Capítulo 59

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Hoje faltam 2 semanas pro casamento da Maiara que será no fim do mês, e 1 mês e alguns dias pro nosso aniversário. Laura continua sofrendo com cólicas, não dorme a noite e consequentemente, nós também não. Agora são quase 6 horas da manhã, Maiara e Gustavo não estavam em casa, nem Ayana. Tinham ido pra casa de praia a dois dias, provavelmente chegariam hoje. João estava no hospital, mesmo ele estando de licença, assim como eu, Catherine ligou pra ele, e quase implorou pra que ele fosse pra lá. João é o melhor neurocirurgião daquele hospital, e todos sabem disso.

Tive que insistir muito pra ele aceitar ir, e agora fazem 3 horas que ele saiu. Desde então não fechei os olhos. Laura chora a cada 30 minutos, e não podemos dar remédio todas as vezes que ela chorar. Então estamos usando só a bolsa quente, e massagens. Estava cantarolando quando ouvi meu celular vibrar. E cogitei ser o João.

"Meu amor, eu estou quase indo. Acabei de sair da sala de cirurgia, só vou dividir tarefas e vou pra casa. Imagino que esteja cansada"

Sorri ao perceber sua preocupação.

"Tudo bem, amor. Não precisa ter pressa."

Respondi sua mensagem, bloqueando o celular em seguida ao ver que uma pessoinha começou a resmugar e chorar em seguida. Ela chorava tanto, que seu rostinho ficava totalmente vermelho.

Maraisa: Como você consegue chorar tão alto? Sua garganta não dói não?(Brinquei balançando ela) Calma que já vai passar.

Coloquei ela na cama de barriga pra baixo, com a bolsa em sua barriga. Ela se acalmou rápido. Coloquei alguns travesseiros por toda a cama, pra que ela não caísse, e fui na cozinha pegar água e alguma coisa pra eu comer. Já que não comi nada esse tempo todo. Estava com a babá eletrônica na minha mão, se ela acordasse, eu viria.

Fui o mais rápido possível, e já subi com algo pronto pra comer. Ela continuava dormindo, então comi enquanto observava o sol nascer lá fora. Mas acho que acabei cochilando, e acordei com Laura chorando. Sobressaltei da cadeira indo até a cama e pegando a mesma. Que dessa vez, não se acalmava por nada.

Maraisa: Meu amor, respira um pouco.(Meus olhos já estavam marejados) Se você se desespera, a mamãe também fica desesperada.(Informei ainda tentando me manter calma)

Nada adiantava, bolsa quente, por de barriga pra baixo no meu colo, cantar, amamentar, nada funcionou. Comecei a chorar junto com ela, e me culpei por não conseguir acalmar ela. Me culpei porque eu deveria ser a única que calaria seu choro, mas não sou. Não consigo fazer isso, e me sinto péssima por isso.

João: Vida, cheguei. Eu fiz uma...(Parou quando me virei pra ele, e o mesmo me viu chorando) Amor, o que foi?(Se aproximou pegando Laura)

Maraisa: Não consigo acalmar ela. Nada funciona.(Respondi ainda chorando)

João: Você só precisa ficar calma. Sabe que o que sente, ela também sente.(Respondeu calmo) Tudo bem filha. É o papai, princesinha. Tá tudo bem. Calma.

João conversou por alguns minutos com ela, e a mesma se acalmou dormindo. Ele colocou ela no berço que tinha no nosso quarto, e levantou o olhar pra mim. Sem dizer nada, ele me abraçou, e me deixou chorar até me acalmar.

João: Promete me ouvir?(Assenti) Vai pro banho pra relaxar, depois vai comer, e em seguida vai dormir. Sem protestar. Não dorme a quase uma semana, eu nem sei como ainda está em pé.

Maraisa: Sou mãe. Mães não dormem.(Me afastei do abraço)

João: A gente combinou de dividir as tarefas. Somos uma família, e a gente se ajuda. Você não é mãe sozinha, tem a mim, e faremos tudo isso juntas, até o fim de nossas vidas. Ela precisa de você bem, amor. Tudo isso mexe com seu emocional, e sabe que ficar sem dormir não ajuda.(Me calei assentindo) Sabe que estou certo, e também sabe que so quero que fique bem. Agora anda, vou fazer alguma coisa pra comermos.

Fica, eu preciso de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora