poeta

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Se eu dia você me viu

Do topo de um pedestal

Uma alma entre várias

Apenas um ser normal




Não sou mais o que era antes

Não conheço o que já vivi

Nas asas do meu sonho

Flutuei e parti




As nuvens eram palavras

O céu era feito de páginas

Tantos mundos visitei

Tantas vezes eu já mudei




No canto de uma estante,

Na chama de uma lareira

Era a vítima, o alvo

De uma mira certeira




Dos sonhos concebidos

Dos amores perdidos

Das histórias a contar

Das palavras a propagar




Achei-me no descampado

Dos capítulos de minha própria história

Quem eu fui ainda existe?

Talvez viva ainda na memória




Não pensava nos sentidos,

Não sabia de tal prazer

Nunca tentara ver de verdade

Não enxergava o que podia ser



Até que me lembrei

De um sonho de pequenina

Da magia de criar

Das histórias de ainda menina


Ontem estava só

Hoje encontro abrigo

Minha lenda, meu amor

Estão gravadas para sempre em um livro


Perdi o sentido comum

Vejo tudo com mais clareza

Nem tudo que está à vista

Se encontra nas profundezas


Em meu límpido mar de ideias

Aprendi a ouvir os sons

Das estrelas do mar, do céu

O brilho em todos os tons


Eu amei não só alguém,

Amei uma sensação

Me acompanha para sempre

Me protege da escuridão



Não escrevo só pelo ato

Escrevo para sentir

Por contar as histórias

Para quem quiser ouvir


Obrigada, livro, por me transformar em quem eu sou.

Consonância (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora