POV: OhanaQuando eu e Larissa acordamos, já estava de noite. Era pra ser apenas um cochilo, e nós acordamos 20:00.
Nós decidimos sair, o clima lá fora estava bom e iriamos ficar sem sono a noite inteira.Fomos caminhando até a praia, que não ficava muito longe da minha casa, Larissa conhecia um quiosque onde tinha bebidas e porções boas por lá.
O dono era um homem barbudo, ele nos comprimentou e entregou o cardápio, Larissa me indicou uma bebida que não era tão forte e pegou a mesma pra ela, só que de outro sabor. Pedimos também uma porção de frutos do mar e fritas.
O pai de Larissa tinha ligado várias vezes enquanto nós dormíamos e ela não ouviu, agora ela estava atualizando ele por mensagens. Eu estava sentada em uma das cadeiras coloridas que tinha ali, e com os braços apoiados no balcão, o lugar estava bem cheio hoje. Eu observava o moço a fazer as bebibas enquanto Larissa respondia o pai.
Larissa: - Pronto, salvei meu pai de um infarto. - ela riu e guardou o celular no bolso.
Ohana: - Coitado, deve ter ficado preocupado. - eu ri e olhei pra ela, que estava em pé ao meu lado e virada pra mim. Repousei a mão em sua cintura. Percebi que ela encarava um cara que estava bebendo e sentado ao meu lado.
Larissa: - Você conhece ele? - ela apontou disfarçadamente pro cara ao meu lado, eu olhei pra ele e balancei a cabeça, negando. - Ele não para de te olhar, desde que chegamos aqui. E não é um olhar muito legal.
Ohana: - Vamos sentar em outro lugar? - olhei pra ela, que ainda encarava ele com a cara fechada. Apertei sua cintura de leve para que ela me olhasse, mas foi em vão.
Larissa: - Ou imbecil, será que dá pra você parar de olhar pra ela dessa forma? - ela estralou os dedos, chamando a atenção dele. - Ou melhor, tem como você parar de olhar pra ela? - eu olhei pro moço e vi ele engolindo seco e virando pra frente de novo, eu soltei um sorrisinho e vi ela sorrir satisfeita. - Se não resolver de primeira, você usa o plano dois, que é espancar ele.
O garçom colocou as nossas bebidas no balcão. Eu tinha escolhido o sabor morango e Larissa escolheu de kiwi. Levei o canudo até meus lábios e tomei um gole, era realmente bom. Eu não costumava a beber, nunca tive tempo pra isso.
Larissa: E ai, aprovado? - ela perguntou enquanto tomava a bebida dela.
Ohana: - Aprovado. - eu sorri.
Larissa: - Prova um pouquinho desse, também é bom. - ela aproximou o copo até mim e levou o canudo até meus lábios, eu tomei um gole.
Ohana: - Você tem bom gosto, é bom mesmo. - ela sorriu e voltou a tomar a bebida.
Não demorou muito para que as porções chegassem. Nós fomos pra uma mesa um pouco afastada, na areia da praia. Estava um clima bom, a lua estava linda aquela noite, dava pra ouvir as ondas do mar e o vento estava refrescante.
Ohana: - Lari, eu nunca perguntei isso, mas como você apareceu lá em casa aquele dia? - olhei pra ela, que tomava a bebida.
Larissa: - Se eu te contar, você vai me achar totalmente estranha. Acho melhor não. - ela riu baixinho.
Ohana: - Conta vai, eu quero saber. - sorri e me arrumei na cadeira, esperando que ela falasse.
Larissa: - Depois não diga que eu não avisei. - ela tomou um pouco da bebida e depois colocou o copo sobre a mesa. - Bom, vai parecer muito estranho, mas desde que minha mãe morreu, eu consigo vê-la em alguns dos meus sonhos, mas não é só ver, ela fala comigo, é como se eu fosse visitar-la no lugar que ela está hoje. É raro isso acontecer, mas acontece.- ela me olhou e eu fiz um gesto para que ela continuasse falando. - Às vezes eu consigo conversar com ela, às vezes eu só consigo ouvi-la, e foi o que aconteceu aquele dia. Quando eu voltei pra casa, eu acabei cochilando e sonhei com ela, e ela disse que você precisava de ajuda.