Rainha Imprudente [REVISADO]

37 - Novos planos para um novo reinado

A prisão dos nobres de Arabelle na manhã seguinte foi reportada nos Sete Reinos e até internacionalmente, mas nada se comparou à expectativa de quando eu fiz o pronunciamento sobre as destituições àquela noite. Todos pareciam prender o fôlego quando subi diante daqueles microfones e luzes e anunciei que os duques e marqueses que foram julgados traidores seriam oficialmente destituídos e que seria anunciada a reunião para a escolha dos que os substituiriam.

Sentei-me diante da penteadeira e amarrei o cabelo num coque frouxo enquanto tirava do rosto a maquiagem, pensando em todo o movimento daquele dia, com todos os anúncios, entrevistas, reuniões e toda a bagunça que aquela situação maluca ocasionara antes de deitar e tentar dormir.

Josie ainda não estava no castelo, a semana estava chegando ao fim, os preparativos para a viagem estavam começando a ser feitos, enquanto se iniciavam os planejamentos para as reuniões deliberativas e eu ainda passava o tempo sozinha no imenso palácio de Arabelle.

Nem Josh aparecia por lá, completamente focado na sua prova que aconteceria naquele domingo, ele até mandava mensagem perguntando se eu não queria que ele aparecesse para me ajudar ou apenas para fazer companhia, bem que eu queria, mas também queria que ele entrasse na faculdade, então sempre mentia, dizendo que não precisava, que estava bem.

Realmente achei que ficaria bem, mas então não conseguia dormir. Nós outros dias, sempre estava cansada demais para pensar em qualquer coisa, mas não naquele dia.

Naquele dia, toda vez que fechava os olhos, sentia que alguém apareceria a qualquer momento e no auge do medo, via o rosto de Henry nas sombras, quando estava perto de adormecer, lembranças confusas rondavam minha mente, algumas reais, outras pertencentes aquele estranho pesadelo. O castelo parecia grande demais para eu estar sozinha nele, apesar de todos os guardas e criados que circulavam por lá o dia todo, ainda parecia um lugar extremamente solitário.

Já passava da meia noite quando desisti de dormir. Sentei-me na cama e liguei o abajur, achando pouco conforto na luz. Peguei o celular e liguei para o primeiro contato da lista.

- Alô... - Ele respondeu, com a voz sonolenta. - Se eu disser "Josh não está, deixe seu recado" você me deixa dormir de novo?

- Acho que isso não funciona mais. - Respondi, me sentindo um pouco mais leve, embora ainda não tivesse coragem de olhar para a sacada.

- Que pena.

- Eh... você pode vir para cá?

- Agora?

- Sim. É que... Josie não está. E eu estou sozinha. E... - Era difícil admitir aquilo. - Sei que isso é irracional, mas estou com um pouco de medo.

- Eu chego em quinze minutos. - Garantiu e pude ouvi-lo levantar. - Quer que eu fique com você no telefone até chegar aí?

- Não precisa... mas por favor não demore.