O doutor apareceu pouco tempo depois cumprimentando meu irmão e o namorado e Kim, explicando que ele iria tirar as faixas e ver se a cirurgia havia gerado um resultado positivo. Disse que, se houvesse dado certo, eu demoraria alguns segundos para poder focar alguma coisa, pois as luzes seriam fortes e minhas pupilas demorariam a acostumar com tanta claridade.
Eu balancei a cabeça concordando e soltei um suspiro pedindo para que alguém segurasse minhas mãos, coisa que meu irmão fez.
- Está na hora – eu murmurei para ele num sorriso. O coração estava batendo alto e eu sentia vontade de rir.
- Bem, está preparado? – perguntou o doutor fazendo um barulho com a tesoura.
- Sim... – respondi apertando forte a mão de meu irmão e a outra mão em que o anel de Kim se encontrava – Estou preparado.
Um arrepio percorreu todo meu corpo quando eu ouvi a tesoura cortar a primeira camada de faixa. Meu coração queria parar, mas, ao contrário disso, ele batia mais rápido e rápido.
A tesoura continuava contando as faixas, tudo parecia rolar em câmera lenta.
- Última – o doutor disse quando usou a tesoura para o ultimo corte.
Aquele barulho ecoou em meus ouvidos por um tempo. As faixas escorregaram de meu rosto parando nos ombros.
Meus olhos estavam fechados, eu comecei a abri-los lentamente, mas uma dor aguda me fez fecha-los novamente.
- Tente novamente – pediu o doutor.
- Está muito claro – murmurei balançando a cabeça.
- Tente, Chay – pediu meu irmão apertando minha mão.
Respirei fundo e comecei a abri-los novamente. No começo eu pisquei bastante e tudo estava embaçado e difuso.
Estava muito claro.
Ardia.
Fechei-os.
- Droga! – exclamei baixo.
Na terceira tentativa de abri-los, percebi que ardiam menos e eu já via contornos coloridos. Eu ri fazendo uma careta de dor.
- Está vendo algo? – perguntou o doutor com a voz ansiosa.
- Sim... – murmurei – cores... Estou vendo cores...
- Ótimo! – exclamou ele – Tente ficar mais tempo com os olhos abertos.
Foi o que eu fiz. Aos poucos as cores difusas foram tomando forma e logo pude reconhecer o semblante de Porsche. Ele parecia o mesmo de sempre.
Eu sorri e passei uma de minhas mãos por seu rosto que estava molhado.
- Porsche... – murmurei sorrindo e sentindo vontade de chorar também.
- Aí meu Deus! – ele exclamou me abraçando e caindo num choro compulsivo em meus ombros.
- Calma – pediu o doutor nos separando – Você está enxergando bem?
- Está embaçado, mas pouca coisa. – respondi me virando para ele, mas quando fiz isso, eu o vi...
Estava parado ao lado de seu irmão e metade de um sorriso brincava em seus lábios rosa. Seus olhos, brilhavam risonhos e seus cabelos, eram perfeitos, ele estão usando uma calça jeans e blusa listrada vermelha e branca. Era o Kim mais lindo do que eu havia imaginado.
Eu parecia ter entrado em transe, pois não conseguia parar de olha-lo e ele não parava de olhar para mim. Seu sorriso aumentou. Meu coração pareceu aumentar também.
- E então? – ele perguntou umedecendo os lábios – Vou ganhar o anel?
Meu sorriso se alargou e eu apertei mais o anel contra a mão, me aproximando mais dele.
Todos estavam quietos.
- Estique sua mão direita – sussurrei sem jeito, olhando em seus olhos. Tremendo, coloquei o anel em seu dedo e cruzei minha mão na mão dele – Você é muito mais do que eu imaginava.
Ele riu e passou a mão em meu rosto. Seus olhos ficaram vermelhos e eu vi uma lagrima cair lentamente.
- Kim... – eu murmurei seu nome, como se estivesse pronunciando uma promessa e ele entendeu, pois me puxou para ele e me deu um beijo. Um beijo carregado de tudo aquilo que eu sempre quis... Amor.
FIM
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Obrigado a todos que leram, votaram e comentaram.E starvivimoon espero não ter lhe matado de ansiedade.
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Be My Eyes - KimChay
Fanfiction[CONCLUÍDO] Há um ano, eu havia sofrido um sério acidente de carro. Meu amigo, que dirigia, havia morrido no caminho para o hospital de parada cardiorrespiratória. Foi difícil. No começo, tudo me irritava, principalmente a morte de Macau. Era difíci...