Sonhar é o combustível que move os sonhadores, mas para Pete, um modelo em ascensão, o seu maior sonho veio acompanhado do seu pior pesadelo. Traição.
Depois de sofrer mais uma decepção amorosa, ele resolve voltar à Tailândia e tentar recomeçar do z...
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Me sentia um bobo analisando as expressões de Vegas, enquanto ele mantinha os olhos fixos na tevê. Percebi o quanto estava perdido em sua beleza, mas não apenas nela, existia uma gama de atitudes, minúsculas até, que me deixava encantado por ele. A maneira que ele estreitava os olhos ou franzia o cenho quando tentava compreender algo, ou estava concentrado, tinha um "Q" de charme indescritível. O biquinho que se formava quando ele mordia o interior de sua bochecha, era tão fofo que me fazia desejar apertá-lo e enchê-lo de beijinhos. Cheguei a conclusão que tudo em Vegas me causava fascinação, desde seu sorriso fofo até seus maneirismos, igualmente fofos.
— Baby? — sua voz sussurrada me fez piscar algumas vezes em sua direção, antes de sorri timidamente, por ser pego em flagrante, e murmurar uma resposta rápida. — Cansado? — ele manteve o tom baixo ao perguntar, levando sua mão até meu rosto e acariciando o local, enquanto seus olhos me analisavam em total atenção.
Neguei com a cabeça, dando um pulo de susto, quando o som de tiro ecoou pelo ambiente. Estava tão perdido em cada um de seus detalhes, que essa era a primeira vez da qual tomava consciência do volume da tevê e das vozes de Pol e Porsche, discutindo por algo que não consegui captar.
Os olhos de Vegas exibiam um brilho intenso, enquanto seu sorriso, amplo, transbordava uma calmaria da qual me fez desejar fazer moradia. Antes que pudesse falar algo, ele se aproximou deixando um beijo no canto da minha boca, o que foi suficiente para levar minha mão até sua nuca e o puxar para colar nossos lábios em um selinho demorado, mas sem aprofundar.
Vegas tinha um ímã que me puxava e me prendia nele, era louco pensar sobre isso, imaginar que tudo mudara em tão pouco tempo e principalmente, que estava me conhecendo de uma maneira totalmente diferente, através dele. Em outros momentos, estaria surtando, mas com Vegas, tudo ganhou outro sentido e cor. Ele não era apenas diferente, era único. Não um ser perfeito, mas sob medida para mim, que me fazia sonhar com algo que nunca tive. Talvez eu estivesse me apaixonando por ele, ou quem sabe... bom, quem sabe?
Sentir tudo muito intenso já havia fodido minha vida inúmeras vezes antes, mas nunca consegui diferir disso. Muitas vezes me sentia patético, principalmente por confiar fácil demais em terceiros, noutros me via agraciado, mas de fato, nunca me arrependi das minhas decisões.
Vegas sorriu contra meus lábios, antes de uni-los novamente por uma fração de segundos. Era impressionante como bastava um simples tocar de lábios, seu, para me fazer derreter. Vegas tinha esse poder sobre mim e isso em tão pouco tempo que me deixava surpreso.
— Agora entendo o Pete.
A voz de Porsche choramingando me fez desviar a atenção de Vegas e fitá-lo ainda sentado no chão, com o cotovelo apoiado na perna e a cabeça repousando em sua palma. Seu tom pairou no ar em uma melancolia crescente e seu olhar parecia vago.
— É um saco tá no meio de casais. — ele fez um bico, bufando enquanto seu olhar dançava de mim para Arm. Tive que reprimir a vontade de rir, porque, de fato, entendia o sentimento e era realmente horrível. — Como meu Kinn faz falta. — lamentou em exagero.
