NOTA DA AUTORA: Olá pessoal, como vocês estão? Eu queria pedir desculpas por ter parado de postar repentinamente mas o bloqueio criativo veio. Estou aqui continuando a parte que comecei digitando no celular. Espero que gostem e obrigada por tudo! ♥
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A gripe realmente tinha me pegado e eu estava me sentindo podre, sequer tive como levantar da cama.
Estava zonzo, com a garganta inflamada e espirrando mais que tudo. Esqueci até de mandar algum aviso pra Say, então peguei o celular na cabeceira e digitei.
"Oi Say, como você está? Queria pedir desculpa por não ter ido a aula. Estou doente :( . Se não for pedir muito, pode vir aqui amanhã pra eu pegar as matérias perdidas? Boa noite e se cuide mocinha ❤"
Ela não visualizou, mas a mensagem tinha chego no celular dela. Fiquei deitado olhando pro teto branco do quarto e passou em minha mente tudo o que a Sayuri tinha me feito passar nos ultimos dias. Abro um sorriso lembrando daquela menina de estatura baixa e tênis floridos gastos, era realmente a pessoa que eu precisava na minha vida.
Com ela me sentia menos sozinho e era mais fácil enfrentar o mundo com ela do meu lado. Sacudi a cabeça com aquela idéia de que talvez tenha me apaixonado pela minha amiga, mas tirei isso logo. Não era possível.
O sono tinha sumido e então peguei meu Ipod e comecei a ouvir Far Away do Nickelback. Por volta das cinco da manhã peguei no sono e apaguei completamente.
Acordo as dez horas e me sinto cansado, mamãe foi trabalhar finalmente e fiquei sozinho, só pra variar. Tomei um banho e fiquei assistindo qualquer coisa que passava na televisão, e então me lembrei do meu celular tinha que ver se Sayuri tinha me respondido.
"Oi Rê, podia ter avisado antes poxa. Eu me senti muito mal sem você nesses dias, mas tudo bem, vou aí sim.Beijos e até mais tarde."
As horas passaram voando e ouvi o barulho na porta, abro e encontro aquele par de olhos rasgadinhos, o corpo pequeno e os tênis floridos desgastados.
- Oi - ela disse com vergonha.
- Oi, entra - sorri e beijei seu rosto - Está com fome? Posso fazer algo pra gente comer.
- Estou com um pouco sim, mas você tem cara de quem não sabe cozinhar - disse ela rindo da minha cara.
- Pois aí que se engana, eu sei fazer um miojo divino! - disse e ela soltou uma gargalhada gostosa.
- Quero só ver.
Fomos para a cozinha e foi uma bagunça só, fiz besteira no miojo mas mesmo assim nos sentamos no chão do meu quarto, ligamos a tv e comemos nossa belíssima refeição.
Sayuri levantou, tirou os tênis e deitou na minha cama.
- Ei, vai dormir mesmo? - perguntei.
- Claro, acordei cedo! - ela disse sorrindo.
- Ah mas não vai mesmo - levantei e comecei a fazer cosquinhas.
- Não Renan, para, para, Renan - ela ria e se contorcia toda, então parei e fiquei ali com meus olhos fixados em seus olhos e senti uma erupção dentro de mim, desviei o olhar pra sua boca e em seguida balancei a cabeça e acordei pra ver o que eu iria fazer.
- E as matérias Say? - mudei de assunto.
- Estão ali, alcança minha mochila por favor? - pediu gentilmente, eu a peguei e ele abriu os cadernos e livros, meu Deus era muita coisa pra copiar.
- Sabe bateu uma preguiça - disse afim de me livrar.
- Nada disso Rê - ela me disse com olhar reprovador - Você tem que estudar!
- Ok mamãe - disse e ela deu um soquinho no meu braço.
Comecei a copiar tudo aquilo e meus dedos já doíam, e a maioria das coisas eu não entendia, então os exercícios saíam todos errados.
- Não Rê, aqui você pega e multiplica, não soma - ela dizia toda paciente.
E eu ia lá e fazia, e ela me ajudava em tudo. Ela então esticou o braço até a cabeceira e a manga de sua blusa subiu. Ali eu pude notar cortes e ela percebeu, mas se fez de boba.
- O que é isso Say?
- Isso o que? - perguntou.
- Isso - peguei seu braço e ela puxou a contragosto, mas continuei puxando e revelei ali os cortes.
- Meu gato me arranhou - ela soltou.
- Gatos não arranham assim Sayuri - disse ficando bravo.
- Aí meu Deus! Eu preciso ir - disse isso olhando pro celular, pegou os tênis e os calçou, jogou tudo na mochila e se despediu correndo de mim.
Fiquei ali pensando no que aquela menina poderia ter feito e me senti muito mal com as inúmeras possibilidades, não sabia nada sobre ela e isso atrapalhava muito.
Não queria ser invasivo e nem nada do tipo, só queria que ela confiasse em mim da mesma forma que confiava nela. Tá que eu não contei a tragédia que acontecera comigo alguns anos atrás, mas se fosse preciso falar, eu falaria só pra ela poder se abrir comigo também.
Essa menina estava me deixando louco e olha que nem fazia muito tempo que nos conhecíamos. Tomei um banho para acalmar as idéias loucas que passavam em minha mente e aquele turbilhão de sentimentos. Coloquei uma bermuda e fiquei na cama terminando todos os deveres.
Depois de terminar tudo peguei o celular e fui atrás da Sayuri, ela estava online e então resolvi chamá-la pra conversar.
"Say, se você foi embora por causa daquilo que eu fiz eu quero te pedir perdão, eu sei que não podia ter agido daquela forma, mas eu só queria que você confiasse em mim. Espero que não fique brava comigo, porque agora você é a única pessoa com quem eu posso contar."
Ela visualizou e depois de dois minutos me respondeu.
"Renan, eu não saí daquele jeito por causa disso, eu fiquei meio envergonhada da situação, mas no momento eu não posso e nem consigo explicar o que acontece na minha vida. Acho que você não entenderia e talvez não seja a hora de saber tudo sobre mim... Não é que não confio em você, mas não sei ao certo como dizer. Só espero que respeite meu tempo, por favor."
Do que será que ela estava falando? A Sayuri com certeza ia me deixar pirado, essa menina era puro mistério! Mas algo dentro de mim dizia que valia a pena esperar esse tal tempo, porque aí sim me sentiria útil à ajudá-la.
"Tudo bem, entendi. Eu acho. Mas vou esperar esse tempo, mas Say se tiver algo que queira me contar, não tenha medo... Estarei aqui."
Ela agradeceu e mudamos de assunto, mas nada tirava aquele ponto te interrogação imenso de cima da minha cabeça. Eu iria descobrir uma hora ou outra.
Estava me sentindo um pouco melhor da gripe e assim poderia ir pra aula numa boa, então deitei e dormi tranquilamente tudo aquilo que não dormi nos últimos dias.
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A Menina do Tênis Florido
RomanceSayuri chega a uma nova escola, seus pais mudam sempre e ela nunca consegue manter suas amizades. Alvo de brincadeirinhas de mal gosto e piadinhas sem fundamento ela entra em estado de tristeza profunda se fechando para todos. Renan um garoto difere...