Percebi o burburinho pelo castelo antes de entender o que estava acontecendo. Todos corriam para as janelas mais altas, acotovelando uns aos outros para olhar para fora.
Entrei em uma dessas salas no terceiro andar do castelo e olhei pela janela, vi algo estranho para além dos muros. Vi pessoas, uma aglomeração enorme com cartazes. Pensei logo que era outro protesto. E logo no meu último dia.
- O que foi? - Josh perguntou, quando saí da sala e encontrei com ele no corredor.
- Outro protesto eu acho, vamos conferir.
Falei e corri escadaria acima para a mais alta das torres. Ao chegar no alto, cansada e ofegante, olhei para além dos muros, a multidão na orla estampava uma enorme bandeira com as cores do arco-íris, tinha um trio elétrico que, como agora estava chegando mais perto, eu podia ouvir a música, mesmo sem entender muita coisa, mas ao contrário dos protestos, parecia algo muito animado.
Voltei-me para descer as escadas, pensando no que poderia ter acontecido dessa vez para deixar outra multidão irritada.
- Ei, vai para onde? - Josh perguntou.
- Vou falar com eles.
- O quê? Você perdeu o juízo?! A gente nem sabe o que está acontecendo! Se eles são contra ou a favor de você. E se seu assassino estiver lá ou coisa assim?
- Eu preciso saber o que está acontecendo. Vai ficar tudo bem.
- Como você sabe? Isso é loucura! É melhor ficar aqui e mandar alguém ir lá. Eu vou, se você quiser.
- Ah, Joshua, pelo amor de Deus. - Falei, irritadiça. - É uma manifestação, não um exército. Eu vou e ponto final. Já fiz isso antes e está tudo bem. Além do mais, vou te dizer a mesma coisa que disse para Allyssa: ultimamente o castelo está mais perigoso para mim do que as ruas de Arabelle. - Nem esperei sua resposta, apenas comecei a descer as escadas.
- Tá! Mas não venha reclamar quando isso der errado!
Ignorei ele lindamente e segui o meu caminho. No térreo, portas e janelas estavam sendo fechadas.
- O que está acontecendo? - Perguntei a Otto.
- Parte da multidão está vindo para cá. Parecem pacíficos, mas não podemos garantir nada. Mandei os guardas para o portão.
- O que? Não! Se é uma manifestação pacífica não podemos intervir. O senhor deveria ter esperado minhas ordens. - Falei, antes de escapulir pela porta da frente, caminhando até os portões.
A vantagem de ser rainha é que ninguém questionava minhas ordens. Nenhum dos guardas questionou quando mandei que me deixassem passar e abrissem os portões. Quer dizer, exceto um.
- Você vai para lá sozinha?! - Alec exclamou, mais alto que o barulho das pessoas que se aproximavam. - Ficou doida, foi?!
- Alec, levar guardas comigo só vai piorar tudo. Já basta os que estão cercando o castelo. Se é uma manifestação pacífica, temos que dar a chance de eles falarem, podem nos acusar de repressão se não fizermos isso e será muito pior.
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Rainha Imprudente [REVISADO]
ספרות נוערAngel precisava de uma solução concreta para impedir a guerra. E o golpe de estado pareceu a melhor solução. Depois da sua coroação e toda a polêmica do seu casamento, os monarcas não tiveram escolha a não ser convocar uma Reunião do Conselho. Um ev...