Alinna estava em casa. Quer dizer, viria para casa. Allyssa achou melhor conversar com ela pessoalmente sobre o que tinha acontecido. Eu não fazia ideia do que Allyssa diria, mas sentia que aquela não seria uma conversa fácil e não fazia ideia do que eu diria. Mas, por sorte, - minha, não dela - Allyssa era a mais velha, essa responsabilidade era dela.
No Gabinete, esperei tensa enquanto diminuía o conteúdo da caixa azul. Ocasionalmente, girava a cadeira e olhava para o portão, esperando que ele se abrisse e o carro entrasse, mas o tempo se estendia silencioso à minha frente.
Ela só chegou de tarde. Assim que vi o carro entrando, comecei a caminhar para recebe-la, quando cheguei na última escadaria, que descia para o salão principal, encontrei a vovó Regina parada lá, olhando para a porta.
- Onde está Allyssa? - Ela perguntou.
- Não sei.
- Espero que ela dê uma boa lição nessa garota. Cada coisa absurda que se vê hoje em dia. - Ela entortou o nariz.
- Ela não deveria se expor desse jeito, mas acho que não foi assim tão grave.
- Não, claro que não. - Falou, sarcástica. - Só destruiu a imagem da nossa família com suas impurezas.
- Vovó, também não é assim. - Tentei olhar aquilo através da visão antiquada dela, poderia parecer bem absurdo. - Os tempos são outros agora.
- Mas as pessoas são as mesmas. - Respondeu, irredutível. Encarando a porta com aquela postura altiva de Regina. - E sugiro que cuide para que isso não te afete. Você é a rainha agora.
- Rainha temporária.
- Um dia será definitiva e não pode deixar os erros da sua família recaírem sobre você.
- Isso é algo com o qual conseguimos lidar. - Alinna ia entrando, cabeça erguida, preparada para o que viria.
- Ah, claro que consegue. - Seu tom era ácido. - Perdoe-me por subestima-la. Esqueci que você costuma arrumar problemas piores. - Ela concluiu, se afastando.
Fiz uma careta ao olhar para Regina enquanto ela se afastava.
- Linna. - Falei, carinhosamente, estendendo os braços para abraça-la.
Ela relutou ao meu abraço que foi breve antes que se afastasse.
- Como foi a viagem?
- O de sempre. Pegamos um trânsito enorme na ponte da divisa, pensei que não ia acabar nunca.
- Está com fome?
- Um pouco.
- Sobrou cheesecake da sobremesa, posso pedir para trazerem.
- Seria bom.
- Olá, irmãs, estava procurando vocês. - Allyssa disse, no alto da outra escadaria. - Alinna, já comeu?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rainha Imprudente [REVISADO]
JugendliteraturAngel precisava de uma solução concreta para impedir a guerra. E o golpe de estado pareceu a melhor solução. Depois da sua coroação e toda a polêmica do seu casamento, os monarcas não tiveram escolha a não ser convocar uma Reunião do Conselho. Um ev...