15 - Caminhando com uma estrela

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Angel Récler

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Angel Récler

O sol me encandeava, mesmo quando eu colocava a mão à frente dos olhos, então olhei para baixo. Eu estava numa praia, não fazia ideia de onde era aquela praia, mas o mar multicor parecia o de Arabelle com seus tons azuis e verdes. Talvez eu tivesse morrido e ali fosse o paraíso. Possibilidades.

Eu estava descalça e podia sentir a areia fina entre os dedos dos pés e parte dela se prendia ao vestido branco que eu estava usando, era o vestido do meu quase-casamento, a saia parecendo ainda mais branca naquele sol intenso, como se fosse meio-dia em ponto e apesar disso o sol não me queimava, no máximo me aquecia como no outono.

Olhando ao meu redor na praia, vi uma criança brincando na areia lá longe. Era um garotinho que não devia ter mais de seis anos, estava vestindo uma bermuda cáqui e uma blusa azul clarinha que talvez fosse de botões, seus cabelos muito claros e lisos se bagunçavam com o vento e brilhavam tanto quanto meu vestido.

Caminhei até ele porque era a única pessoa naquele cenário onírico. Ele estava construindo um castelinho, mas quando cheguei perto, encarou-me. Seus olhos eram de um azul cinzento muito claro, algo um pouco parecido com os olhos de Alinna, como o mar fica antes que chova.

- Olá.

- Halí. - Ele respondeu. - Que bom que acordou. Estou esperando há um tempão.

- Eu estava dormindo?

- Tecnicamente. Dá para chamar assim. - Ele disse, voltando para o seu castelo.

- Pode dizer onde estamos?

- Na praia, ué. Não viu?

- Isso eu vi, sim. Mas onde fica essa praia?

- Na sua cabeça.

- Ah. - Olhei ao redor, era um lugar muito bonito com ondas calmas e coqueiros e mais ao longe pela areia, algumas plantas rasteiras e arbustos com flores roxas e brancas. A última coisa em que eu pensara fora no mar de Arabelle, então talvez aquilo fizesse sentido.

- Eu sou boa com cenários.

- Também acho. Aqui é bem bonito, não é?

- Verdade. Você sabe onde está o meu corpo?

- No castelo. A senhora está em coma.

- Ei, eu não sou uma senhora.

- Ah, desculpe. - Ele disse, com um sorriso encantador. - Eu esqueço que nós estamos no passado.

- Passado? Você veio do futuro?

- Mais ou menos isso. Você pode me ajudar com esse castelo? Não consigo fazer a areia ficar no lugar.

- Talvez precise de mais água.

- Vamos pegar, então.

Ele levantou, pegou o baldinho e segurou minha mão com a maior naturalidade do mundo enquanto caminhávamos pela praia.

Rainha Imprudente [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora