O grande relógio da sala central marcava 7 e 30 da noite, a hora marcada para o grupo se reencontrar, mas até agora, Diana e Isabel eram as únicas que se encontrava no local.
Sem querer espera-los, Diana pegou duas taças de vinho da bandeja do garçom que havia passado. Ela ofereceu uma taça à Isabel, que recusou a princípio, mas como viu que Diana insistia, aceitou para evitar debate.
Uma ao lado da outra, elas estavam encostadas em um dos 3 pilares de mármore que ficavam no canto da sala central, onde havia um corredor, cheio de pessoas interagindo entre si, seja conversando, bebendo ou se beijando.
Após dar um gole no vinho da sua taça de vidro, Isabel percebeu uma movimentação estranha de esguelha, logo virou seu olhar para o local, a fim de ver o que estava acontecendo.
Arqueou as sobrancelhas ao ver um casal se beijando encostado à parede. O homem abraçava a cintura da mulher que estava beijando e com as mãos ele acariciava suas costas e descia até a cintura. Conforme o ato avançava, os dois se beijavam mais rapidamente, com isso Isabel desviou o olhar se sentindo constrangida por estar vendo a intimidade alheia.
- Está pensando no Ed, não está? - Diana surpreendeu Isabel ao falar no seu ouvido, fazendo ela dar uma virada brusca, quase derrubando o vinho no chão.
- Que susto, droga! - reclamou.
- Desculpa, mas foi a impressão que eu tive. - disse Diana sorrindo pela reação da amiga.
- Não foi nisso que eu pensei, se é o que você acha. - retrucou Isabel.
- Não? então você pensou no que? - insistiu Diana ao desconfiar, deixando Isabel claramente sem jeito.
- Em nada, não me imaginei com ninguém... só me distraí um pouco. - Diana não viu firmeza nas suas palavras, erguendo uma sobrancelha logo em seguida.
- Garota, eu sou sua amiga, não precisa ter vergonha de falar nada. - disse antes de dar uma série de goles no vinho, resistindo ao álcool e esvaziando a taça.
- Tudo bem, completando o que eu disse: eu me distraí porque senti nostalgia, mas parei de olhar por educação.
- Não, você desviou o olhar porque estava tendo pensamentos impuros com alguém aí. - retrucou Diana ao apontar o indicador para cabeça de Isabel, fazendo a mesma revirar os olhos desistindo de debater.
- Vaca. - disse Isabel antes de dar um gole no vinho.
- Piranha. - Diana rebateu fazendo sua amiga rir ainda com vinho na boca, o que espirrou a bebida para fora da taça ao mesmo tempo que molhou seu nariz.
- Vagabunda! - disse Isabel limpando o nariz
- Cadela. - rebateu, mas logo retomou o assunto. - Mas o que você quis dizer com "nostalgia"? - perguntou Diana, apesar de já ter uma suposição do que seria tal nostalgia. Isabel fitou seu rosto por um momento antes de falar.
- Você sabe, começa com "E" e termina com "o". - respondeu
- Eustácio. - disse Diana ao revirar levemente os olhos. - Que péssima nostalgia.
- Com certeza, tenho até nojo de mim mesma por ter me envolvido com aquele... - não terminou o que queria dizer.
- Não se cobre tanto, adolescentes são bobos mesmo, você foi boba. - Isabel arqueou as sobrancelhas fingindo estar ofendida. Diana sorriu de lado. - Mas olhe pelo lado bom, você já tem experiência para aplicar de novo, mas dessa vez na pessoa certa. - ao dizer isso, Diana ergueu uma sobrancelha, encarando Isabel com malícia.
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As crônicas de Kalahan: Olhos de dragão
FantasíaEdgar Kalahan é um jovem que, desde criança, sonha em ser um guerreiro do reino de Goldenfall; reino este que guarda mágoas de conflitos passados com seu reino rival de gerações: Castlewind. Quando tinha apenas 10 anos, Edgar passara por um trau...