Maraisa| A madrugada foi longa. Ambas estavam mal. A febre da Maiara não passou, e eu estava com uma enxaqueca terrível, já tinha vomitado 4 vezes. Dei outro remédio pra Maiara, e fiquei medindo a temperatura dela, constantemente. Tomei um remédio também, e acabei dormindo, acordei quase 9h, mandei mensagem pro diretor do colégio explicando porque não tínhamos ido, e ele super entendeu. E também, estamos caminhando pras "férias" entre uma unidade e outra na escola. Teremos 1 semana livre. Levantei, e fiz chocolate quente, estava uma manhã fria. Subi, e fui acordar a Maiara.
Maraisa: Bom dia bebê (dou vários beijinhos nela, e ela desperta aos poucos, e me olha sorrindo)
Maiara: Eu amei esse bom dia. Você tá melhor?
Maraisa: Um pouco, mas não se preocupa.
Maiara: Eu vou tomar banho, já volto pra comer. (Concordo com a cabeça, e ela sai, depois de uns 10 minutos ela volta) Acho melhor a gente ir só mais tarde. A mamãe vai perguntar porque não fomos pra escola, e se a gente falar a verdade, ela vai pirar. Melhor irmos no horário de sempre.
Maraisa: Nem tinha pensado nisso.
Maiara| A nossa manhã foi cheia de preguiça, não fizemos nada. Vimos série quase o dia todo, depois fomos fazer uma atividade, e ficamos conversando. A sensação ruim só piorava, meu corpo parecia avisar alguma coisa. Se fosse só o meu, eu acharia que era só medo, mas a Maraisa estava sentindo o mesmo e isso começou a me assustar. Levantei, e pedi comida, não estava afim de cozinhar, e não tinha muita coisa pra fazer, então foi mais prático pedir.
Maiara: Não vai almoçar?
Maraisa: Não, pode ir. Não tô com fome.
Maiara: Mas você nem comeu.
Maraisa: Fica tranquila, depois eu vou.(só concordo com a cabeça, e vou pra cozinha, ouço a campainha tocar, e vou ver quem é)
Maiara: Oi Lila, entra.(a abraço, e ela me acompanha a cozinha)
Marília: Estão melhor?
Maiara: Sim, e não. A questão física sim, não tô com febre, e ela não tá com dor mais. Só que, a sensação não passa.
Marília: Cadê a Isa?
Maiara: No quarto, mal saiu de lá hoje, nem quis almoçar.
Marília: Podemos ir lá?
Maiara: Sim, já almoçou?
Marília: Sim, obrigada. Vamos?(subimos pro quarto, e a Maraisa estava falando com alguém no celular, até que ela coloca no viva voz, e eu reconheço a voz imediatamente)
Ligação on*
Dr.Yan: Preciso que venham até o hospital. Mas não venham sozinhas, e nem dirigindo.
Maraisa: O que tá acontecendo?
Dr.Yan: Venham, aqui eu explico. Acho melhor pessoalmente.
Maraisa: Ok, estamos indo.
Ligação off*Maraisa| Confesso que já sabia o que era. É, ela está indo! Ela tá indo, e nós vamos ficar aqui. Nós vamos ter que enfrentar tudo, vamos ter que aguentar tudo, e continuar sem ela. Ela não vai fazer uma viagem, não vai tirar férias, não vai pro trabalho. Ela vai embora, pra sempre. Ela vai ficar viva só em nossos corações. Nas memórias. Nas fotos. Mas ela não vai estar, mais presente. Fomos pro hospital, e tudo parecia em câmera lenta. A Marília e a mãe dela foram com a gente, e ligaram pro nosso pai, que estava lá também.
Dr.Yan: Ela está indo meninas. Chegou a hora.(ele disse calmamente, e visivelmente emocionado também) venham comigo.(caminhamos até o quarto, e lá estava ela. A mulher que da cor a minha vida toda. Ela tá tão pálida, respiração pesada, máquinas apitando, pra informar que sua respiração é dificultosa, e tem lágrimas em seus olhos)
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Fica, eu preciso de você
Fiksi PenggemarE se, vc tivesse pouco tempo com a pessoa que vc mais ama? Uma data quase determinada pra tudo acabar, oq vc faria dps disso? Como reagiria?