– Briana Ramos
Aquele dia, na calada de uma noite de inverno, minha vó... me deixou.
Tudo está tão duvidoso aqui dentro.
A tristeza está tão perto de mim que consigo senti-la me abraçando para não me soltar mais.
Todas às memórias da minha infância tem a presença da minha vó, e de repente todas elas voltaram á minha mente.
— Quer vim no colo? Eu te carrego — minha vó estendeu seus braços puxando-me em um abraço acolhido logo se preparando para atravessar a rua.
— Quando eu crescer, quero ficar alta igual você vovó — a abracei.
— Então irei me certificar de ver você crescendo bem — sorriu com aqueles olhos brilhantes. — Por isso se alimente direito, entendeu?
— Certo vó. Vó é meu aniversário, a mamãe não veio me ver — fiz um biquinho triste. — Ela prometeu — comecei a chorar.
Ela parou em um parquinho próximo me colocando sentada em um banco quando tirou algo da bolsa.
— Ei querida, não chore — me mostrou o pirulito. — Se você parar de chorar, te darei isso — estendeu o doce para mim.
— Mas eu quero minha mãe — soluçava limpando as lágrimas.
— Vamos fazer assim, que tal a vovó ser sua mãe só por hoje? Você deixaria?
Como uma criança que era confusa, adorei a ideia da minha vó ser minha mãe não entendendo o verdadeiro significado disso, concordei a abraçando.
— Briana — acaricia meu cabelo. — Obrigada — sorriu para mim novamente. — Obrigada por me deixar ser sua mãe. Muito obrigada!
— Então ficaremos juntas pra sempre? Você não vai me deixar que nem a mamãe né vovó?
— Claro que não minha pequena, a vovó te ama e nunca vai deixar você. Vamos ficar juntas pra sempre.
"Um 'Eu te amo' e um 'Para sempre' não deveriam jamais estar juntos em uma mesma frase"
Talvez eu tenha entendido o significado disso no peso das minhas lágrimas torcendo para que fosse apenas um pesadelo idiota.
Encarei o caixão sentido meu coração queimar, se eu soubesse não a teria deixado só, teria a abraçado, teria ficado com ela. Eu sabia que não teríamos muito tempo juntas, mas o que me deixa triste é saber que nem aproveitei.
— Vó, — peguei na mão gelada que não tem mais vitalidade, deixei que as lágrimas finas caíssem. — Eu... era feliz porquê tinha você comigo — não conseguindo conter o choro e a dor no peito, a dor de não cair na realidade, a dor de achar que isso não está acontecendo de verdade. — Obrigada por ter sido minha vó, minha mãe e minha família — acariciei o rosto pálido. — Vamos nos encontrar de novo sim? Promete pra mim que vou te ver de novo? — cair de joelhos no chão. — Deus por quê? Porquê agora? Quem te deu o direito de fazer isso? Por que tirou ela de mim? — me afoguei em lágrimas.
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O Cara Da Casa Ao Lado
RomanceMoradora de uma pequena cidade, Briana Ramos, uma ruiva de dezenove anos, ganha uma bolsa para estudar em uma das melhores universidades da Califórnia. Essa oportunidade transforma sua vida rotineira, especialmente ao conhecer Scott Chavier, um rapa...