Capítulo 28

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Hope Mikaelson

Eu o observei, atentamente. Landon tem o poder de me prender, de conseguir tirar o meu foco de tudo ao meu redor e fazer com que pense apenas nele. Landon respirou fundo, encarando a tatuagem em forma de rei, um símbolo do xadrez.

- Se lembra que eu disse à você que havia estado no hospital mais vezes do que você, certo? - ele questionou, em um tom suave.

- Está dizendo que...? - eu perguntei, franzindo o cenho, o olhando.

- É para cobrir uma cicatriz. - ele respondeu.

- Do quê? - perguntei, com medo de saber a resposta.

Ele suspirou e balançou a cabeça.

- Não importa. - ele disse, suavemente, ao me olhar.

- Não faz isso. - pedi, olhando em seus olhos.

- O quê? - ele perguntou, me olhando.

- Não fuja do assunto. - disse o olhando.

Ele desviou o olhar, antes de suspirar.

- Sabe por que a escolha do rei do xadrez? - ele perguntou, se virando para me olhar.

- Não, e não me diga que é porque gosta. Você nunca jogou xadrez. - disse, arqueando uma sobrancelha.

Ele deu um sorrisinho.

- E como você sabe disso? Acho que você anda me observando demais. - um sorrisinho convencido apareceu.

- Não. Mas você sabe que as aulas de xadrez são sempre antes das aulas de artes. Você nunca esteve lá. - disse, o olhando.

- Está bem, dona da razão. - ele disse, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. - Sabe o que o rei representa?

- Poder? - perguntei, olhando em seus olhos.

- Força. O rei no xadrez, representa força. Ele é o único que não pode ser capturado. É a única peça que pode dar o xeque e o xeque-mate. - ele disse, suavemente. - Ou seja, só ele tem o poder de decidir se vai entregar o jogo ou vencê-lo.

- Isso faz sentido. - disse, suavemente, deitando a cabeça na curva do seu pescoço, acariciando os cabelos de sua nuca. - Deve ter sido algo enorme para você querer cobrir com uma tatuagem.

- Um osso quebrado. - ele respondeu, em um tom baixo.

Eu parei, franzindo o cenho.

- Ele causou isso? - perguntei, levantando a cabeça para olhar em seus olhos.

Ele fechou os olhos e engoliu em seco.

- Isso aconteceu durante as férias de ano novo. - ele começou. - Robert e eu discutimos sobre algo. Acho que foi sobre a namorada dele. Ele não ficou muito contente por eu ter o confrontado. - ele disse. - A gente brigou e as coisas ficaram intensas. Não sei onde ele encontrou uma chave inglesa tão rápido. Eu não pensei em nada, apenas coloquei o braço em frente ao rosto. Foi quando senti o osso se rompendo.

- Eu sinto muito. - disse, acariciando sua bochecha.

Ele me olhou, antes de me dar um selinho.

- De qualquer forma, o hospital não poderia fazer nada além de iniciar o tratamento e a cirurgia para restaurar o osso. Eles desconfiaram de algo, mas eu não iria querer correr o risco de que ele descobrisse. Foram cinco semanas com aquela coisa no meu braço. E ainda precisei de fisioterapia para voltar a movimentar o braço. - ele disse.

- Mas... isso não afetou você nos jogos? - questionei. - Lembro-me de que perdeu uma semana inteira de aula e você desaparecia algumas vezes.

- Afetou bastante. Por isso, a fisioterapia intensiva. - ele respondeu, me olhando. - Eu não suporto mais ficar perto dele. Se eu não for bem nos jogos, não vou conseguir ir para a faculdade. - ele disse.

- E o que deseja fazer? - perguntei, olhando em seus olhos.

Ele respirou fundo, encolhendo o ombro.

- Jogar futebol é a única coisa que eu sei fazer direito. - ele disse, suavemente.

