Sabe aqueles dias em que tudo dá errado? Pois bem, eu estava assim. O problema é que não se tratava de dias ruins, mas de meses tentando não sufocar na merda. Desde que meu pai cometeu suicídio e minha mãe adoeceu, tudo desmoronou. Estou sozinha, com dívidas e sem o carinho de minha família. Éramos felizes, até...
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- Senhorita, Senhorita? - O policial tentava chamar minha atenção, mas meus olhos não saíam do corpo esticado na sala.
- Desculpe. - Finalmente o encarei, tentando juntar mentalmente qualquer razão para a cena a minha frente.
- Seu pai deu um tiro na própria cabeça, sabe de algum motivo para ele ter tomado essa decisão?
Neguei virando o rosto, meu estômago já estava embrulhado. O policial fez mais algumas perguntas que ouvi calada, segurando o choro. Pela janela percebi os vizinhos olhando curiosos, alguns desconhecidos passavam espantados, contudo eu era puro silêncio.
- Minha mãe, onde ela estava na hora? - Perguntei ao lembrar que ela deveria estar em casa também, mesmo torcendo para que eu estivesse enganada.
Como desgraça pouca é bobagem, claro que minha mãe presenciou o suicídio. O policial me contou que, quando chegaram, uma mulher estava próxima ao corpo, tendo um derrame. Corri ao hospital indicado e descobri que minha mãe estava em coma induzido, única forma que os médicos encontraram para mantê-la viva.
Será que ela tentou impedir o ato de meu pai? Eles brigaram? Ela só o encontrou morto ou viu tudo? Por que ele fez isso? Nos próximos dias, todos esses pensamentos rondaram minha mente, sempre sem respostas. Passada uma semana, as perguntas deram lugar aos cobradores de dívidas que batiam à porta. Descobri que meus pais haviam feito empréstimos enormes para me bancarem na faculdade de medicina.
Sim, eu estava iniciando o quarto ano de medicina quando meu mundo desabou. Larguei a faculdade e arranjei 3 empregos diferentes: de manhã trabalhava numa cafeteria, depois cuidava de uma farmácia e, à noite, era garçonete em uma boate de luxo. Fora os bicos de babá, modelo e qualquer outra coisa que aparecesse. Eu já havia vendido a casa em que cresci, as memórias felizes tinham sido substituídas pelo sangue de meu pai escorrendo no tapete. Mesmo assim a quantia só foi suficiente para algumas contas. Precisava trabalhar como louca para conseguir manter minha mãe ligada aos aparelhos, num bom quarto de hospital.
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Notas da autora:
Amores, começando uma história tensa, cheia de hot e cenas fofas. Esperarei seus comentários nas partes que mais gostarem!!! Não sou de conversar muito dentro dos capítulos, pois tenho medo de interromper a imersão que vocês estão tendo na narrativa, mas prometo que interagirei em todos os comentários ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
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Leite Proibido [HIATUS]
RomanceAna tem 21 anos e acabou de trancar a faculdade de medicina. Há pouco tempo ficou quase órfã, já que seu pai cometeu suicídio e sua mãe acabou entrando em coma após presenciar todo o crime. Precisando desesperadamente de dinheiro, acaba aceitando o...