capítulo 2

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Larissa: Saber como as coisas mudaram para mim,fico pensando se  meus pais não me amam,ou se quer pensam em mim,não sei porquê ainda sinto falta deles pois sempre os amei.
Me lembro que qualquer coisa que eu fazia era motivo pra uma briga,uma vez eu disse pra minha mãe que eu queria aprender a pintar, mas ela me disse que eu não tinha dom para nada que eu era um fracasso, uma vergonha para família, que era pra mim olhar pro meu irmão que desde muito pequeno ele já era bom em tudo, principalmente em vôlei e basquete, pois ele tinha a altura e o peso certo para os dois.
Eu ouvi aquelas palavras com lágrimas nos olhos, imagina uma criança de apenas oito anos ou ir aquilo tudo da própria mãe, não era fácil.
Já o meu pai era o que mais me desprezava, para ele só existia meu irmão, tudo que ele comprava era pro meu irmão, ele só brincava com ele,e o pior de tudo eu sempre ficava com esperança dele querer me dar um pouco de atenção, mas nada eu tinha.
Mas agora não adianta ficar reclamando,eu estou em um dia especial o dia de minha formatura, este dia é  maravilhoso e especial para mim. Não importa o que foi ao meu passado agora eu tenho que focar em meus estudos no meu futuro e na minha faculdade.
Me escrevi para várias, mas só para aquelas que tem dormitórios e acesso para cadeirante.
O diretor da minha escola disse que eu tenho chances para conseguir a melhor faculdade, por eu mão ter notas baixas.
Todos os dias eu faço o meu melhor para não me sentir sozinha, teve um dia em que eu cai da cadeira no corredor da escola e até hoje eu não sei o que aconteceu, foi muito rápido, me levaram para o hospital pois como eu bati com a cabeça acabei desmaiando.
Logo quando eu fui atendida, o médico falou que eu estou anêmica, e preciso preciso de vitaminas e ferro, ele receitou os remédios ,ele comentou que eu poderia fazer uma tratamento no próprio hospital duas vezes por semana,eu acho que ele soube as minhas condições e me doou os remédios, também me disse que eu teria que voltar para revisão depois de tomar todos os medicamentos, eu o agradeci e muito.
Quando Thiago entrou com minha cadeira de rodas, o médico olhou as condições em que ela estava e me perguntou se eu não queria me inscrever na ação social, para obter uma cadeira melhor. Eu fiquei feliz, e disse que sim,então ele mesmo pegou os meus dados e disse que faria questão dele mesmo fazer minha inscrição. Até chorei porque era muito raro pessoas que se preocupavam com meu estado.saindo do hospital Thiago me levou pra casa dele pois ele falou que a mãe dele pediu para me levar para lá. Chegando em sua casa a dona Antônia, me recebeu como se eu  fosse sua filha, eu sempre me sinto amada quando estou do lado dela e do Thiago, o que mais me encanta é o fato dela ser tão compreensiva com o filho,pelo fato dele gostar de meninos e não de meninas, eu particularmente acho isso lindo pois não há preconceito e isso é maravilhoso.
Tem momentos que sinto até inveja, mas não é ruim,mais sim por ver uma família maravilhosa onde o amor e a confiança prevalece, e eu gostaria muito de ter sido amada assim por minha família.
Eu aprendi a chamar a dona Antônia de tia, e é maravilhoso sentir todo o carinho que ela dá. Como ela sabe das minhas condições ela é o tio Otávio fizeram questão para que eu ficasse com eles até terminar o tratamento, eu quis recusar mas o tio Otávio falou que comigo lá ele poderia me levar ao hospital, e eu ,e alimentaria melhor,depois de várias argumentações, eu acabei aceitando.
Eu fiquei com eles por duas semanas até ganhei um peso,o Thiago sempre que saia me levava, e as vezes levava Thomas também ia me buscar para dar um passeio junto com as meninas, sempre ia em minha casa ver como estavam as coisas por lá. No último dia que eu fiquei na casa do Thiago, eles saíram cedo,acabei ficando só.
Mas eles chegaram antes do almoço, após o almoço, o tio Otávio pegou minhas coisas,para ei ir pra casa.
O que eh não imaginava era o que me aguadava lá,quando eu entrei estavam todos lá,o diretor,alguns professores e até o médico que me atendeu. Eu fiquei emocionada,pois era uma data que eu já havia me esquecido que existia, que no caso era meu aniversário. Eu juro que não queria chorar mas eu não consegui me conter, eu chorei porque aquelas pessoas que nem tinham meu sangue se lembrou que eu existia, enquanto aqueles que me colocaram no mundo nem se quer lembram que eu existo.
Teve de tudo, bolo, salgadinhos, refrigerante, doces,de tudo mesmo,e o que mais me encantou foi o fato do médico me dar a cadeira de presente, ele disse que as inscrições daquele mês já tinham se encerrado então como ele havia preenchido a minha fixa e sabia que meu aniversário estava próximo ele resolveu comprar e me dar de presente, eu não me fiz de rogada pois a minha cadeira estava em péssimo estado,ela estava comigo desde do início.
Nossa foi maravilhoso, e quando o diretor contou que eles descobriram que eu morava sozinha eles ficaram emocionados, por eu ser tão nova e me virar sozinha,todos me deram parabéns, e também me deram aquela bronca pois eles me explicaram que eu poderia ter sido levada pelas autoridades por ser de menor de idade e ainda viver em uma situação precária.
A tia Antônia explicou a todos que ela é a família de Thomas sempre me apoiaram e ajudaram com este segredo pois eles não queriam que eu sofresse mais. Depois de tudo explicado a festinha continuou e também ganhei vários outros presentes como sapatos, roupas,maquiagem,perfumes, várias outras coisas.
Outra coisa que eu amei foi o fato  deles terem feito adaptações na casa para mim e agora eu não teria tanta dificuldade para me locomover,fazia anos que eu não entrava no meu quarto,agora há podia pois eles fizeram uma rampa e  eu pude ir para o andar de cima,e com a cadeira de rodas agora elétrica, ficou fácil.
Depois de me ensinar como andar com a nova cadeira fui levada para o meu quarto, não tive como não chorar,pois estava tudo novinho,pintado,estava lindo.a tia Antônia disse que a cama é o guarda roupas foi presente do tio Otávio, e o restante das coisas foram da família do Thomas, e os professores juntaram para fazer a reforma e a rampa,eles também adaptaram o banheiro que ficou lindo.
Amanda,Beth e Pablo me doaram o computador, e até um celular eu ganhei. A Beth disse que eu era o único ser humano que não tinha um celular.
Eu simplesmente não tinha palavras para agradecer tudo o que todos fizeram por mim. O médico que no caso se chama Oscar me perguntou se eu aceitaria ele como padrinho,pois ele gostaria muito, eu claro que aceitei, pois um padrinho é como o segundo pai e eu sinto falta de ter um pai. Eles ficaram até tarde lá em casa,a Amanda e a Beth dormiram lá comigo. que eu não me divertia tanto. É a primeira vez desde que meus pais me abandonaram que eu  me sentia tão feliz.

será que eu estou no caminho certo para felicidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora