Pensei que não passaria, implorei e roguei. Segurei na ponta de uma linha embaraçada, fininha, fininha. Pensei que não chegaria, que arrebentaria.
Mas ela ganhava mais força. Era resistente, afinal. E tudo valeu a pena, faria mais um milhão de vezes. É estranho, parece que faz falta... Mas não faz. Porque nunca tinha conseguido sair, e agora não consigo evocar. Tudo foi para ela, tudo feito para ela.
Agora, não consigo entregar, mas não porque não há mais nada. É porque agora eu sou uma só com isso, e meu coração e tudo que derramo é dela, sem precisar separar. Sem precisar distinguir o bom do ruim, a alegria e a tristeza, a luz e as sombras.
Essa estrela que eu olho hoje, que eu seguro nos meus braços como se fosse um bebê. Como se a canção do universo, que obedece somente a ela, fosse grande demais para algo tão delicado e tão amado. A amo e a amo.
E, de repente, nada mais me assusta. Nada mais eu desejo, seja isso benção ou maldição, e é tudo tão quieto e calmo e sereno. As coisas lindas ainda serão sentidas e lembradas, seu poder ainda está aqui e sempre será recitado; as ruins estão gravadas, foram sentidas, e agora podem ser guardadas.
Não há mais nada. Acabou, simples assim. Talvez volte, em algum momento, mas agora não tenho o que dizer.
Foi raro, foi lindo, foi uma destruidora catarse. E ainda é meu, e dela, é de quem quiser ler. E será sempre uma das minhas mais orgulhosas lembranças.
Obrigada🩷
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Consonância (Concluído)
Poetry🏅#2 no concurso Raposa de Ouro 🏅 Menção Honrosa - Concurso Who Is the Best Para a dona de minhas letras e memórias, dedico tudo que escrevo. Escrevo para lembrar dos meus sentimentos. Escrevo para projetar minhas emoções. Escrevo pois, mesmo que...