De nadas eu tenho grandezas.
Certa vez pensei que estava depressivo. Descobri que para fechar um diagnóstico precisamos estar a pelo menos duas semanas, ininterruptamente, com os sintomas.
Já não queria mais nada, tudo que me trazia interesse não fazia mais sentido. Não tinha um pingo de motivação. Comecei a dormir tarde e demais. Já acordava com vontade de voltar para cama. Ficava irritado com muita facilidade. Perdi o interesse em tudo que me trazia qualquer centelha de prazer e satisfação. Pensei em parar de vez com tamanho sofrimento, mas não tive coragem; afinal aquele não era eu.
Meu coração apertava no peito. Sofria de lágrimas represadas, de sonhos perdidos, de metas frustradas e de distancias inatingíveis. Obscuros dias de desprazeres vivi, buscando um eu que não mais existia. Ou pensava não existir. Mas resisti e recomecei.
Perdi, encontrei. Desconstruí, reconstruí. Desaprendi, reaprendi. Morri, revivi.
Hoje a dor já não dói tanto. Algumas cicatrizes se fecharam, outras não. O que foi perdido, ficou para trás. Mas ganhei novo fôlego para seguir adiante. Cá estou, na jornada de uma vida que seria muito pequena se não fosse a esperança de tornar grande minha pequenez.

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Tenho Sede dos Nadas
RastgeleColetânea de Crônicas sobre os nadas da vida. LEIA E COMPARTILHE!!! #05 em CRÔNICA de 2,24K Histórias em 12/10/2022 #01 em DEVANEIOS de 672 Histórias em 28/07/2022 #03 em POETA de 1,88K Histórias em 29/05/2022