Sonhar é o combustível que move os sonhadores, mas para Pete, um modelo em ascensão, o seu maior sonho veio acompanhado do seu pior pesadelo. Traição.
Depois de sofrer mais uma decepção amorosa, ele resolve voltar à Tailândia e tentar recomeçar do z...
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Uma risada anasalada cortou o silêncio desconfortável causado pela pergunta de Khun. O jovem recém-chegado trajando uma calça jeans azul desbotada acompanhada de uma camiseta branca sobreposta por uma jaqueta totalmente colorida nas cores do arco-íris, retirou os óculos presos ao seu rosto e fitou Khun com atenção.
- Que tipo de pergunta é essa Khun? - o tom de seriedade usado na pergunta fez Khun desviar o olhar por um instante na direção de Kinn, esse que parecia imparcial. - Nem um, "nossa, que saudade Kim" ou "como é bom te ver maninho". - o rapaz falou fazendo uma cara carente. Então esse é o primo que Vegas mencionou?
Khun se virou fingindo desdém, mas permaneceu encarando o rosto do irmão pelo canto do olho. Bufando em completa rendição se voltou para o mais baixo e o envolveu em um abraço apertado em meio a palavras de carinho, no entanto, ele o afastou bruscamente e deu alguns tapas em seu ombro, falando em uma voz irritada:
- Você tá fazendo de novo, seu cretino, eu te conheço Kimhan não use seus truques comigo. - Kim e Tay riram da ameaça de Khun, esse que levou os braços para cruzar na frente do corpo batendo o pé no chão em completo descontentamento.
Olhando ao redor da sala, percebi Porsche, Arm e Pol - assim como eu - totalmente perdidos naquela interação. Kinn exibia um semblante serio, sua mão repousando sobre a de Porsche e seu olhar fixo na entrada. Tay havia se aproximado de Khun e estava alisando suas costas, enquanto fitava Kim, ainda com um sorriso preso em seu rosto.
Meus olhos se fixaram sobre o homem em sua calça jeans preta e sua camisa social, aberta os dois primeiros botões, da mesma cor, parado na entrada da casa. Seu olhar parecia perdido e seu corpo denunciava o quão desconfortável ele estava. Um pequeno sorriso tomou seu rosto quando nossos olhares se cruzaram e uma ansiedade tomou conta do meu ser. Não deixei de retribuir o sorriso e nem desviei do seu olhar, sentia que ele precisava de algum tipo de conforto e foi exatamente o que tentei passar. Meus sentidos se tornaram alheios a qualquer outro movimento que não fosse o dele, mas minha atenção foi roubada quando a voz de Kim se sobressaiu, falando em clara irritação:
- Se você está insatisfeito com a presença do Vegas aqui, o caminho de Bangkok está livre.
Khun abriu e fechou a boca diversas vezes, ele parecia completamente em choque com a fala do irmão. O clima se tornou denso mais uma vez e em um movimento rápido Tay se afastou de Khun e deu alguns passos até ficar na frente de Vegas em uma espécie de barreira protetora. Kinn deu um passo na direção do irmão mais novo, mas foi impedido de falar com uma mão erguida no ar em sua direção.
Porsche, Arm e Pol, mantinham uma expressão neutra, mas seus olhos e ouvidos atentos a tudo. Isso ia gerar uma bela fofoca depois com todos os tipos de teorias malucas possíveis.
Voltei meu olhar para Vegas. Dessa vez ele encarava o chão, parecendo ainda mais desconfortável que antes. Inconscientemente meu corpo começou a se mover e num movimento surpreso, até mesmo para mim, me coloquei ao seu lado e o envolvi em um abraço acariciando seus fios enquanto repousava meu queixo sobre seu ombro. Senti seu corpo relaxar gradativamente, ao passo que suas mãos envolviam minha cintura e sua respiração, levemente alterada, batia contra minha pele.
