23 - Bondade

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Joshua RushOutubro

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Joshua Rush
Outubro

- Quando vocês voltam, mesmo? - Perguntei para Lúcia enquanto ela procurava algo em sua bolsa.

- Na quinta-feira.

- Nessa?

- Na próxima, querido. - Ela me encarou e sorriu, compreensiva. - Você vai ficar bem. Só não esqueça de ligar o alarme e de não deixar ninguém entrar.

- Sim, mãe. - Falei, chateado.

- Sei que não está contente, mas é necessário. Eles são nossos amigos, tínhamos que ir a esse casamento. E você sabe como são as festas em Katrin.

- Não, mãe, está tudo bem. Eu só queria mesmo saber quando vocês voltam, relaxa.

- Olha, não vai fazer uma festa louca e deixar nossa casa um caos, não, em. - Alertou, a voz perdendo o tom compreensivo.

- Claro que era isso que eu estava planejando, desde o princípio. - Sorri, encarando-a com as mãos nos bolsos. - Eu e meus sete amigos vamos destruir a casa.

- E também não me arruma confusão com a polícia de novo.

- Isso só aconteceu uma vez.

- E já é suficiente para eu me preocupar.

- Mas, mãe...

- Tenho que ir, Josh. - Ela beijou minha bochecha e se voltou para o carro. - Não se envolva nos protestos. Pelo amor de Deus, se aquieta em casa.

- Tá, mãe. - Acenei e Gregory acenou de volta, numa despedida breve e silenciosa.

Finalmente entrei em casa e fui me arrumar para dormir. Há algum tempo, eu teria adorado ficar sozinho em casa, o que significava bagunça, pizza e surf, mas não naquele momento. E o motivo era simples.

Tudo era branco. Branco, molhado e frio. Mas também havia vermelho. Peças de carne penduradas por ganchos de ferro e manchas de sangue no chão eram as únicas coisas coloridas além de nós. Leandro estava nos meus braços, mas eu não conseguia mais sentir o calor fraco da sua respiração, encostei o ouvido em seu peito e tudo o que eu podia ouvir era o silêncio oco de um coração morto. Abracei ele e chorei, as lágrimas pareciam alfinetes ao esfriarem sobre o meu rosto. Levantei do chão e corri para a porta de ferro. Esmurrando-a, na esperança que aquilo fizesse algum barulho, gritei.

- Socorro! Tem alguém aí fora?! Socorro, estou preso aqui! Alguém me ajude!

O sangue começou a correr pelas minhas mãos nos pontos onde os parafusos da porta bateram e eu não tinha mais força, o corpo desistindo aos poucos, sucumbindo à dor e ao frio. Caí de joelhos no chão, cada minuto parecia uma hora, enquanto eu sentia meus dedos adormecerem e o meu corpo parar de funcionar, estava no chão quando a porta foi aberta e Tayler MacLaine me olhou, havia sangue no seu rosto.

Rainha Imprudente [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora