Sonhar é o combustível que move os sonhadores, mas para Pete, um modelo em ascensão, o seu maior sonho veio acompanhado do seu pior pesadelo. Traição.
Depois de sofrer mais uma decepção amorosa, ele resolve voltar à Tailândia e tentar recomeçar do z...
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Antes, costumava pensar que ninguém fosse capaz de me deixar tão ansioso e desejoso, mas foi preciso apenas cinco dias distante de Vegas, para entender que com ele, tudo era diferente. Intenso. Verdadeiro. Único. Observar os ponteiros do relógio andarem vagarosamente perseguindo o tempo, estava me deixando, na mesma proporção, agitado e impaciente, porque tudo o que mais desejava era poder me encontrar com ele o mais rápido possível.
Precisava dele ao meu lado, não tinha mais como negar isso, talvez admitir que estava realmente apaixonado fosse o correto, se as paranoias não dividissem lugar no meu cérebro com o medo. Só que, algo estava verdadeiramente me incomodando, uma pressão angustiante contra meu peito, como um sinal de que ele precisava de mim e tudo se confirmou quando o avistei com o semblante abatido e barba por fazer, parado do outro lado da minha porta.
— Vegas? O que aconteceu? — perguntei exasperado, dando um passo em sua direção e parando para analisar seu estado caótico cuidadosamente, pouco me importando por está apenas de pijama no meio do corredor do meu prédio.
Ele abaixou a cabeça brevemente, antes de me encarar e forçar um sorriso, que durou poucos segundos. Suas olheiras estavam aparentes e profundas, seus cabelos totalmente bagunçados e suas vestes amassadas. Não sabia o que dizer ou fazer, então apenas dei mai um curto passo e o puxei para um abraço apertado, sentindo seu queixo repousar sobre meu ombro vagarosamente, assim como suas mãos que foram de encontro a minha cintura, em um aperto frouxo.
Senti meu coração se apertar um pouco mais, quando ele soltou um suspiro cansado e finalmente deixou o peso da cabeça pender sobre meu ombro, em um ruído doloroso. Milhares de perguntas começavam a se formar na minha mente, mas algo me dizia que não seria necessário fazer nenhuma delas.
Existia um silêncio supremo, cortado apenas pelo som da sua respiração forte batendo contra minha pele, enquanto eu acariciava suas costas em um gesto de carinho e reconforto. Passava das nove da noite quando ele chegou e já estávamos parados frente a porta do apartamento a mais de dez minutos. Arm não estava em casa, muito logo ele não estaria de maneira alguma, então me ocupei lendo um de seus livros de alto ajuda, esparramado no carpete da sala, tentando me convencer de que estava tudo bem não encontrar com Vegas por mais um dia, mas... era complicado quando olhava para mensagem de duas horas atrás sem uma resposta. Embora ele tivesse mantido contato como prometido e me garantisse todas às vezes que estava tudo bem, minha mente se tornou mais barulhenta que o habitual, em emaranhados de sons e imagens, que me deixavam zonzo ao martelar consistentemente que algo estava errado. No fim, não era apenas paranoia da minha cabeça. Vegas parecia destruído.
Me afastei minimamente de seu corpo, o suficiente para conseguir vê seu rosto e levar minhas mãos para fazê-lo me encarar. Existia algo como medo pairando em seus olhos, junto a dúvidas que pareciam se acumular. Em pouco tempo conhecendo Vegas, esse tipo de conclusão me deixava assustado e fazia nascer em mim um desejo veemente de querer protegê-lo, não importando do que fosse.
