Lucca Godoy Bueno:Estou curioso para saber o que mamãe conversou com Ana, mas não me atrevo a perguntar. Ainda há alguns assuntos que eu e Miguel precisamos esclarecer com nossa nova hóspede, ou melhor, nova funcionária, então decidi me concentrar apenas neles. Pego minha filha no colo e libero Ana da tarefa.
— Pode ir se arrumar, o café ficará pronto daqui meia hora.
Volto para a cozinha, onde Miguel já está esquentando a frigideira. Larinha sorri ao ver o papai de avental, que a beija na bochecha. Hoje será um dia gostoso, ambos estamos de folga e poderemos curtir nossa princesa. Também teremos tempo para informar Ana sobre as nossas manias e desejos, em prol de termos uma boa convivência.
Quem diria que teríamos uma mulher morando conosco por 6 meses? A experiência mais próxima que tivemos — e ao mesmo tempo tão distante — foi com a Natália, antes de nos tornarmos pais. Ela passava vários dias conosco, só assim para aguentar as rodadas de sexo sem intervalo.
Era um relacionamento casual, sem amor ou promessas, apenas nos entregávamos ao desejo carnal. Contudo, a situação agora é diferente. Ana fará parte do dia a dia de nossa família e será uma figura importante para nossa filha. Não podemos permitir que nada atrapalhe isso, principalmente os pensamentos impuros que tanto eu quanto Miguel parecemos ter.
Ontem, quando fomos de madrugada no quarto de Lara, encontramos Ana deitada na cama. Ela dormia tão profundamente quanto nossa bebê, o que nos fez sorrir. Mas sua maldita blusa larguinha havia subido e quase deixava à mostra um de seus seios. Eu e Miguel nos entreolhamos e fechamos a porta.
Ana é linda, pequena e com curvas definidas (tentei ao máximo não olhar, contudo não resisti a espiar a fenda do vestido que usou ontem). Linda e totalmente impossível. Como se o fato de ter sido nossa aluna não fosse suficiente, seu papel aqui como babá deixa nítida a linha entre ela e nós. Sejamos profissionais, senhor Godoy Bueno!
Miguel coloca uma papinha recém preparada para Lara comer, contudo ela se remexe no meu colo, evitando a colher. Mostro que está bom, levando um pouco à boca. Confesso que abacate puro não é minha escolha favorita de fruta, mas engulo tudo. Larinha me observa com olhinhos curiosos, ainda sem querer abrir a boca.
— Talvez isso ajude. - Viro para trás e vejo Ana se aproximando com uma garrafinha. — Misture um pouquinho de leite, até que ela acostume com o sabor do outro alimento.
Viro um pouco do líquido no prato, misturando o branco no verde amarelado da fruta. Larinha se aproxima e cheira, sorrindo logo em seguida. Tento mais uma vez alimentá-la, mas sua boquinha se fecha imediatamente. A pequena olha a colher, olha o meu rosto, repetindo esse movimento algumas vezes.
— Acho que ela quer ver você comendo antes, papai. - Miguel cruza os braços, rindo da situação.
Ana dá um meio sorriso, um pouco envergonhada pela possibilidade deu provar seu leite. Mesmo assim ela não se opõe, aguardando silenciosa pela minha reação. Sem querer pensar muito, enfio a colher guela abaixo, tentando satisfazer Larinha o mais rápido possível.
— Viu, princesa. - Digo para a menininha animada em meu colo. — Comi tudinho, está delicioso. Prova também.
Dessa vez ela não recusa o alimento, saboreando o abacate com leite. Eu e Miguel ficamos muito felizes em ver nossa bebê provando sua primeira frutinha. Ela faz um biquinho fofo, seguido de algumas caretas pelo sabor recém descoberto. Acaba comendo tudo que estava no prato, o que nos deixa bem orgulhosos.
— Larinha ainda é nova e muito apegada ao leite. Vocês podem aproveitar isso para estimular que ela prove outras comidinhas. Com o tempo é só ir diminuindo a quantidade do líquido misturado, até que ela sinta vontade de comer apenas as frutas.
Olho para Ana, que explica ter sido babá de um menininho que também amava muito o leite materno e essa foi a solução que os pais encontraram para incluírem outros alimentos em sua dieta. Fico grato por Larinha não ser a única, pois sempre temo que suas dificuldades sejam, de alguma forma, causadas por um erro meu ou de Miguel.
Damos início ao café da manhã, contudo evito as comidas. Não quero que esse sabor bom saia de minha garganta, uma mistura de abacate com um leite suave e adocicado. Acho que entendo o motivo de Larinha também gostar. Escolho subir com minha princesa e lhe dar um banho fresquinho, lhe vestindo com o macacão que compramos na semana passada.
Quando descemos novamente à cozinha, Miguel está mostrando algo no celular para Ana. A menina estica o corpo na cadeira, olhando admirada para a tela. Nessa posição a calça jeans marca bem o contorno de sua bunda. Não olhe, não olhe, Lucca!
— Mostrei pra Ana o parquinho que tem aqui perto, dentro do condomínio. - Miguel chama minha atenção, pegando nossa filha no colo. — Está cedo, seria bom nossa menininha passear e pegar um pouco de sol.
Concordo, sem entender o porquê não vamos todos. Talvez Miguel queira falar comigo sobre os assuntos que precisamos esclarecer com Ana. Seria bom combinarmos algo, antes de revelarmos tudo para a garota. Concordo com a ideia dele e busco a bolsa de passeio de Larinha, vendo ela sair animada nos braços da babá.
— Ela nem ligou por termos ficado aqui, você viu? - Falo inconformado, pegando os pratos da mesa. — Então, o que…
Não tenho tempo de completar a frase, pois sinto a língua de meu parceiro invadir a minha boca. Largo as louças e retribuo, aumentando a intensidade do toque. Pressiono mais meus lábios contra os seus, abrindo a boca para que sua língua explore cada canto da minha. Sinto meu corpo ficar quente, principalmente quando entendo o que Miguel quer.
— Desculpe. - Ele diz, ainda ofegante pelo beijo. — Eu não podia ser o único a não conhecer o gosto dela.
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Capítulo finalizado 🌈
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Leite Proibido [HIATUS]
RomanceAna tem 21 anos e acabou de trancar a faculdade de medicina. Há pouco tempo ficou quase órfã, já que seu pai cometeu suicídio e sua mãe acabou entrando em coma após presenciar todo o crime. Precisando desesperadamente de dinheiro, acaba aceitando o...