ASSIM COMO IRMÃOS

21-Voltando pra o paradeiro

Sábado, 25 de maio de 2019  1:45 pm

Estão finalizando o processo pra poder contactar nossos parentes. A casa do Poe foi revistada e podemos voltar.
O Poe perguntou se gostaríamos de ir na MultiTec de Mineápolis. Nem o Ben nem a Athena quiseram voltar. Disseram que não querem reviver memórias ruins. Eu fui porque me ajuda a manter o otimismo. Me lembrar que não precisamos mais ver aquilo, e que as coisas vão melhorar. Além disso, saímos muito rápido, têm coisas que deixei pra trás que quero pegar novamente.
Entramos no carro e o Poe nos levou até lá. Não ficava muito longe comparado com as viagens que já tivemos que fazer esse mês.
Assim que chegamos lá eu vi alguns carros da polícia estacionados ao redor, a quantidade não passava de 3.
Entramos dentro do prédio. Várias luzes estavam apagadas, e o lugar estava praticamente vazio. Vez por outra via um ou dois policiais passando pelo corredor.

Poe- Eu estava aqui na semana passada e encontrei algo que vocês talvez quisessem ver.

Seguimos ele até o 4° andar, o andar onde as cobaias ficavam presas.
Passamos pelo corredor e vi minha antiga cela. Surpreendente fiquei feliz de não estar mais lá. Seguimos em frente e chegamos em uma sala cheia de armários.

Poe- Está tudo destrancado, se divirtam. Eu volto em meia hora.

Ele saiu. Curiosos, começamos a abrir os armários. Estava tudo meio empoeirado. Começamos abrindo os armários 13,15 e 7. Eram roupas e outras coisas de alguém, mais especificamente, de crianças e adolescentes. Notamos que tinham nomes do lado de dentro das portas. Procurei uma com o meu nome. Imaginei que colocaram conforme as cobaias iam chegando. Eu e Miles fomos os primeiros, então nós fomos pra os armários 1 e 2. O Ezra abriu o de número 5 e encontrou
as coisas dele.
Eu vi as roupas que eu estava usando quando cheguei aqui. Tinha uma coisa que eu estava querendo pegar de volta, as chaves de casa. Tiraram elas de mim assim que entrei no carro que me trouxe aqui. Assim que as encontrei, sentei no chão e me encostei nos armários. Fiquei relembrando o tempo em que usava essas chaves pra abrir a porta assim que eu chegava da escola. Me lembro de que a primeira coisa que eu via todos os dias eram meus pais assim que eu abria a porta.
Até agora eu estava feliz por não ter que viver novamente os velhos tempos, mas agora eu ficaria mais três anos aqui de novo só pra abraçar meus pais mais uma vez.
Abraçei minhas pernas e comecei a chorar silenciosamente. Ninguém percebeu até que eu deixei as chaves caírem no chão sem querer. Miles sentou do meu lado e cruzou as pernas. Pegou as chaves no chão e observou.

Miles- Eu também repetiria tudo de novo só pra passar um dia com eles- leu meus pensamentos.

Ousei sorrir, mas não consegui.
Eu estava triste de de mais pra fingir alegria. Ezra olhou pra nós e se sentou do meu outro lado e me deu um abraço. Fez diferença pra mim. O abraço dele me lembra um pouco o abraço do meu pai. Me fez parar de chorar. Miles me abraçou também, foi muito gentil. Eu amo esses dois patetas!

Ezra- Por que a gente não sai daqui?- se levantou.

Miles- Eu topo- também se levantou.

Ambos estenderam a mão pra mim. Dei uma mão pra cada um e me puxaram pra levantar. Sorri.

Ashley- Onde querem ir?

Miles- Bom, tem uma coisa que eu quero levar comigo.

Ashley- O quê?

Miles- Me siga e verá.

Nós o seguimos até a sala de testes. Eu estava curiosa pra saber o que ele queria.