Como já dizia o poeta: "De nada eu tenho profundidades [...] Meu quintal é maior que o mundo". Meus amigos nunca me entenderam, pois como poderia um garoto gostar mais de bolinha de gude e pião, do que de futebol. De amigos fiz muitos desamigos, pois sempre prezei mais por observar o movimento do vento, a dança das folhas das árvores, sempre me preocupei mais em ser do que ter; meus desamigos não se preocupam com as mesmas coisas que eu.
As meninas me achavam bobo e inteligente; nunca fui o tipo galã, mas minha dedicação aos estudos já me renderam bons frutos nesse universo feminino. Por "amor" já fui usado como ponte entre a ignorância e o conhecimento diversas vezes, ora consciente, ora inconsciente. Nesse campo também fiz outros desamigos. A ignorância é uma dádiva e uma benção. Passamos a vida toda tentando voltar ao estado original, contudo há dificuldades impostas pela nossa adultice.
O tempo passou... passa... passará... e me pergunto quantos iguais a mim existem no mundo. Já encontrei alguns é verdade; estão por aí observando o movimento das folhas, se importando com a vida dos insetos, lendo livros e se conectando com corações assemelhados. Tenho sorte por tê-los encontrado.
Meio sem saber como funcionava um casamento, me casei; meio sem saber como funcionava uma criança, tive filhos; meio sem saber como é viver, sigo vivendo. Meus nadas são parte essencial dos meus tudos. Se me perguntarem o que tenho a oferecer ao mundo, responderei convicto: Meus nadas mais profundos!
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Tenho Sede dos Nadas
RandomColetânea de Crônicas sobre os nadas da vida. LEIA E COMPARTILHE!!! #05 em CRÔNICA de 2,24K Histórias em 12/10/2022 #01 em DEVANEIOS de 672 Histórias em 28/07/2022 #03 em POETA de 1,88K Histórias em 29/05/2022