- Sabemos que isso não é verdade. - disse, com um sorrisinho de canto. - Sei de várias coisas em que você faz muito bem. Tocar violão é uma delas, pelo o que Rafa diz.

- Você acredita no que ele diz? - ele questionou, me olhando.

- Acredito. E eu sei e entendo porquê se recusa a tocar. - disse suavemente.

Ele assentiu.

- Bom, Robert também não gosta muito de musica. - ele disse.

- Não pode deixar ele fazer o que bem entender com você. - disse, o encarando.

- Eu só posso esperar entrar em uma universidade para ficar longe o suficiente dele. - ele disse, me olhando.

- Era isso que ela queria? - perguntei, suavemente.

- Sim. - ele respondeu. - Na maioria das vezes, é o que toda mãe quer, Hope. - ele disse suavemente.

Eu assenti, em concordância, me perdendo em meus próprios pensamentos. Eu não sei se era isso que minha mãe desejava para mim.

- Pelo menos algumas. - concordei.

- E a sua, não? - ele perguntou, atenciosamente.

- Eu não sei. - encolhi os ombros. - Mas nunca parei para perguntar, ela nunca está por perto o suficiente para termos essa conversa. Era mais fácil me acostumar com as amantes do meu pai rondando nossa casa, do que com ela mesma. Na maioria das vezes, ela estava com tio Elijah. Não que eu também não ache que eles tenham um caso. - franzi o cenho.

- Você pode achar que sou o único que perdeu a confiança nas pessoas, mas é o mesmo com você. - ele disse, me olhando. - Hope, você vem de uma família tão ferrada quanto à minha. E eu sei que não acredita nessa coisa de amor porque tudo o que você presencia do casamento "por amor" dos seus pais, são mentiras e traições. - ele acariciou meu rosto.

- Como pode haver amor com traições? Toda a minha vida, eu ouvi a minha família e todos ao meu redor dizerem que o amor dos meus pais era um amor épico. Aquele casamento é uma farsa. - disse, o olhando.

- Só porque o casamento de duas pessoas é baseado em mentiras e traições, não significa que não se amaram um dia. - ele disse, me olhando.

- Isso não é amor. - disse, o encarando.

- E o que você sabe sobre o amor? - ele perguntou suavemente.

- Nada. Mas aquilo, definitivamente, não é amor, Landon. - disse, o olhando. - Eu não me interesso pelo amor, porque no final, nós é quem saímos machucados por entrar em uma farsa, em um conto de fadas idealizado que não existe.

- Você morre de vontade de experimentar um amor intenso, princesa. - ele disse, com um sorrisinho. - Está na sua cara. Mas, nem todos podem suportar as exigências do amor, Hope. - ele olhou em meus olhos.

- Talvez eu tenha vontade, mas não quero arriscar nada. - disse, o olhando.

- Já está arriscando, Hope. Desde o momento em que o sexo se tornou algo mais entre nós. - ele disse, calmamente. - Eu não queria me apaixonar, mas me apaixonei. Nós não escolhemos isso, mas escolhemos como lidar.

- Está insinuando em tentarmos algo? - questionei, franzindo o cenho. - Porque sabe que isso pode dar certo ou muito errado.

- E o que você sente sobre isso? - ele perguntou. - Sinta o que seu coração deseja, o escute. O que ele deseja?

Eu o olhei em seus olhos. Havia uma voz, dizendo exatamente o que eu deveria fazer: me deixar levar e descobrir onde Landon e eu iriamos acabar, ou não me aventurar e aguas misteriosas. Eu não quero que isso dê errado. Mas a minha cabeça só imagina Landon e eu juntos. É nele que eu penso o tempo inteiro.

- Você... - murmurei, olhando em seus olhos verdes estonteantes.

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Perdoem, eu não tive nem tempo de lembrar de publicar ontem.

Eu espero que gostem.
Um pequeno aviso: está acabando.
Mas....
Há um epílogo 🙂.

Férias de Verão - HandonOnde histórias criam vida. Descubra agora