Capítulo 25 - Renan

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Mais algumas semanas passam...

Ultimamente nada tem mudado em nossas vidas, mas ainda bem, antes a monotonia do que altas reviravoltas perigosas. Sayuri aos poucos tem relaxado cada vez mais, tem sorrido mais e sempre que eu presencio isso me sinto imensamente grato e feliz por ter a oportunidade de tê-la comigo.

Hoje o dia está lindo lá fora, mas tenho que ir para a aula. É difícil pra eu ter que deixar minha menina em casa, mas com o risco que ela está correndo não tenho outra opção. Desço para tomar café e todas as mulheres da casa já estão sentadas em seus lugares conversando animadamente.

- Bom dia – disse sorrindo.

- Bom dia – elas responderam juntas, me aproximei de Sayuri e beijei o topo de sua cabeça.

- Como passaram a noite? – perguntei tentando entrar no papo.

- Muito bem – Dona Sandra respondeu.

- Não sei, estava dormindo. – Sayuri respondeu e todos riram, era incrível como ela tinha essa alegria natural, algo tão dela.

Quando o café terminou, peguei minha mochila e me preparei para sair, despeço-me de todas e assim que chego a porta Sayuri me chama.

- Renan.

- Oi – viro-me para ela.

- Estava pensando em sair com a minha mãe hoje, temos ficado muito presas aqui – disse olhando para mim.

- Tudo bem, leve Dênis ou Lúcio com vocês – disse simplesmente, mas ela apenas revirou os olhos.

- Essa é a questão, eu não estou afim de sair com dois marmanjos na minha cola, não aguento mais isso Renan – ela disse exasperada e eu mal pude acreditar.

- Você quer brincar com sua sorte? Eles estão aqui para nos ajudar. Quer jogar tudo para o alto agora? – gritei.

- Você nunca vai me entender – ela disse olhando para o chão.

- Realmente, eu acho que não – disse e saí totalmente transtornado de casa.

Meu dia mal começou e isso tudo já aconteceu, saio em disparada e percebo um caminhão do tipo de mudança na frente da casa vizinha, pelo jeito teria vizinhos novos. Continuei caminhando e cheguei mais rápido do que imaginei.

As aulas não tem mais graça sem a Sayuri comigo, isso me faz lembrar da nossa discussão e isso simplesmente acabou comigo.

Queria que as aulas acabassem logo para ir correndo para seus braços, pedindo perdão por tanta grosseria e sentindo a paz que só ela podia me trazer. De repente sinto um aperto em meu peito, espero que não seja nada demais. Fico com meus pensamentos em Sayuri e acabo adormecendo na carteira dura da escola.

A Menina do Tênis FloridoOnde histórias criam vida. Descubra agora