto passageiro durante todo trajeto até o apartamento, sendo interrompido vez ou outra pelo barulho de notificações chegando no telefone de Kinn, que sempre balbuciava alguma coisa e suspirava demonstrando uma camada espessa de estresse.
Depois de algumas voltas ao redor do edifício e mais algumas pelo estacionamento, chegando a conclusão de que não havia nenhum repórter à espreita, Kinn parou o carro o mais próximo possível do elevador e se despedindo brevemente, seguiu caminho ao lado de um Porsche aparentemente irritado.
— Vou preparar uma bebida, você quer? — Arm falou alto o suficiente para me tirar do meu transe assim que adentramos ao apartamento e ele fechou a porta atrás de si.
— Hum. — concordei em um murmúrio indo em direção ao sofá da sala, ouvindo seus passos ficarem cada vez mais distantes.
O relógio já marcava quase seis horas da noite e o apartamento se encontrava a meia luz, um silêncio quase ensurdecedor se comparado à loucura que estava no shopping. Reconfortante eu diria.
Com um longo suspiro me afundei no sofá, apoiando a cabeça no encosto e fechando os olhos, permitindo que meu corpo finalmente relaxasse e minha mente se perdesse em um misto de pensamentos.
Lembranças como meu desembarque em Bangkok, a recepção calorosa e acolhedora que Arm e Porsche me deram, a surpresa pela peculiaridade da boate, a dança hipnotizante de Vegas, a maneira como me senti ao tocar seus lábios e como de alguma maneira estranha experimentei uma segurança e leveza única ao seu lado, em como a frustração e o sentimento de ser menos me atingiu ao ver o convite de casamento de Brian e em como Vegas, com seu sorriso encantador, conseguiu me deixar à vontade no dia mais estressante desde que cheguei, me atingiram de repente me causando um misto louco de sensações.
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Only You↬VegasPete
FanficSonhar é o combustível que move os sonhadores, mas para Pete, um modelo em ascensão, o seu maior sonho veio acompanhado do seu pior pesadelo. Traição. Depois de sofrer mais uma decepção amorosa, ele resolve voltar à Tailândia e tentar recomeçar do z...