Tenho Sede dos Nadas

Recordei

Tenho excessos de passados, com uma boa dose de futuros. Meu presente que lide com tamanho disparate. 

A analogia que melhor justifica minha somatização é a ampulheta; que foi, é e será ao mesmo tempo. 

A areia corre sem parar, se esvai sorrateira, mas tenho certeza que ela um dia parará de cair. Nesse momento saberemos que o tempo acabou.

Sinto que tenho menos da metade da areia que me resta. Talvez eu esteja contribuindo para que alguns grãos passem mais rápido que outros. Talvez eu seja um homicida de grãos incompreendidos. Talvez eu só esteja cansado e queira que o tempo passe mais rápido. 

Tenho esperança que não me arrependerei do tempo passado e que no meu último suspiro eu possa derramar as lágrimas contidas na barreira das emoções emudecidas.

Morreu de quê? De emoções contidas e que transbordaram da minha alma, alagando a essência daquilo que fui.