pavane pour une infante défunte

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A terra foi trocada por céu
O mar por tempestade
A mercê dessa vontade
Não encontro o que era para ser

Som e pessoas, pessoas e ar
Ar e palavras, palavras e som

Dezesseis e era antiga
Anterior a uma era
Vinte e um e agora,
O que virá por ela?

Par de asas e estrelas
Anéis de púrpura e carmim
Não há palavras e guerra
Contra alguém que viu seu fim

Flores por cinzas
Cinzas por faíscas
Faíscas por adagas
Metal corrói e volta ao pó

Onde estará o fogo
Que consumia duas Terras
Onde estará a água
De quem se afogava nas trevas

Apaixonada por uma memória falsa
Deleitada com a tardia ida
Para o mundo dos sonhos, para sempre
Espinhos crescidos no solo da vida

Viva!

E depois ardida em fantasias
Em longas labaredas
Batidas em lágrimas
E cada gota uma cachoeira

Então perdida.

Morta.

Rastejante na noite
Recolhendo sementes
Crânios e corações
Ressurreição no sótão

Coroa ou fraqueza
Desligou-se e apagou

Fúria e calor
Tempestade se amansou

Quem é,
Quem foi
Quem tem estado aqui?

Quem será?

Me rendi.

Consonância (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora