30 - Os pesadelos agora são na vida real

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Angel Récler

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Angel Récler

As estrelas dos meus all-stars deviam parecer estrelas cadentes de verdade enquanto eu corria atrás dos médicos que levavam a maca pelo hospital. Só parei quando eles praticamente bateram a porta na minha cara ao chegar no centro cirúrgico.

Imóvel e sozinha, olhei para as portas azuis e frias, tentando imaginar o que estava acontecendo lá dentro e me perguntando se aquilo seria suficiente para salvar a vida de Josh.

- Angel...? - Virei-me ao ouvir meu nome. - O que está fazendo aqui, alteza? Aconteceu alguma coisa?

Eu nunca tinha visto ou falado pessoalmente com Lúcia, mas pelas fotos, reconheceria seu olhar doce e cabelos ondulados como os de Josh em qualquer lugar. Agora eu tinha que dizer que seu filho poderia morrer por minha culpa.

- O Josh levou um tiro. - Falei, sem rodeios. - Estávamos voltando para casa, teve outro atentado, ele... - Mordi o lábio, fazendo força para não chorar. - Ele passou na minha frente e a bala o atingiu. Eu tentei estancar o sangue, mas acho que a bala atingiu algo importante... ele está ali. - Apontei para o centro cirúrgico e recusei-me a encarar a mulher de uniforme à minha frente.

- Venha, querida - Ela me segurou pelos ombros com uma firmeza gentil, me guiando pelo corredor. - É melhor se limpar para podermos esperar. Isso provavelmente vai demorar muito.

Em silêncio, deixei que ela me levasse à área de convivência dos médicos, onde não tinha ninguém. Lavei minhas mãos na pia e assisti enquanto o sangue tingia a água e deixava minhas mãos trêmulas, esfreguei e esfreguei como se assim também pudesse limpar minha culpa.

Sentamos no sofá cinza que tinha lá e eu contei a ela tudo o que acontecera, desde o pneu estourado até a chegada da ambulância, em nenhum momento consegui encarar seus doces olhos castanhos e não derramei nenhuma lágrima, apenas falava tudo num tom baixo e urgente.

Ocasionalmente aparecia alguém na sala, que Lúcia dispensava com delicadeza para que ninguém notasse a princesa suja de sangue sentada no sofá.

Lúcia era muito paciente, e manteve a calma o tempo todo, eu não fazia ideia se ela realmente estava tão tranquila ou se só sabia fingir muito bem, mas se estivesse fingindo, era boa naquilo. Quando terminei a história, ela segurou minhas mãos e olhou nos meus olhos.

- Não foi culpa sua. - Ela disse com aquela firmeza típica das mães. - O Josh que escolheu fazer isso, não você. Vai ficar tudo bem. O pessoal que trabalha aqui é muito bom, eles vão conseguir salva-lo e logo tudo voltará ao normal.

Assenti. Eu queria acreditar nela. Meus dedos tocaram o pingente azul que Josh tinha feito para mim. O que estaria acontecendo dentro daquela sala?

Só tivemos notícias dele horas depois, o médico explicou para Lúcia como tinha sido a cirurgia, usando termos dos quais pouco eu entendia, mas ao menos eu sabia que Josh estava bem, que estava vivo. Agora ficaria no hospital por algum tempo.

Rainha Imprudente [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora