Se eu dia você me viu
Do topo de um pedestal
Uma alma entre várias
Apenas um ser normal
Não sou mais o que era antes
Não conheço o que já vivi
Nas asas do meu sonho
Flutuei e parti
As nuvens eram palavras
O céu era feito de páginas
Tantos mundos visitei
Tantas vezes eu já mudei
No canto de uma estante,
Na chama de uma lareira
Era a vítima, o alvo
De uma mira certeira
Dos sonhos concebidos
Dos amores perdidos
Das histórias a contar
Das palavras a propagar
Achei-me no descampado
Dos capítulos de minha própria história
Quem eu fui ainda existe?
Talvez viva ainda na memória
Não pensava nos sentidos,
Não sabia de tal prazer
Nunca tentara ver de verdade
Não enxergava o que podia ser
Até que me lembrei
De um sonho de pequenina
Da magia de criar
Das histórias de ainda menina
Ontem estava só
Hoje encontro abrigo
Minha lenda, meu amor
Estão gravadas para sempre em um livro
Perdi o sentido comum
Vejo tudo com mais clareza
Nem tudo que está à vista
Se encontra nas profundezas
Em meu límpido mar de ideias
Aprendi a ouvir os sons
Das estrelas do mar, do céu
O brilho em todos os tons
Eu amei não só alguém,
Amei uma sensação
Me acompanha para sempre
Me protege da escuridão
Não escrevo só pelo ato
Escrevo para sentir
Por contar as histórias
Para quem quiser ouvir
Obrigada, livro, por me transformar em quem eu sou.
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Consonância (Concluído)
Poetry🏅#2 no concurso Raposa de Ouro 🏅 Menção Honrosa - Concurso Who Is the Best Para a dona de minhas letras e memórias, dedico tudo que escrevo. Escrevo para lembrar dos meus sentimentos. Escrevo para projetar minhas emoções. Escrevo pois, mesmo que...