capítulo 1

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Larissa: Meu nome é Larissa Moreira,sou cadeirante ,pois sofri um acidente quando eu tinha nove anos,acidente este que transformou a minha vida em uma solidão sem fim.
Lembro-me como se fosse hoje:
Estava com meu irmão brincando no quintal, e nos sempre fazíamos apostas para ver quem dava o maior salto.
Meu irmão se chama Enoch, ele é um ano mais velho que eu, são raros os momentos que ele me chama para brincar, mas quando chama nós nos divertimos bastante.
Um dia antes do acidente meus pais estavam discutindo, não sei o porquê, mas eu comecei a chorar e fui a procura de meu irmão, e quando ele me viu chorando ele me chamou a atenção, e disse que eu era muito chorona e chata, que era por isso que ele não me suportava,que ele queria um irmão e veio uma menina chata que só sabia chorar e reclama todo o tempo, ele disse que queria que eu sumiço, morresse. Aquelas palavras me machucaram tanto que eu fui para meu quarto e passei o resto do dia lá, não sai nem para comer.
No dia seguinte eu levantei e o café estava pronto,as coisas eram difíceis para nós, mas meu pai nunca deixou faltar o arroz e o feijão na nossa mesa. Depois de tomar meu café eu fui cuidar das criações para depois brincar,já que estávamos de ferias na escola.
Eu estava brincando no balanço quando meu irmão chegou e falou que iria me balançar, mas como eu estava magoada com o que ele me disse no dia anterior eu falei que não precisava, mas ele tomou e começou a empurrar o balanço, eu até que comecei a gostar,mas ele começou a empurrar bem alto e eu comecei a sentir medo,e pedi pra ela parar.
Mas ele não parou de jeito nenhum, e eu comecei a chorar, e ele começou a rir e me chamar de chorana, mas não parou de empurrar eu falei que não estava conseguindo me segurar e ele ria e acabei caindo do balanço, ele começou a rir muito e mandar eu levantar e deixar de graça,mas eu estava com tanta dor que não conseguia responder, a dor foi tão grande que eu apaguei.
Me lembro que eu acordei uma semana depois, e estava com vontade de ir ao banheiro, mas quando fui tentar levantar não senti minhas pernas,com isso eu comecei a tremer e gritar,uma enfermeira junto com um médico entraram correndo no quarto,ele me examinou e fez algumas perguntas, depois ele me disse que tinha uma semana que eu estava no hospital. Que meus pais ficaram dois dias mas tiveram que voltar para casa porque tinha o trabalho e meu irmão para cuidar,aquilo me deixou muito triste.o médico me disse que minha mãe falou que eu estava no balanço e meu irmão me achou desmaiada no chão. Eu sabia que era mentira, mas não podia dizer nada já que eles nunca iriam acreditar no que eu falava.
Eu sempre fiquei triste por ser deixada de lado por todos,meu pai sempre fazia as vontades de meu irmão por ser seu primogênito, minha mãe me dava atenção mas não como dava ao meu irmão, ela sempre me disse que era porque ele era menino e que era o sucessor de nosso pai para cuidar de todos nós.
Me lembro que fiquei por mais uma semana no hospital, mas eles só foram lá duas vezes. Eu me sentia sozinha, mas tinha uma senhora que sempre ia falar comigo o nome dela era Ofélia, ela contava histórias para mim e as vezes levava comida ou sobremesa, que eu amava,ela me dava a atenção que eu não tinha de minha família, ela sempre falava que o sonho dela era ter uma filha,mas Deus lhe deu um filho, que lhe dava muita dor de cabeça mas ela o amava muito.
No dia de minha alta minha mãe demorou para ir me buscar,tudo porque meu irmão tinha um treinamento de vôlei na escola da colônia de férias.
Juro que eu queria ficar feliz mas as palavras dele viraram eco em minha cabeça cabeça, e o que ele fez comigo me deixou muito triste.
Após uma semana que eu nestava em casa eles viajaram e me deixaram sozinha mesmo sabendo que eu ainda não estava adaptada a cadeira de rodas eles me deixaram.
Neste dia eu chorei muito pois eu não tinha como ir ao meu quarto pois ficava no segundo andar, mais depois de três dias eu consegui preparar meu primeiro ovo mexido, depois consegui ir para a área de serviço e tomar banho de mangueira, não pense que foi fácil porque não foi!
Quando dei por mim já estava me virando sozinha, meus pais voltaram uma semana depois de me abandonar naquela casa,e ainda por cima me humilharam porque a casa estava suja e as louças também.
Mas me perguntava naquela época como eu poderia fazer os afazeres da casa se eu estava em uma cadeira de rodas.
E assim foi nos tempos seguintes eles saiam para passeios e outras coisas e não me levaram, pois falaram que eu dava trabalho, e eles não queriam ter trabalho com uma inválida.
Os anos foram passando e sempre era a mesma coisa
. Por sorte eu tinha alguns amigos na escola e achavam o máximo me levar para escola eu tinha o Thomas, Thiago, Beth, Amanda e Pablo.
Esses nunca me faziam me sentir só,estavam sempre me fazendo rir. O Thiago é o Thomas começaram a me ensinar como me virar sozinha,eles me levavam para casa deles e começaram junto com suas mães a me ensinar a lavar a fazer comida e até mesmo varrer uma casa,isso foi essencial para mim,pois aprendi a me cuidar.
E sempre que os meus pais viajavam eu me virava, até que quando eu fiz 14 anos eles viajaram e não voltaram mais.
Quando a mãe do Thiago descobriu ela se juntou com a mãe do Thomas e umas amigas de confiança e passaram a me ajudar com as despesas da água e da luz até mermo das compras. Com o t
empo fui aprendendo a fazer várias coisas e vendia para ter meu próprio dinheiro.
Meus pais nunca mais apareceram, simplesmente sumiram.depois de alguns anos eu descobri que eles estavam muito bem que meu irmão se tornou um profissional no vôlei e eles tinha uma vida maravilhosa, mas eu não fazia parte da vida deles,por sorte eu tinha onde morar porque a casa em que eu vivi estava em meu nome,que foi um presente de um padrinho que nunca conheci,pois sei que se não fosse por isso eu estava morando embaixo de uma ponte, ou sabe Deus onde.....
                                                                          Continua...

será que eu estou no caminho certo para felicidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora