Miguel Godoy Bueno:
— Ainda não acredito no quão baixo aquele velho chegou. - Falei irritado ao entrar em casa com Lucca.
Não ficamos mais nenhum minuto na boate após a senhorita Reyes ter desaparecido. Na verdade, só saímos putos, sem dirigir uma palavra à Santos. Acho que, se ficasse, encheria aquele cara de porrada.
Cá não estava diferente de mim. Embora eu seja o mais cabeça quente de nós, sua respiração nervosa e descompassada já indicava todo o ódio. Ele não disse uma palavra enquanto dirigia para casa, mas sabia que estava tão indignado quando eu. Não só indignado, confuso também. Como a senhorita Reyes foi parar naquela situação? Pelo visto sua família tinha dívidas. Ela era órfã? Desde quando?
Enquanto ia para o quarto, tentei lembrar mais detalhes sobre ela nas aulas. Era sempre muito estudiosa e inteligente, vivia fazendo todas as atividades extras e sendo elogiada pelos professores. Teve uma época que pensei: "nossa, como essa menina é uma nerd puxa-saco", agora acho que ela só precisava dar o seu melhor.
Uma coisa é certa, a mulher gostosa que vi hoje é muito diferente daquela aluna do ano passado. Ana sempre usou óculos nas aulas, cabelo preso e camisetonas bem largas. Mas hoje... sua roupa era tão apertada e sugestiva... como nunca reparei em sua beleza? Aquelas curvas ficariam lindas com as marcas de meus dedos ao pressionar seu corpo contra a parede.
Começo a ficar excitado só de lembrar daquele rosto inocente, com roupas tão vulgares. Sinto a cama se mexer e percebo que Lucca se joga ao meu lado. Reparo que há um volume em sua calça. Será que ele também está pensando nela?
Lucca Godoy Bueno:
Joguei pesadamente meu corpo na cama quando chegamos em casa. Ainda estava digerindo os últimos acontecimentos. Passei meses me perguntando onde a senhorita Reyes tinha ido, sempre foi a aluna destaque do curso e, de um dia para o outro, trancou a faculdade.
Agora me arrependo de não ter ido atrás, de ter considerado que era falta de interesse ou que tinha percebido que todo esforço não valia a pena. É tão comum ter alunos que desistem por esses motivos, que nem gastei tempo pensando nela.
Eu deveria ter percebido que Reyes não era como os outros. Sempre deu o melhor de si, ajudava os colegas com dificuldade sem reclamar ou precisar de um pedido. Ela conseguia ler o ambiente e se adaptar, moldando-o para melhor.
Desde que a conheci enxerguei sua inocência, só não esperava que seu próprio tio tentaria tirar proveito disso. Como ele ousou nos oferecer a própria sobrinha sem nem conversar com ela?
Mas os dias daquele velho estão contados... Chega de pensar nisso. Miguel deve ter percebido o quanto fiquei alterado com o ocorrido. Vim o caminho todo calado, bufando pragas para aquele desgraçado do Santos.Estou cansado, quero fechar os olhos e dormir, só que não consigo. Quando tento, vejo Reyes e sua cara de espanto misturado com nojo e medo. Ela parecia apavorada ao entender a situação e, mesmo assim, não recuou ao enfrentar o tio. Agora, ela mostrava-se ainda mais interessante.
"Não, esqueça!", tentei afugentar a visão de seu corpo tão exposto. "Ela é sua ex aluna, tenha respeito", repeti várias vezes, mas não consegui evitar a reação de meu corpo.Notei que Miguel fitava minha calça, tocando a sua com a mão. Ambos estávamos excitados, creio que pelo mesmo motivo... Sim, estávamos juntos e fazíamos amor como loucos, mas também gostávamos de ter uma mulher entre nós. Não era sempre, mesmo idolatrando o corpo feminino, era difícil demais encontrar uma mulher que nos chamasse a atenção.
Natália foi uma das poucas. Não a amávamos, éramos apenas três pessoas se rendendo aos desejos carnais. Mas ela sabia usar o corpo tão bem que ficamos viciados em seu gosto.
Senti Miguel me puxar para perto. Ficamos de conchinha, com ele sussurrando ao meu ouvido:— Também está pensando em Ana? - Sua mão deslizou para dentro de minha calça.
— Estou. - Confessei ao sentir seu toque firme em meu pênis.
— Ela estava deliciosa hoje. - Comentou enquanto beijava meu pescoço lentamente.
— A senhorita Reyes é nossa ex aluna, não fale assim. - Tentei ignorar a verdade em sua afirmação, mas suas investidas estavam dificultando meu raciocínio.
— Desculpe. Esqueci que você não gosta de misturar trabalho com prazer. - Ele foi se afastando de mim com esse argumento.
Gemi sôfrego. Ansiava por mais, forte e fundo. Nessas horas é que detesto trabalharmos juntos. Virei de frente para ele e subi em seu colo.
— Hoje não, Miguel!
Beijei sua boca com vontade, segurando seus braços na cama. Queria lamber cada centímetro dele, deixando-o me foder até apagar a imagem de Ana de nossas cabeças. Missão impossível, pois a cada toque queríamos saber como seria tê-la entre nós, para nós.
Paramos na masturbação após gozarmos uma vez. O clima não estava para mais do que isso. Fiquei mais irritado que antes, jogando mais pragas em Santos. Mesmo em silêncio, eu e Miguel ficamos abraçados. Nossa respiração voltava ao normal, embora nossa cabeça ainda estivesse no magnetismo de Ana. Como um único encontro poderia ter tal efeito sobre nosso corpo?
— Como o velho sabia que gostamos de baixinhas? - Miguel cortou meus pensamentos. — Nós nunca revelamos isso. Saíamos com a Nat que é alta e magra.
Outra dúvida para acabar com nossa noite. Ninguém conhecia nossas verdadeiras preferências, sempre foi segredo nossa atração por mulheres pequenas. "Merda!", só pode significar que Santos vem investigando toda nossa vida.
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Notas da autora:
Amores, voltei!
❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Desculpem a demora, tentarei não desaparecer mais. Estou escrevendo pelo celular, então a formatação do capítulo está diferente (voltarei depois para revisar e arrumar esses detalhes).Votem!
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Leite Proibido [HIATUS]
RomanceAna tem 21 anos e acabou de trancar a faculdade de medicina. Há pouco tempo ficou quase órfã, já que seu pai cometeu suicídio e sua mãe acabou entrando em coma após presenciar todo o crime. Precisando desesperadamente de dinheiro, acaba aceitando o...