- Bom dia – cumprimentei assim que cheguei ao jardim.
Skoop, ao ouvir minha voz, veio correndo para meu lado. Passei a mão por sua cabeça peluda e sorri.
- Dormiu bem? – meu irmão perguntou vindo em minha direção e me dando um abraço.
- Sim... – respondi segurando em seu braço após o abraço – Está regando as flores?
- Sim. Está muito calor. Elas parecem meio murchas. Venha – Ele me levou para perto das flores – Está sentindo o cheiro? Aqui, pegue.
Senti sua mão pressionando algo contra a minha. Era uma flor.
- Cheire – Porsche pediu. Ele tinha muito orgulho de seu jardim. Cuidava muito bem das flores.
Esse era seu passatempo. Sua maneira de ficar calmo quando está estressado. Suas flores eram seu tesouro.
- É uma rosa? – perguntei levando a flor ao nariz e sentindo um cheiro suave e um pouco doce, mas não enjoativo.
- Está ficando boa nisso! – ele riu – As orquídeas floresceram – Sua voz vinha de um nível mais baixo. Devia estar agachado.
- Devem estar lindas... E cheiram muito bem – Me agachei ao seu lado e estiquei uma mão para alcançar alguma flor.
– Fomos convidados para um churrasco. - Porsche anuncia, me deixando surpreso.
Eu me levantei, segurando a flor que ele havia me dado.
- Aonde? – perguntei indo em sua direção.
- Nos Theerapanyakul's – respondeu meu irmão com a voz um pouco insinuante. Fiz uma careta.
- Não vou.
- Como não? – perguntou meu irmão surpreso – Você é amigo do irmão deles.
- E daí?
- E daí, meu lindo – ele passou seu braço por meus ombros – Que seria mal educado você não ir – beijou meu rosto. Suspirei impaciente.
- Você sabe que eu não gosto de ficar em lugares com pessoas estranhas – comentei – Com certeza não fomos os únicos convidados.
- Sim, claro que não. Mas, caso você não queira ficar lá, pode voltar para casa. Afinal, eles moram aqui do lado.
- Mas Porsche, eu...
- Mas Porsche, que você vai ir pelo menos para dizer que apareceu. Não precisa ficar muito tempo. Eles foram educados retribuindo nosso jantar com o churrasco.
Soltei mais um suspiro, totalmente derrotado.
- Ok, eu vou. Mas não ficarei muito tempo. Certo?
- Nós cuidaremos de você lá – disse ele tentando me animar – E, além do mais, Kim também vai te fazer companhia.
“Kim, Kim, Kim... Estou cansado dessa garoto”, pensei voltando para dentro de casa. Eu não queria me aproximar mais que o necessário. Já iríamos sair na próxima semana, isso já era o bastante para me deixar nervoso. Agora, porque esse maldito churrasco sem sentido? Porque eu tinha que estar me apaixonando por essa garoto?
Cheguei a meu quarto e fechei a porta com força.
- Ele nunca ficaria com um cego – murmurei para mim mesmo, irritado, andando em direção a cama, mas parecia que havia algo contra mim, pois caí ao chão no meio do caminho, batendo o joelho em algo duro. O que estava acontecendo comigo?
- Droga! – respirei fundo e bati com força no piso gelado – Droga, droga, droga!
Senti vontade de chorar.
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Be My Eyes - KimChay
Fanfiction[CONCLUÍDO] Há um ano, eu havia sofrido um sério acidente de carro. Meu amigo, que dirigia, havia morrido no caminho para o hospital de parada cardiorrespiratória. Foi difícil. No começo, tudo me irritava, principalmente a morte de Macau. Era difíci...