10 - Não sou a única com inimizades perigosas

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As coisas ficaram um pouco estranhas entre minhas irmãs e eu no resto daquela semana, mas, de alguma forma, pareciam tranquilas quando jantamos todos juntos naquela que prometia ser uma das últimas noites dos herdeiros em Arabelle

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As coisas ficaram um pouco estranhas entre minhas irmãs e eu no resto daquela semana, mas, de alguma forma, pareciam tranquilas quando jantamos todos juntos naquela que prometia ser uma das últimas noites dos herdeiros em Arabelle. Lian ainda estava chateado comigo e, honestamente, eu já estava fart1q de entrar em conflitos com aqueles que amava, mas isso parecia inevitável desde que eu chegara ao trono.

Quando o jantar acabou, estava acompanhando Lian para sua casa, nós dois seguíamos em silêncio, sem ter o que conversar.

- Ei, você viu que vai sair filme novo da Marvel? - Perguntei, tentando puxar conversa.

- Ouvi falar.

- Você pode vir para cá para a gente assistir na sala de cinema. Leva pipoca, refrigerante.

- Sim, seria legal. A gente vai combinando direitinho e no dia assiste.

E pronto, a conversa se encerrou ali. Caminhamos mais um pouco em um silêncio agonizante. Caminhava com as mãos às costas e Lian cantarolava alguma música que eu não conhecia. E pensar que todos sabiam quando estávamos juntos porque nunca ficávamos calados. Nunca nos faltava assunto, isto é, até aquele dia.

Então algo cortou o silêncio. Afiado como uma lâmina, o som das sirenes que indicavam um invasor ecoou gélido pelo castelo. Olhei para Lian e ele para mim, pensando no que faríamos.

- Vem comigo. - Peguei a mão dele e corri ao longo do corredor, a cada segundo, o medo aumentava.

Parei diante do enorme quadro da praia com o farol, com as mãos trêmulas e urgentes, coloquei a chave na pequena fechadura que abriu para nós. Empurrei Lian para dentro e fechei a porta, paramos os dois naquele enorme corredor e eu acendi as luzes.

- Que lugar é esse?

- O centro dos corredores secretos do castelo. - Respondi, arfando. As mãos na porta, olhando assustada para ela, pensando do que ela nos separava.

- Não vamos ficar perto da entrada.

- Claro, vamos entrar. - Afastei-me da porta com dificuldade, apreensiva.

Guiei ele até uma sala próxima da minha sala de investigações, era a salinha para a qual eu tinha empurrado os móveis cobertos com lençóis.

Sentamos num sofá em silêncio, eu estava pensando no que havia lá fora, o coração se apertava ao pensar nas minhas irmãs, onde elas deveriam estar, se tinham conseguido chegar nos seus quartos, pensei nos herdeiros, perdidos pelo castelo, a única sorte é que eles tinham seus guardas. Então pensei em Josh. Meu melhor amigo, perdido lá fora, sem guardas e sem instrução. A única passagem secreta que ele conhecia era a que estávamos e não havia sinal dele ali.

O tempo passou devagar demais, silencioso demais e a minha imaginação não estava ajudando em nada. Olhei para Lian, esperando que ele disse alguma coisa, qualquer coisa. Mas ele parecia ignorar totalmente a minha presença, senão a minha existência.

Rainha Imprudente [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora