soneto às pedras sob o luar

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Foi em uma terra, já tornada em cinzas
Que eu a pude encontrar
Conto com palavras minhas
Sobre aquela que vim a amar

Num reino perdido sob um céu
De mil estrelas, ondas e dor
Com gotas de orvalho e de mel
Um sussurro amedrontador

Trazida da areia da praia
Da maré sanguinária
Tão gentilmente esculpida
Tão brutalmente escondida

Foi há muitos anos já
Que ela veio a nascer
Docemente fadada a matar
Do próprio sangue florescer

E os sons da Torre ecoavam
Em tons sóbrios e lamentações
Mil corações dilaceravam
Em cinco mil canções

Uma mulher feita de pedra
De chamas, seu coração
Seus olhos eram de coisa etérea
De seus lábios apenas destruição

E eles sussurram para mim
Em toda noite sem fim
Peço que voltem a me beijar
A todo meu corpo tocar

Volte, deusa do mar
Volte, minha fada do ar
Iluminada criatura sombria
Me acalente na noite fria

Acorda!
Traz de volta a alegria
Não demora
Para que cante a canção do último dia.




Este poema eu escrevi pensando nas duas personagens principais de uma histótia que estou criando :) 

Ele fala sobre a protagonista Deianira, que em grego significa "destruidora de homens". Por isso a menção a destruição e tragédias, já que seu destino não é dos mais felizes, se comparado aos das minhas outras protagonistas :v

Vou confessar que ando muito inspirada pra histórias de terror, nesses últimos dias...

Consonância (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora